Sejam bem vindos!

"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." (2 Tm 2:15)

terça-feira, 31 de julho de 2012

Crente Avestruz!

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 29.7.12

               Éramos um grupo de cinco, indo a Calçoene. Saímos três de Macapá, passamos em Ferreira Gomes onde pegamos o casal missionário, e paramos em Tartarugalzinho. Abastecemos, tomamos um café sofrível, e espairecemos um pouco. O lugar é interessante. Além do leite de búfala, há avestruzes. Êta bicho esquisito!

     Comentei que Deus pôs coisas bonitas no mundo, mas também cada coisa feia! Hipopótamo, lacraia, escorpião e o avestruz. Mais de dois metros de altura, pescoço fino, enrugado, cabeça pequena com penas escassas, bico feio, e um pé pra lá de horrível. Quando se distribuiu feiura no mundo, o avestruz pulou na frente e gritou: “Eu, primeiro eu! Quero tudo!”.
     Quando saíamos, um dos membros de nossa equipe me perguntou se eu conhecia o crente avestruz. E explicou: “É aquele que come de tudo, sem selecionar nada!”. Sim, conheço muitos crentes avestruzes. Assistem tudo que é programa que se diz evangélico, leem tudo que lhe cai às mãos, sem senso crítico, fazem uma salada de conceitos e depois vão regurgitar em sua igreja.

     Um crente avestruz se encantou com a ideia de orar pelos anjos para fortalecê-los, com base em um sermão que torceu Daniel 10.20. Quando sua igreja não quis, ele saiu e organizou um movimento de intercessão angelical. O problema é que o regurgitamento do crente avestruz acaba saindo e cai nos demais que não querem a esquisitice de que ele se alimentou. E termina no gabinete pastoral, que recebe toda sorte de “avestruzice”. Pastor ouve cada uma!
     As pessoas não querem a simplicidade do evangelho (1Co 15.1-4). Paulo já receava que os cristãos se desviassem da simplicidade que há em Cristo (2Co 11.3). Os avestruzes de hoje querem novidades e “coisas tremendas”. São fascinados pelo bizarro. Seu evangelho é mais enfeitado que jegue de cigano.
     O alimento simples do evangelho tem substância, alimenta bem e dá saúde. Para que inventar? A Palavra de Deus é suficiente. É dela que devemos extrair nosso alimento. “Come este livro!” (Ez 3.1 e Ap 10.9) mostram que é do Livro que vem de Deus que devemos nos alimentar. Nada de gurus, caboclos evangélicos de reza forte, exotismos ou descobertas que nunca alguém viu em dois mil anos de cristianismo.
     Não vá atrás de invenções e novidades, nem coma e beba qualquer coisa espiritual. Não seja um crente avestruz. Alimente-se sadiamente. Seja seletivo.

Fonte:  http://www.isaltino.com.br/2012/07/o-crente-avestruz/#more-2557

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Competência e Eficácia

   
    
     Observando o universo cristão sob o ângulo da missão - seja na formalidade de um ministério definido ou na informalidade de um serviço diário - percebe-se claramente a necessidade de equilíbrio entre competência e eficácia.

     Competência é a capacidade adquirida em alguma área. Isto é, capacidade para aprender uma língua, estudar uma cultura, liderar uma equipe, evangelizar um grupo, coordenar um projeto social ou plantar uma igreja. Não é a ação em si, mas a aptidão de agir. A competência é reconhecida pelos que estão ao redor, produz segurança e transmite credibilidade.

    Já a Eficácia é a capacidade transformada em ação. Enquanto a competência está enraizada na capacidade, a eficácia é demonstrada na realização. Ela está presente, especialmente, em processos mais objetivos, proativos e simplificados. Podemos pensar que “competente” é quem sabe o que está fazendo e “eficaz” é aquele que dá conta do recado.

      Há também quem diga que a distância entre a competência e a eficácia é a mesma entre o engenheiro e o construtor. Precisamos de ambas, ou melhor, de um equilíbrio entre as duas forças. A competência nos direciona à aptidão para um trabalho sério, bem embasado e com conhecimento de causa. A eficácia nos leva para a reta final, para a produção, ajuda-nos na objetividade e na manutenção do foco de nosso trabalho.

     Observando a caminhada da Igreja brasileira -  e sua relação com a missão -  causa-me temor perceber os dois extremos, igualmente danosos. Competência sem eficácia gera especialistas, mestres e doutores das áreas de conhecimento da missão, porém sem iniciativas aplicadas aos que sofrem, desconhecem o Evangelho ou necessitam de pastoreio. Eficácia sem competência gera ações pragmáticas, desmedidas e, mesmo, antibíblicas, que mais espalham do que juntam.

     Destino estas próximas linhas àqueles que se encontram na segunda categoria - competência sem eficácia -, por entender que é um perigo mais iminente em nossos círculos. Enquanto valorizamos de forma exclusivista o conhecimento e as respostas em detrimento das relações e iniciativas, corremos o risco de nos perder nas questões “de meio”. O perigo é chegarmos ao final de uma temporada com muito conhecimento, mas pouca aplicação.  Muita compreensão, mas pouca produção. Com mais competência que eficácia.

    É rotineiro observar que assuntos de menor importância (ou pouco associados ao nosso alvo maior) ganhem o centro do palco de nosso dia a dia, o que pode nos levar à frustração de vida e ministério em algum ponto.

     Devemos sempre relembrar a pergunta chave: qual o presente objetivo de minha vida e ministério? A resposta deve nos conduzir de volta ao essencial. Paulo entendia que a finalidade da igreja era a glória de Deus e a sua prioridade era proclamar Cristo onde não havia sido anunciado. Estes são os grandes alvos. Ao longo da estrada estes alvos maiores se traduzem em objetivos temporários como o testemunho na família, o discipulado de um irmão, a colaboração no orfanato, a ajuda ao que está caído ao longo do caminho ou a busca por uma vida mais santa.  Neste caso é importante que nos perguntemos se as práticas associadas a estes objetivos estão no centro do palco da nossa vida. E para saber localizar o assunto no palco você pode seguir esta pista: o que consome o seu tempo, energia e dinheiro é o que está no centro do palco.

     Gosto de observar missionários. Ouvi-los contando suas histórias e ver como agem nos campos. Há algum tempo, tivemos a oportunidade de trabalhar com aproximadamente 30 missionários que atuam em áreas desafiadoras do norte da Índia. Não tenho dúvida: os que conseguem equilibrar a competência e eficácia completam a carreira olhando com mais alegria para trás. Esses aproveitam a oportunidade para conhecer as estratégias, técnicas, política, língua, cultura e vida em equipe, mas ao mesmo tempo não se deixam amarrar com as questões “de meio”. Correm para a realização dos objetivos prioritários. Os que não equilibram tendem a se frustrar, seja por conhecimento sem prática ou prática sem conhecimento.

     É preciso simplificar nossos pensamentos e dias para caminharmos bem, tendo em mente, de forma clara, qual o presente objetivo do Senhor para cada um de nós, na estrada que trilhamos. Pensemos em uma pequena equipe que chegou a Nova Deli para trabalhar com crianças dalit. Se pela manhã estudam a estratégia para o trabalho com as crianças abandonadas, preparam o material e conduzem o treinamento necessário, e pela tarde e noite estão nas ruas conversando com essas crianças e conduzindo-as a um abrigo - e a Jesus -, está clara e abençoada conciliação entre competência e eficácia. É simples assim.

     Que o Senhor nos ajude a equilibrar sempre a balança em nossas vidas e nos livre de correr atrás do vento. Coloquemos no centro do palco aquilo que, para o Senhor, é mais valioso.

Fonte: http://www.ronaldo.lidorio.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=156&Itemid=26

Missionário Ronaldo Lidório

Um louvor de exaltação a Deus!


terça-feira, 24 de julho de 2012

Acríticos conformados: Uma forte tendência na Igreja brasileira

     Um perigoso bloqueio intelectual está sendo inserido na mente dos cristãos da igreja brasileira. Trata-se de uma onda de conformismo acrítico, ou seja, a aceitação cômoda de não criticar as palavras e atitudes das pessoas no ambiente eclesiástico, impossibilitando o crente de provar pensamentos e atitudes de maneira biblicamente racional.
     O apóstolo Paulo adverte que a nossa fé não deve ser irracional: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12:1, negrito meu).[1] O reformador Calvino alertou que “a fé não consiste na ignorância, senão no conhecimento; e este conhecimento há de ser não somente de Deus, senão também de sua divina vontade.”[2] Excluindo o senso racional, o cristão ficará intelectualmente enfraquecido e mais propício a aceitar os enganos dos falsos profetas que Cristo nos alertou: “levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” (Mt 24:11).

     Em primeira análise, percebemos que este bloqueio intelectual é resultante dos famosos terrorismos espirituais, causados por clichês como “não toqueis nos ungidos de Deus” e “não devemos julgar”, que infelizmente são ensinados e defendidos por muitos líderes. Porém, é importante salientar que na verdade trata-se de conceitos teológicos errôneos, dos quais tem como objetivo impossibilitar a pessoa de desenvolver suas faculdades mentais de raciocínio lógico, facilitando o falso líder a ter um controle manipulável dos membros de sua respectiva comunidade.

     Aqueles que são resignados a esta condição acrítica, acomodam-se na posição irracional de “crente manipulado”, bloqueando qualquer ação iniciativa e inibindo o desejo de evoluir teologicamente. Ou seja, o crente estará sujeito à restrição de qualquer questão doutrinária e/ou moral, aprisionando sua mente ao ponto de não conseguir discernir mais o certo do errado. Neste caso, as verdades absolutas estão enganosamente contidas nas palavras de seus respectivos líderes e não na Bíblia. Com isso, não há entendimento bíblico correto dos textos sagrados, fazendo com que nos ambientes eclesiais os falsos conceitos ensinados sejam tidos como verdades espirituais absolutas e inquestionáveis.

     Para as pessoas nessas condições, uma exortação vinda de alguém sobre o perigo eminente decorrente de algum erro teológico, praticamente não possui efeito, pois a comodidade e a cegueira espiritual é um impedimento para tais pessoas crescerem e se aprofundarem nas verdades bíblicas, bem como desenvolver a verdadeira fé cristã com discernimento e senso crítico. Afinal, a mentira dita várias vezes pelo falso líder torna-se verdade absoluta e a ideia apócrifa do “ungido de Deus incriticável” é facilmente implantada.
Na verdade, seguir este conceito é um tremendo engano, pois a Bíblia mostra exatamente o contrário! Um exemplo claro está em Atos 17:11, onde narra que os crentes de Beréia eram pessoas nobres, porque conferiram nas Escrituras o que ouviram de Paulo, para ver se, de fato, era verdade. Caro leitor, seja sincero! Você tem o costume de conferir na Bíblia tudo o que ouve e vê? Se a resposta for não, você pode estar vivendo algo parecido com o que descrevi acima.

     Neste caso, é necessário uma atitude urgente, voltando-se para a Bíblia antes que seja tarde, pois se a mesma é a nossa única regra de fé e conduta, devemos tê-la como bússola para todas as nossas atitudes. Caso contrário, estaremos inconscientemente negando a Bíblia e depositando a nossa esperança em homens. O primeiro passo é desmistificar os dois pontos principais que causam o comodismo acrítico, citados no começo desse artigo.

1 – Não toqueis nos ungidos de Deus!

     As passagens bíblicas utilizadas para defender que não devemos “tocar nos ungidos de Deus” são 1Sm 24:6 “E disse [Davi] aos seus homens: o Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, isto é, que eu estenda a mão contra ele, pois é o ungido do Senhor. Dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.” e Sl 105:15 “Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas”.
Baseado nesses dois versículos, muitos líderes tendenciosos criaram uma classe especial de crentes que, segundo eles, seriam absolutamente incriticáveis ou inquestionáveis, como se fossem mediadores exclusivos entre o homem e Deus. Isso é um tremendo engano, pois o nosso único mediador é Jesus Cristo (1Tm 2:5).
Biblicamente, ungir significa “derramar óleo sobre”. Na cultura judaica antiga, era a forma de oficializar um ofício de sacerdote, ou de reis, para credenciá-los a serem mediadores entre Deus e a humanidade. Por esta razão, Jesus é chamado de Cristo ou Messias, palavras que significam “ungido”.

     Em 1Sm 24:6, Davi está falando exclusivamente de Saul, que era ungido como rei. Em Sl 105:15, o salmista fala dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó. Em ambos os casos, o sentido de “tocar”, segundo o contexto, significa utilizar de violência física, maltratar, estender a mão contra. Em momento algum estas passagens são direcionadas contra questionamentos e/ou críticas. Se fosse assim, invalidaria a repreensão do profeta Natan a Davi (2 Sm 12:1-15), a crítica e repreensão de Paulo para com Pedro em seu erro doutrinário (Gl. 2:11-16) e até mesmo o próprio Jesus em várias críticas e repreensões que o mesmo fez aos fariseus (Mateus 23:23 e Lucas 11:23).

     No Novo Testamento, o termo “unção” (grego=chrisma) aparece apenas três vezes, dentro de uma mesma passagem, 1 Jo 2:20 e 27, na qual afirma que todos nós recebemos e temos conhecimento da “unção que vem do Santo“, ou seja, todos nós somos capacitados pelo Espírito Santo (2Co 1:21-22). Em comparação, a palavra “ungido” (grego=Christos) é direcionada exclusivamente para Cristo, nunca para os líderes da igreja, nem mesmo aos apóstolos.[3]

     Portanto, não existe qualquer possibilidade exegética que dê margem para aplicar as passagens veterotestamentárias em questão aos líderes da igreja, tornando-os incriticáveis e imunes a repreensões.

2 – Não devemos julgar!

     A primeira passagem Bíblica que devemos analisar, talvez seja a mais usada para afirmar que não devemos julgar aqueles que ensinam conceitos contrários as Escrituras. Trata-se de Mateus 7:1 “Não julgueis, para que não sejais julgados.” Pegando este versículo isolado, de fato, a interpretação será absoluta para “não julgar”. Porém, jamais devemos interpretar textos bíblicos de maneira isolada, retirando as passagens de seus respectivos contextos. E o contexto direto da passagem nos diz claramente que Jesus não proibiu o julgamento em si, mas um tipo de julgamento específico. Vejamos: “Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão.” (Mt 7:2-5)

     No versículo 1, Jesus disse aos judeus que eles não deveriam julgar. Já do versículo 2 em diante, Cristo dá a razão pela qual eles não poderiam julgar: o julgamento hipócrita! Os judeus estavam condenando os pecados dos irmãos, porém eles próprios estavam praticando as mesmas coisas (e até piores). Imagine como exemplo, uma mulher que abortou uma criança criticando um bandido que matou alguém em um assalto! Por fim, no versículo 5, Cristo diz que devemos primeiramente corrigir os nossos próprios pecados, para somente depois ajudar o nosso irmão, corrigindo-o de seu erro.

     Outra passagem bastante utilizada pelos líderes manipuladores é Romanos 14:10, onde diz: “Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo“. Da mesma forma que Jesus, Paulo não está condenando o julgamento em si, mas sim um julgamento específico. Segundo o contexto, alguns irmãos recém convertidos eram legalistas, com isto os cristãos mais experientes estavam ficando impacientes. Paulo faz uma exortação para que os mesmos sejam mais tolerantes e não julguem os débeis (fracos) na fé, acolhendo-os com aceitação, pois com o tempo o amadurecimento viria naturalmente. Vale lembrar que, o que estava em questão não eram assuntos que comprometiam a ortodoxia cristã, mas sim pontos secundários da fé. Se fosse algo que comprometesse a fé cristã, Paulo com certeza teria outra atitude (Gl 1:6-7, 3:1-5, Fp 3:2, 18-19).

     A Bíblia claramente instrui os cristãos a julgar todas as coisas. Prova disto está em João 7:24: “Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça”. No contexto da passagem, Cristo está confrontando os judeus que questionaram sua doutrina, e tinham-no acusado de ter um diabo (vs 20) e de quebrar o dia do Sábado curando um homem (Jo 5:1-16). A questão colocada por Jesus é o ato de julgar de maneira exterior e superficial, ou seja, sem conhecer realmente os fatos, tornando o julgamento injusto. O ato de julgar “pela reta justiça” tem como premissa a lei de Deus como padrão pelo qual discernimos as coisas, pois a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática.

     1ª Coríntios 5 também é uma base bíblica importante a respeito do nosso dever de julgar. No versículo 3 Paulo declara, sob a inspiração do Espírito, que ele tinha julgado um membro da igreja em Corinto que estava vivendo no pecado de fornicação. Seu julgamento a tal pessoa foi “seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus”. Já nos versículos 9 a 13, Paulo lembra aos santos do seu dever de julgar as pessoas que estão dentro da igreja, se elas estão ou não obedecendo à lei de Deus. Aqueles que alegam ser cristãos e são membros da igreja, mas que são julgados como sendo desobedientes a qualquer mandamento da lei de Deus (vs 9-10), devem ser excluídos da comunhão da Igreja. Paulo, sob a inspiração do Espírito, diz para a igreja não tolerar pecadores impertinentes.

     Outras passagens bíblicas também indicam que é de nossa responsabilidade julgar. Jesus pergunta às pessoas em Lucas 12:57: “E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?”. Paulo orou para que o amor dos crentes em Filipos “aumentasse mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção” (Fl 1:9). Ele disse aos Corintos: “Falo como a criteriosos; julgai vós mesmos o que digo” (1 Co 1:15).
Os cristãos são solicitados a examinar tudo e reter o bem (1 Ts 5:21). Eles também são obrigados a provar se os espíritos são de Deus: “Irmãos, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas tem saído pelo mundo afora” (1 Jo 4:1). Mesmo nas reuniões cristãs eles devem “julgar” o que ouvem: “Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem” (1 Co 14:29). Os Crentes de Corinto receberam ordens para julgar imediatamente a imoralidade existente entre os seus membros (1 Co 5:1-8). Mesmo o estrangeiro de passagem não deve ser hospedado se for verificado que não se trata de uma pessoa alicerçada na verdadeira fé ( 2Jo 10,11). Deve ser considerado como anátema (maldição) àqueles que apresentarem algum tipo diferente de evangelho (Gl 1:9).

     Portanto, concluímos que biblicamente é dever de todo Cristão Julgar, fazendo juízo através de suas faculdades mentais de raciocínio. Se alguém ensinar algo em desacordo com as Escrituras – mesmo partindo do líder de sua igreja, esta pessoa deve ser confrontada com a Bíblia, obviamente com respeito e submissão. Ninguém, absolutamente, é intocável ou incriticável, pois não há respaldo bíblico para afirmar que exista um nível de “unção especial” que anule o raciocínio para o entendimento de qualquer coisa falada, ensinada e praticada. Tudo deve ser conferido na Bíblia.

     Por fim, alerto que este ato de julgar não significa fazer injúrias ou calúnias, com comportamentos de sarcasmo e desprezo sobre a pessoa que está no erro, mas sim deve ser feito com linguagem sadia e irrepreensível, no âmbito teológico e moral (Tito 2:7-8, 1Pe 3:15-16). Se alguém está desviando-se do Evangelho e pregando heresias, a nossa obrigação é alertar, repreender, exortar e conduzir o pecador ao entendimento bíblico (2Tm 4:2-4). Caso a disciplina seja indispensável, a mesma deve ser aplicada com seriedade, amor e tristeza, sempre objetivando o arrependimento, e não a condenação eterna do pecador, algo que cabe exclusivamente a Deus.
Soli Deo Gloria!
Notas:
[1] – A tradução bíblica utilizada no artigo é a Almeida Revista e Atualizada – SBB.
[2] – CALVINO, João. As Institutas Vol. 3. Casa Ed. Presbiteriana. São Paulo, 1985. P. 25.
[3] – Concordância Fiel do Novo Testamento Grego-Português, Vol 2. – Editora Fiel
Fonte: Bereianos.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Precisamos rever nossos conceitos...

Por 
Colorado (EUA) Columbine High School, 20 de abril de 1999. Treze pessoas (12 alunos e um professor) foram mortas por dois estudantes, do mesmo colégio, que entraram atirando sem algum motivo aparente, depois das execuções os 2 alunos de 17 anos cada se suicidaram, entre os adolescentes mortos estava Cassie Bernall, ela havia resolvido se crucificar naquele dia que até então seria somente mais um dia aparentemente normal. Na invasão repentina um dos atiradores com a arma apontada para os alunos perguntou: “Os que crêem em Deus fiquem em Pé”, Cassie se levantou(ela sabia o que a esperava) e foi indagada “Você crê em Jesus?”, com os olhos fitos e após um silêncio momentaneo ela respondeu: “Yes, I Believe” (Sim, eu creio). O atirador perguntou: “Porquê?” e antes que Cassie respondesse ele disparou a arma. Cassie Bernall tinha apenas 17 anos, e dois dias antes tinha gravado um vídeo com seus colegas da igreja onde fez a seguinte afirmação:

     “Acho que a maneira que vou chegar no Reino é, sendo uma amiga leal, um bom exemplo para os não cristãos, e para os cristãos também. Tentando não me contradizer, me livrando de toda hipocrisia, e viver por CRISTO!“

     Alguns dias após sua morte, a família de Cassie achou um bilhete sem data no qual ela, que havia se desviado anos antes de sua morte, escreveu ao se decidir de vez por Jesus: “Desisti de tudo o mais – descobri ser esta a única forma de conhecer realmente Cristo e de experimentar o imenso poder que O trouxe de volta à vida, e entender o que significa sofrer e estar com Ele. Portanto, seja qual for o custo, serei alguém que vive na alegre certeza de uma vida como a daqueles que ressuscitaram de entre os mortos.”
Assim foi a vida de uma adolescente que decidiu se crucificar para o mundo, uma adolescente que se preocupou em apenas agradar o coração de Deus, que pedia para ser usada, que tinha a presença Dele como mantimento e assim aconteceu. O testemunho de vida de Cassie Bernall impactou milhares de vidas em todo o mundo, várias pessoas aceitaram Jesus e milhões de outras se reaproximaram do evangelho, sua vida inspirou e inspira até hoje a fé das pessoas, na escola em que Cassie estudava vários Jovens começaram a buscar a Deus por causa de seu exemplo de vida. Ela resolveu subir a Cruz, “era a hora, era o momento, era a dança dela”. Foi curto, mas foi o tempo certo para ela mostrar a intensidade de Deus na sua vida com aquela atitude e uma simples frase: “Sim, eu creio”. Cassie Bernall foi homenageada pelo mundo afora e recebeu uma música em memória do seu ato escrita pelo cantor: “Michael W. Smith”, na música: “This your time” Cassie aparece no vídeo que tinha gravado com seus colegas da Igreja, dois dias antes do acontecido.

     Se os antigos mártires da história cristã são um exemplo antigo pra você, acredito que Cassie seje [sic] então um mais próximo e ainda haverá mais exemplos como o dela no futuro, porque todos estes que entenderam a mensagem da cruz, morreram por algo eterno, Jesus vive!. “Céus e terra passarão mas a minha palavra não passará.”. Cassie Bernall desejou encontrar o noivo e foi atendida. Obrigado Jesus.
(Fonte: Geração que vive)
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E eu? E você? Faria o mesmo? Que Deus derrame sua graça e misericórdia em nós.
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