“Maldito quem fizer a obra do Senhor de forma negligente!…” – Jr 48.10 (Almeida Século 21).
Se o versículo contivesse apenas esta declaração já seria
chocante. Mas a segunda piora a situação: “Maldito o que poupar a sua
espada de derramar sangue!”. É uma profecia contra Moabe. Deus anuncia
sua ruína e manda destruidores contra Moabe. E estes devem fazer o
serviço bem feito. Ai deles se pouparem Moabe! Ai deles se fizerem esta
obra de condenação divina com negligência.
A questão é impressionante. Se Iahweh não tolera má vontade na
destruição tolerará má vontade na construção? A construção do reino de
Iahweh, cujas bases foram estabelecidas por Jesus Cristo, e de modo tão
caro (seu sangue) pode ser feita de maneira relaxada?
A negligência na obra de Deus é pecado
contra ele e seu reino. Com que facilidade cometemos este pecado!
Sermões sem preparo, na empáfia de quem tem uma linha direta com Deus ou
que grita bem ou sabe se expressar bem, e assim o pregador não gasta
tempo com a Palavra e com a oração. É o solista que canta sem treinar,
que nunca melhora e não ensaia. É o professor de EBD que não prepara a
lição, e leva a classe no bate papo amigável, mas sem acréscimo
espiritual para os alunos. São os instrumentistas que não estudam, tocam
os mesmos acordes, sem aperfeiçoamento, sem procurar melhorar. Barulho
substitui capacidade, na compreensão de muitos, hoje.
A desculpa de que “É para Deus e não para os homens” é pretexto para
muito trabalho mal feito. Para Deus deve ser sempre o melhor. E não é
verdade que cantamos ou pregamos apenas para Deus. Ora, se quem canta só
canta para Deus, cante em casa, no banheiro. Pelo menos não envergonha o
evangelho. Na igreja, o que fazemos tem direção dupla. É para Deus e é
para os homens. O culto é para Deus, mas é público. Sempre digo aos meus
alunos de Homilética que pregar não é apenas expor a Palavra de Deus. É
expor a Palavra de Deus aos homens. Por isso deve ser feito
com esta consciência de que Deus merece o melhor, mas a igreja também
merece o melhor. O povo não crente merece receber a melhor mensagem,
ouvir o melhor testemunho, ter o melhor louvor. O que vale a pena ser
feito deve ser bem feito. E muito mais no terreno espiritual.
Não seja negligente. Não use a desculpa de que “é para Deus” e por
isso, qualquer coisa serve para ele. Você se preparara para provas, para
testes, para concursos. E se no seu trabalho for negligente, será
despedido. Nunca dê a Deus e não faça para Deus menos do que faz para as
pessoas. Ele merece sempre o nosso melhor. Por Malaquias ele reclamou
que o povo dava o melhor para o governante, mas para ele dava o bagaço:
“Pois quando ofereceis em sacrifício um animal cego, isso não é mau? E
quando ofereceis o coxo ou o doente, isso não é mau? Ora apresenta-o ao
teu governador; terá ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua pessoa? diz
o Senhor dos exércitos. Agora, pois, suplicai o favor de Deus, para que
se compadeça de nós. Com tal oferta da vossa mão, aceitará ele a vossa
pessoa? diz o Senhor dos exércitos” (Ml 3.8-9).
Deus considera o negligente para destruir como maldito. Você é
chamado para construir. Seja mais competente, ainda! Faça sempre o
melhor! Dê sempre o melhor para Deus!
Artigo retirado do site: http://www.isaltino.com.br/2009/11/maldito-seja-o-negligente/#more-1048 do Pastor Isaltino Gomes.
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