Sejam bem vindos!

"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." (2 Tm 2:15)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Morávios

Iniciado em Hernhut, Alemanha no século 18, o movimento de oração continua (24 horas) chamado Moravianos durou por quase 100 anos, e eles não oravam por aquilo que não estavam dispostos a ser a resposta. Os moravianos eram muito dedicados ao Senhor, mais de 2150 membros de sua igreja foram enviados como missionários, a ação missionária utilizou pessoas simples e comuns de coveiro a lavrador, de sapateiro a oleiro e até como escravo vendido. Marcaram um recomeço de um mutirão missionário a todas as nações. Certa fez foi feita a seguinte pergunta a um moraviano: “O que significa ser um moraviano?”. Eele respondeu “Ser um moraviano e promover a causa global de Cristo são a mesma coisa”.
Dois jovens Moravianos, de 20 anos ouviram sobre uma ilha no Leste da India onde 3000 africanos trabalhavam como escravo e cujo dono era um Britânico agricultor e ateu. Esses joves fizeram contato com o dono da ilha e perguntaram se poderiam ir para lá como missionários, a resposta do dono foi imediata: ” Nenhum pregador e nenhum clérico chegaria a essa ilha para falar sobre essa coisa sem sentido”. Então eles voltaram a orar e fizeram uma nova proposta: “E se fossemos a sua ilha como seus escravos para sempre?”, o homem disse que aceitaria, mas não pagaria nem mesmo o tranposte deles. Então os jovens usaram o valor de sua propria venda para custiar sua viagem.
No dia da partida para ilha, as famílias estavam reunidas no porto para se despedirem dos jovens. Houve orações choros e abraços, amigos e familiares puderam dar o último adeus para seus irmãos. E algumas pessoas falaram: porque vocês estão fazendo isso? Vocês nunca mais irão ver seus familiares e amigos, e vão ser escravos para o resto de suas vidas! Mas quando o barco estava se afastando do porto os dois jovens levantaram suas mãos e declararam em voz alta: ‘para que o Cordeiro que foi imolado receba a recompensa por seu sacrifício através das nossas vidas.”.
A Igreja dos Irmãos Morávios continua ativa hoje, mas seu legado é visto também em outras denominações. John Weslev foi grandemente influenciado pelos morávios e incorporou algumas de suas preocupações ao movimento metodista. William Carey, muitas vezes considerado o pai das missões protestantes modernas, estava, na verdade, seguindo os passos dos missionários morávios. “Vejam o que os morávios fizeram”, comentou ele em determinada ocasião. “Será que não poderíamos seguir seu exemplo e, em obediência a nosso Mestre Celestial, ir ao mundo e pregar o evangelho aos incrédulos”?

Fonte: http://www.jocumdf.com/moravios/

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A Natureza da Igreja

Repensando nossa funcionalidade eclesiástica
Ronaldo Lidório
Ao refletir sobre a natureza da Igreja nos confrontamos imediatamente com algumas claras limitações. A primeira seria uma limitação sociológica, na medida de que todos nós, de alguma forma, temos sido influenciados por 2 fatores construtores da presente sociedade, o hedonismo e o narcisismo. Junto a alguns outros, os tenho chamado de elementos da anti-missão. Isto devido a capacidade que eles tem de postar o homem, e consequentemente a Igreja, no centro do universo, em nosso imaginário. Nos tornarmos, aos nossos próprios olhos, os atores principais do evento histórico.
É natural entender, portanto, que enquanto influenciados por esta limitação sociológica, teremos bastante dificuldade de conceber uma Igreja que seja chamada para servir a Deus com toda a sua alma, suas energias, seu dinheiro e seu tempo. Ao contrário, tal limitação lança-nos a consequências puramente humanistas, como o triunfalismo e ufanismo, e desemboca no orgulho, raiz de grandes males.
O hedonismo é esta tendência humana sociocultural, e teologicamente carnal, que nos leva a crer que existimos para nossa própria realização. Que nossa alegria e felicidade pessoal são os bens mais preciosos, pelo qual vale a pena tudo. Que para nos realizarmos podemos, e devemos, romper com quaisquer valores, religiosos ou sociais, passando por cima da Palavra, da família, do ministério e do relacionamento com o Pai.
A sociedade e seus meios de comunicação, as escolas e os púlpitos de muitas de nossas igrejas se tornaram hedônicos. Vivemos para nós mesmos, pensamos em nós mesmos, investimos em nós mesmos, teologizamos para nós mesmos e, consequentemente, não servimos ao Cordeiro Jesus, mas sim a nós mesmos.
Ainda parte desta limitação sociológica, há outro fenômeno que aqui podemos chamar de narcisismo. É o desejo - e desenfreada busca – pela beleza pessoal e público reconhecimento da mesma. Não basta estar no centro das atenções, é necessário que todos saibam disto. O narcisismo é este elemento da anti-missão que faz com que nós trabalhemos e nos esforcemos para o Senhor e Sua obra, desde que sejamos reconhecidos pelos nossos pares, aplaudidos, elevados em pedestais.
Tanto o hedonismo quanto o narcisismo corrompem não apenas a alma humana, sua integridade e santidade, mas também sua motivação. Há, portanto, muitas igrejas, pastores, líderes e missionários fazendo a coisa certa pela motivação errada.
É necessário neste momento, percebermos, que o desejo do Senhor revelado em toda a Sua Escritura não é formar um povo-escravo para o serviço, nem mesmo um centro qualificado de produção, mas discípulos que o amam, que sejam apaixonados por Seus projetos, e que o sigam. O desejo de Deus não é tão somente nos tornar funcionais, mas santos; não apenas nos tornar produtivos, mas íntegros; não apenas nos tornar servos, mas filhos.
A segunda limitação que temos ao refletir sobre a Igreja e sua natureza é uma limitação teológica, e me refiro aqui à teologia do serviço, ou teologia da missão. A maneira como nós compreendemos o nosso papel no Reino, e nos posicionamos em relação a ele. Para conversarmos sobre esta limitação leiamos o texto que se encontra em Atos 2: 37 a 47
37
Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?
38
Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
39
Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar.
40
Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
41
Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas.
42
E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.
43
Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos.
44
Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.
45
Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.
46
Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração,
47
Louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.

Atos é um livro teocrático, uma vez que foi escrito para evidenciar que Deus está no controle de todas as coisas. Ele é apresentado aqui neste livro como o Senhor absoluto da história, de nossas vidas e da Sua Igreja. Jamais se surpreende, jamais se corrompe. Esta imutabilidade do caráter de Deus é a certeza de que somos salvos.
Atos é também um livro fidedigno por ter sido escrito de forma a nos mostrar que Deus cumpre todas as suas promessas. Inicia já no capítulo 2 com o cumprimento da promessa do Senhor Jesus de que enviaria o consolador, o parakletos que estaria com a Igreja para conduzi-la a Cristo. O Espírito Santo se manifesta, portanto, para a Igreja e a reveste de autoridade e poder para servir.
Atos 2 pinta o quadro desta Igreja chamada segundo o coração de Deus.
Perceberemos que ela é uma Igreja Koinônica (orientada pela comunhão dos santos); uma igreja Kerygmática (proclamadora do Nome acima de todo Nome); Martírica (que vive segundo aquilo que crê); Proséitica (que tem vida de oração); Escriturística (que ama e segue a Palavra); Diákona (com paixão pelo serviço); Poimênica (que pastoreia o seu povo); e por fim Litúrgica (cuja vida é a adoração do Pai).
Antes de adentrarmos estes desafios bíblicos para nossos corações, podemos nos lembrar da teologia de John Knox quando ele defende que a ponte entre o conhecimento e a transformação é o quebrantamento. Ou seja, muito pode entrar em nossa mente, convencer-nos de verdades bíblicas profundas, mas este conhecimento gerará vidas transformadas somente se houver verdadeiro quebrantamento em nossos corações. E nem quebrantar a nós mesmos nós podemos. Por isto dependemos de Deus. Podemos orar pedindo ao Senhor: quebranta o meu coração para que as verdades da Sua Palavra sejam fogo transformador em nossa alma.
KOINÔNICA – A IGREJA NASCIDA PARA AMAR E CONVIVER COM O DIFERENTE
O verso 44 nos diz que “todos os que creram estavam juntos, e tinham tudo em comum”. A expressão “comum” aqui é koinos de onde temos koinonia, ou “comunhão”. Manifesta que a Igreja neste período histórico pós pentecostes era uma Igreja Koinônica.
Não significa que a Igreja do primeiro século era homogênea. Ao contrário, eram extremamente distintos. Havia intelectuais e gente simples; judeus e gentios; jovens e velhos.
Koinos significa que eles se amavam na diversidade. Que estavam tão deslumbrados com o Senhor Jesus que eram capazes de conviver com o irmão mais diferente, e com ele ter comunhão, porque havia Um que os unia.
Indica que a razão maior da nossa desunião não é sociológica – a percepção do diferente e a intolerância com o mesmo – mas sim teológica, nossa própria carnalidade, desejo de sobressairmos, sobressair nosso pensamento, sobressair nossa denominação, sobressair nosso símbolo. Ao fim, o motivo maior da nossa desunião é espiritual, carência profunda de conhecermos mais a Cristo e sermos como Ele.
O texto diz que esta Igreja louvava de casa em casa e no templo. O templo era o centro do culto formal (aqueles que gostam dos hinos sacros tocados ao piano de caldas) e as casas representavam os ajuntamentos informais (a turma do violão e dos cânticos contemporâneos, digamos assim).
O verso 32 nos diz que era um só coração (kardia, sentimentos) e uma só alma (psiche, pensamentos).

Durante o encontro do CONPLEI (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas) em 2008, houve uma cena cativante no último dia. Era a ceia do Senhor. Irmãos de 47 etnias distintas, além dos não indígenas de várias nacionalidades, como uma pequena multidão de 1.200 pessoas ao redor da mesa de Cristo. Alguns cantavam, outros oravam, alguns traduziam o que estava acontecendo para a língua da sua etnia, e a mensagem era claríssima. Era como se todos declarassem: “somos diferentes, mas amamos a Jesus”.
Divisões, partidarismo, esquemas de superioridade teológica ou prática no Corpo de Cristo sempre será um problema de ordem espiritual. É um reflexo, um triste sinal, de que não estamos deslumbrados com o Jesus ao ponto de sua simples presença ser o suficiente para encher nossos corações e amar profundamente os deslumbrados como nós.
KERYGMÁTICA E MARTÍRICA – A IGREJA NASCIDA PARA AMAR E PROCLAMAR JESUS
Nos versos 40 e 41, lemos que “com muitas palavras deu testemunho e exortava-os dizendo: salvai-vos desta geração perversa. Então, os que aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas”.
Há duas palavras que andam de mãos dadas no Novo Testamento. Observei este importante detalhe durante o período de trabalho na tradução do Novo Testamento para a língua Limonkpeln de Gana. São elas Kerygma, normalmente traduzida por pregação ou proclamação (aponta para a proclamação audível e inteligível da mensagem), e martyria, traduzida por testemunho (modo de vida).
Curiosamente sempre que uma delas aparece, a outra a acompanha, e isto em todo o Novo Testamento. Dá-nos, assim, a clara impressão de que na mente de Cristo Ele construía uma Igreja que pudesse proclamá-lo de forma audível e inteligível em todo o mundo, mas que ao mesmo tempo pudesse vivê-Lo.
O Apóstolo Paulo parece ter compreendido bem esta parte da natureza da Igreja. Ele tanto ensina o povo de Deus que deve falar de Cristo a tempo e fora de tempo como grita a plenos pulmões: já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.
O desejo de Cristo, portanto, é sermos uma Igreja que tenha fiel teologia e também vida devocional. Uma Igreja habilidosa mas também piedosa. Uma Igreja que prega a Palavra, mas que vive a Palavra que prega. Enfim, uma Igreja kerygmática e martírica.
Um dos perigos imediato, e corruptor da natureza da Igreja é termos o melhor conteúdo, o melhor ministério, a mais expressiva Igreja, o mais relevante ensino, mas não termos vida com Deus. Isto nos leva à soberba, orgulho e arrogância. Mata o espírito, mata a fé, destrói a piedade e nos achamos em um vale seco onde nada se move; com estruturas lindas, mas sem vida com Deus; com colunas de mármore mas sem o Espírito Santo.
Paradoxalmente, vida piedosa e espírito quebrantado, com sinceridade e devoção, sem um sólido ensino da Palavra, sem zelo pelas Escrituras, provocará uma enxurrada de ações, em nome de Deus, que não são de Deus. Este é outro perigo imediato, e igualmente corruptor da Igreja: buscarmos a piedade e vida com Deus, sem o temor e ensino da Palavra, produzindo, assim, uma Igreja dinâmica e crescente, mas antropocêntrica e herética. Uma das igrejas que mais cresce em Gana é chamada Igreja do Espírito Santo. É a Igreja mais missionária, evangelizadora e que se envolve com ações sociais. Mas esta Igreja crê que seu fundador é a encarnação do Espírito Santo na terra. Quando ele fala é o Espírito Santo quem fala.
Portanto o desafio que temos é de não partirmos ao meio a nossa eclesiologia. É de termos uma boa doutrina, mas também uma vida piedosa; é conhecermos teologia, mas também praticarmos a fé cristã; é sermos kerygmáticos – que pregam em alto e bom som; mas também martíricos – que adoram o Nome acima de todo nome no secreto da sua casa; é sermos zelosos pelo culto e pelo texto bíblico, mas também colocarmos a mão no arado para o serviço e a missão.
Um dos relatos que mais me desafiou nos últimos tempos foi o testemunho de um juiz federal – por assim dizer – no interior da China. Ele foi preso, acusado de ser um cristão que praticava a evangelização em sua pequena cidade. Para que fosse humilhado publicamente foi levado a pé e algemado por alguns policiais, de sua casa até a central de polícia. Quem observou aquela caminhada testemunhou que todos estavam cabisbaixos, envergonhados e constrangidos pela prisão de um homem de tamanha importância, e muito querido na sua cidade. A multidão por onde ele passava, os soldados que o conduziam, todos cabisbaixos. O único com a cabeça erguida era o juiz cristão, que a medida que caminhava levantava também suas mãos gritando: Eu amo o Senhor Jesus!
DIÁKONA E POIMÊNICA – A IGREJA NASCIDA PARA SERVIR
O verso 45 nos diz que “vendiam suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade”. A expressão original para “à medida que” significa que os irmãos tinham olhos abertos para discernir onde e como poderiam servir.
O conhecimento das Escrituras e verdadeira espiritualidade desembocam no serviço, na missão.
As vezes compreendemos mal o conceito de missão e serviço. Servir a Cristo não é uma questão de desejo, oportunidade ou decisão pessoal. Servir a Cristo é uma questão de obediência. Se você estiver contente em servir ao Mestre, faça isto pela alegria que sente. Mas no dia em que faltarem alegria e prazer, sirva-o pela obediência. Isto porquê servir a Cristo não é um passeio no parque. Demanda, não raramente, morrermos mais e mais para nós mesmos.

Ao nosso redor observamos em um relance ambientes de injustiça, situações de profunda carência humana e desconhecimento do Senhor Jesus. É neste plano que a Igreja é chamada para servir. Para denunciar a injustiça, para saciar a fome daquele que nada tem e para anunciar o precioso Nome de Jesus.
CONCLUSÃO
Voltamos às primeiras palavras. Os elementos da anti-missão – hedonismo e narcisismo – que são expressões da obra da carne,e que nos preterem de sermos a Igreja segundo o coração de Deus.
A inércia que experimentamos não provém do nosso desconhecimento da necessidade humana ou do mandato de Deus, mas sim da nossa falta de paixão deslumbrante pelo Senhor Jesus.
Há no mundo hoje mais de 2.000 povos que não conhecem sobre Jesus. Falam mais de 3.000 línguas e dialetos sem nada da Palavra em seus idiomas. No Brasil temos 121 etnias indígenas ainda pouco ou não evangelizadas, e 95 sem presença missionária. Há mais de meio milhão de ciganos em nossa pátria que não conhecem a Palavra. As tribos urbanas nas grandes cidades relativizam a vida e, ao contrário de se tornarem ateus, passam a crer em tudo. Vivem a procura de um deus utilitário para saciar uma sociedade humanista.
Jim Eliott, mártir entre os Auca no Equador, em uma carta que escrevera à sua igreja na América do Norte, concluiu dizendo: “viva de tal forma, que ao chegar o dia da sua morte, nada mais tenha a fazer para Deus, a não ser morrer”.

Fonte: http://www.ronaldo.lidorio.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=143&Itemid=26

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A Insensatez da Obediência Parcial


Se o pecado é um inimigo derrotado, como pode nos causar tantos problemas? Se o domínio do pecado foi quebrado, por que, com frequência, parece nos dominar? Por que as forças do humanismo secular, o novo hedonismo, a Nova Era, o ensino da auto-estima e a má teologia têm causado tanto impacto entre os crentes? Por que a consciência parece estar desaparecendo até mesmo no meio evangélico?
Todo cristão honesto confirmará que a tendência para o pecado não é apagada quando nos tornamos cristãos. Ainda temos prazer no pecado. Ainda lutamos contra hábitos pecaminosos. Alguns desses hábitos estão tão profundamente arraigados que ainda batalhamos contra eles após anos de luta espiritual. Ainda caímos em pecados horríveis e vergonhosos. A verdade é que pecamos diariamente. Nossos pensamentos não são aqueles que deveriam ser. Desperdiçamos nosso tempo em buscas frívolas e mundanas. De tempos em tempos nosso coração fica frio quanto às coisas de Deus. Por que tudo isso acontece se o domínio do pecado está quebrado?
Aqui veremos que a Escritura nos insta a evitar qualquer tipo de apatia em relação ao tratamento do pecado. Devemos mortificar o pecado e sua influência em toda a nossa vida.
A ira de Deus contra Amaleque
Uma ilustração no Antigo Testamento pode ajudar a esclarecer nossa relação com o pecado. Em 1 Samuel 15, lemos que Samuel ungiu a Saul e solenemente deu-lhe estas instruções do Senhor: "Vai, pois, agora, e fere a Amaleque, e destrói totalmente a tudo que tiver, e nada lhe poupes; porém matarás homem e mulher, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos" (v. 3).
O mandamento de Deus era claro. Saul tinha que proceder cruelmente em relação aos amalequitas, matando até mesmo as criancinhas de peito e animais. Toda a tribo tinha que ser total e impiedosamente arrasada — nenhum refém poderia ser tomado.
O que faria um Deus de amor infinito impor um julgamento tão severo? Os amalequitas eram uma antiga raça nômade, descendentes de Esaú (Gn 36.12). Habitavam aparte sul de Canaã e eram eternos inimigos dos Israelitas. Pertenciam à mesma tribo que cruelmente atacou Israel em Refidim, logo após o Êxodo, na famosa batalha em que Arão e Hur tiveram que sustentar os braços de Moisés (Êx 17.8-13). Eles emboscaram Israel pela retaguarda e massacraram os soldados dominados, que estavam extenuados (Dt 25.18). A mais poderosa e selvagem tribo de toda a região atacou Israel covardemente. Naquele dia Deus livrou Israel sobrenaturalmente, e os amalequitas fugiram procurando refúgio. No final dessa batalha Deus jurou a Moisés: "Escreve isso para memória num livro e repete-o a Josué; porque eu hei de riscar totalmente a memória de Amaleque de debaixo do céu" (v. 14). Realmente ele considerava importante que Israel destruísse Amaleque:
Lembra-te do que te fez Amaleque no caminho, quando saías do Egito, como te veio ao encontro no caminho e te atacou na retaguarda todos os desfalecidos que iam após ti, quando estavas abatido e fatigado; e não temeu a Deus. Quando pois, o Senhor, teu Deus, te houver dado sossego de todos os teus inimigos em redor, na terra que o Senhor, teu Deus, te dá por herança, para a possuíres, apagarás a memória de Amaleque de debaixo do céu; não te esqueças (Dt 25.17-19; ênfase acrescentada).
Os amalequitas eram guerreiros temíveis. Sua presença intimidadora foi uma das razões pelas quais os israelitas desobedeceram a Deus e um empecilho para que entrassem na terra prometida em Cades Barnéia (Nm 13.29). A ira de Deus ardia contra os amalequitas por causa da perversidade deles. Ele constrangeu até o corrupto profeta Balaão a profetizar sua sentença: "Amaleque é o primeiro das nações; porém o seu fim será a destruição" (Nm 24.20). Os amalequitas costumavam atormentar Israel indo às suas terras depois de a plantação ter sido semeada, e movimentando-se na terra cultivada com suas barracas e animais, destruíam tudo pelo seu caminho (Jz 6.3-5). Eles odiavam a Deus, detestavam Israel e pareciam ter prazer em atos perversos e destrutivos.
As instruções de Deus para Saul, portanto, cumpriram o voto que ele havia jurado a Moisés. Saul tinha que eliminar a tribo para sempre. Ele e seus exércitos eram os instrumentos pelos quais a justiça de Deus seria levada a cabo. Seu santo julgamento para um povo mau.
Mas a obediência de Saul foi somente parcial. Ele ganhou a batalha ferindo de forma esmagadora os amalequitas que fugiram deles "desde Havilá, até chegar a Sur, que está defronte do Egito" (ISm 15.7). Como ordenado, ele matou todas as pessoas, mas "tomou vivo a Agague, rei dos amalequitas" (v. 8). "E Saul e o povo pouparam Agague, e o melhor das ovelhas e dos bois, e os animais gordos, e os cordeiros, e o melhor que havia e não os quiseram destruir totalmente; porém toda coisa vil e desprezível destruíram" (v. 9). Em outras palavras, motivados pela cobiça eles pegaram as melhores coisas dos amalequitas, coletando os despojos da vitória, e desobedecendo propositadamente às instruções do Senhor.
Por que Saul poupou Agague? Talvez porque ele quisesse usar o rei humilhado dos amalequitas como um troféu para mostrar seu próprio poder. Aparentemente, naquele momento Saul estava somente motivado pelo orgulho; ele até construiu um monumento para si no monte Carmelo (v. 12). Quaisquer que fossem seus motivos, ele desobedeceu a um claro mandamento de Deus e permitiu que Agague vivesse.
Esse pecado era tão sério que Deus imediatamente depôs do trono Saul e seus descendentes para sempre. Samuel lhe disse: "Visto que rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei" (v. 23).
Então Samuel disse: "Traze-me aqui a Agague, rei dos amalequitas" (v. 32).
Evidentemente Agague, pensando que sua vida havia sido poupada e se sentindo muito seguro, "veio a ele confiante". "Certamente já se foi a amargura da morte", disse ele.
Mas Samuel não estava para brincadeira. Disse a Agague: "Assim como a tua espada desfilou mulheres, assim desfilada ficará a tua mãe entre as mulheres. E Samuel despedaçou Agague perante o Senhor em Gilgal" (v. 33).


Nossa mente, instintivamente, recua diante do que parece ser um ato impiedoso. Mas foi Deus quem mandou que isso fosse feito. Era um ato de julgamento divino para mostrar a ira santa de um Deus indignado contra o pecado devasso. Ao contrário de seu compatriota e rei, Samuel estava determinado a cumprir inteiramente a ordem do Senhor. A batalha que tinha por objetivo exterminar os amalequitas para sempre terminou sem que esse objetivo fosse alcançado. A Bíblia registra que depois de alguns anos, a tribo revigorada atacou repentinamente o território sul e levou cativas as mulheres e crianças — incluindo a família de Davi (1 Sm 30.1 -5).
Quando Davi encontrou os amalequitas saqueadores, "Eis que estavam espalhados sobre toda região, comendo, bebendo e fazendo festa por todo aquele grande despojo que tomaram da terra dos filisteus e da terra de Judá" (v. 16). Ele os feriu desde o crepúsculo vespertino até a tarde do dia seguinte, matando a todos, exceto quatrocentos moços que fugiram montados em camelos (v. 17).
Os amalequitas são uma ilustração adequada do pecado que permanece na vida do crente. Aquele pecado — já totalmente derrotado — deve ser tratado com crueldade e despedaçado, ou então ele irá reviver e continuar a saquear e espoliar nosso coração, e tirar o vigor da nossa força espiritual. Não podemos ser misericordiosos com Agague, ou então ele retornará para tentar nos devorar. De fato, o pecado que permanece em nós frequentemente se torna mais ferozmente resoluto depois de ter sido destronado pelo Evangelho.
A Bíblia nos ordena mortificar o pecado. "Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena; prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é a idolatria; por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência]" (Cl 3.5,6). Não podemos obedecer parcialmente ou ser indiferentes quando procuramos eliminar o pecado da nossa vida.
Não é possível parar enquanto a tarefa estiver incompleta. Os pecados, do mesmo modo que os amalequitas, encontram sempre um jeito de escapar da matança, gerando, revivendo, reagrupando-se e lançando novos e inesperados ataques em nossas áreas mais vulneráveis.

Fonte: http://www.josemarbessa.com/2011/10/insensatez-da-obediencia-parcial-john.html

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

LIDERANÇA


IGREJAS EVANGÉLICAS DE HOJE

É lamentável quando um pregador acusa as pessoas que não alcançam bênçãos de estar em pecado

Por: Celso Rossi

As novas Igrejas de hoje abriram as portas para heresias e costumes cultuais do momento. As Igrejas foram afetadas pelas doutrinas, liturgia e caráter dos fiéis.

Existe sim hoje uma pulverização e relaxamento da fé e pouco compromisso de fidelidade com a Palavra de Deus.

Quase todas estão convivendo com o divórcio de membros e pastores, buscando a mídia com danças nos púlpitos e a qualquer custo estar na onda. Prolongam o tempo que se pede dinheiro, 40 a 50 minutos de musicas,  e pouca importância na verdadeira pregação da Palavra de Deus. Usam de mantras que levam as pessoas a alucinações emocionais e taxam como espiritualidade.

Sons altos e as mensagens de auto-ajuda ofuscaram a essência da mensagem da cruz. Tivemos tempos de avivamento nos anos 60 e 70, e hoje estamos tendo sensacionalismo que levam a busca do prazer e da prosperidade. Isto vem levando os crentes a estarem sem um prumo da Palavra que possa ensinar que temos tribulações, lutas e apertos financeiros mesmo sendo verdadeiros cristãos.

A onda é amar a prosperidade e o sucesso. Isto tem até mesmo envolvido crentes antigos que aderiram a estes movimentos revivendo a ganância sem limites de Balaão.

É lamentável quando muitos desses pregadores da prosperidade acusam as pessoas que não alcançam a bênção de estar em pecado, ou não ter fé. Eles medem a fidelidade a Deus pelo tamanho e quantidade de bênçãos que alguém recebe ou deixou de receber. Preocupam-se muito com o material e deixam a desejar o espiritual, que determina quem é de Deus ou não.

 2 Coríntios 12:10: "Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte." O Apóstolo Paulo não corria atrás do sucesso financeiro.

A ausência da palavra de Deus vem formando uma igreja com práticas exotéricas. A cada tempo aparece uma nova visão na figura do líder e empurram goela abaixo no povo que tem que engolir sem manteiga.

Pra não fazer festa de São Benedito, fazem festa da colheita, ofertas das primícias, festa disto e aquilo, enfim, outros meios de arrecadarem mais dinheiro. Quando o Apóstolo Paulo escreveu em Timóteo que o dinheiro é a raiz de muitos males, entenderam que o dinheiro é a solução para todos os males.

Batalha espiritual:

A partir de um entendimento errôneo de Efésios 6 , incentivam os crentes a perseguirem e destruírem a satanás e seus demônios. Enquanto que Paulo , Pedro e Tiago ensina a resistirmos o diabo que ele fugirá de nós. E para vencerem estes propósitos lançam mão de vários misticismos, mapeiam territórios, jogam sal, quebram maldições hereditárias e se divergem muito nestes ritos. Muitas dessas práticas vem de experiências próprias e doutrinas extravagantes, sem exames críticos à luz das Escrituras.

Para se fortalecerem usam do "nepotismo" que seria consagrar a esposa, filhos, noras, tios , cunhados e parentes, ainda que estes não tenham preparação para os cargos e confundem dom com função. Promovem encontros retirados quase uma lavagem cerebral para os adeptos , uns chamam encontros outros imersão, tudo farinha do mesmo saco , colocam lideres tipo papagaio que falam bastante na cabeça do povo levando-os a regressões, e trazendo-os a emoções, escrevem os pecados nos papeis, jogam na fogueira e assim são perdoados. Que beleza, vamos fazer uma fogueira lá na cadeia também, quem sabe todos se regeneram, não pelo sangue de Cristo mas pelo ritual que estes marquetizam.

E como pregou o apóstolo David Alves, e vai boi, comparando com Uzá, ainda que não qualificado, levava a Arca da Aliança.

E hoje continuam a praticar o vai boi...

Não está de acordo com a Palavra, mas funciona, vai boi...

Era coisa da lei, mas vai boi...

Está dando lucro, vai boi...

Está motivando o povo, e vai boi...

Precisamos lembrar que a Essência do Evangelho é pregar a simplicidade dos ensinamentos de Jesus e aceitá-lo sem ostentação.

Há muita transformação do evangelho que não se permite ser transformado pelo Evangelho verdadeiro.

Rotular as pessoas que resistem serem manipuladas e pastores que saem dessas igrejas de:

Insubmissos, orgulhosos, corações endurecidos etc.

Isto seria agir como se fosse o próprio Deus na vida das pessoas.

Nosso JUIZ é Cristo, porém temos a consciência cristã de que o verdadeiro Evangelho sempre prevalecerá. O que fazemos é levar a quem deseja ouvir de que existem contradições prejudiciais que não podem passar despercebidas em relação à Palavra de Deus.

Data: 15/9/2011 09:02:22
Fonte: http://www.creio.com.br/2008/lideranca01.asp?noticia=554
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