Sejam bem vindos!

"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." (2 Tm 2:15)

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Email para o Apóstolo Paulo

Amado apóstolo:

Estou escrevendo para colocá-lo a par da situação do Evangelho que um dia você ajudou a propagar para nós gentios, e que lhe custou a própria vida.

As coisas estão muito difíceis por aqui.

Quase tudo o que você escreveu foi esquecido ou deturpado.

Você foi bastante claro ao despedir-se dos irmãos em Éfeso, alertando que depois de sua partida lobos vorazes penetrariam em meio à igreja, e não poupariam o rebanho [1]. Palavras de fato inspiradas, pois isso se concretiza a cada dia.


Lembra-se que você escreveu ao jovem Timóteo, que o amor ao dinheiro era a “raiz de todos os males”[2]? Quero que saiba que suas palavras foram invertidas, e agora se prega que o dinheiro é a “solução” de todos os males.

Também é com tristeza que lhe digo que em nossa época ninguém mais quer ser chamado de pastor, missionário ou evangelista, pois isso é por demais humilde: um bom número almeja levar o título de apóstolo.

Sei que em seu tempo, os apóstolos eram “fracos… desprezíveis… espetáculo para os homens… loucos… sem morada certa… injuriados… lixo e escória” [3].

Agora é bem diferente.

Trata-se de uma honraria muito grande: acercam-se de serviçais que lhes admiram, quando viajam exigem as melhores hospedarias e são recebidos nos palácios pelos governantes.

Eles não costumam pregar seus textos, pois você fala muito da “Graça” e da “liberdade que temos em Cristo” [4].

Isso não soa bem hoje, pois a Igreja voltou à “teologia da retribuição” da Antiga Aliança (só recebe quem merece), e liberdade é a última coisa que os pastores querem pregar à suas ovelhas.

Você não é bem visto por aqui, pois sempre foi muito humano, sem jamais esconder suas fraquezas: chegou até reconhecer contradições internas, dizendo que não faz o bem que prefere, mas o mal, esse faz [5].

Eles não gostam disso, pois sempre se apresentam inabaláveis e sem espinhos na carne como você.

A presença deles é forte, a sua fraca [6], eles são saudáveis, você sofria de alguma coisa nos olhos [7], eles jamais recomendariam a um irmão tomar remédio, como você fez com Timóteo [8], mas aqui eles oram e determinam a cura – coisa que você nunca fez.

Você dizia que por amor de Cristo perdeu “todas as cousas” considerando-as refugo [9].

As coisas mudaram, irmão.

Agora cantamos: “Restitui, quero de volta o que é meu!”.

Vivo em uma cidade que recebeu o seu nome, e aqui há um apóstolo que após as pregações distribui lencinhos vermelhos encharcados de suor, e as pessoas levam pra casa, como fizeram em Éfeso, imaginando que afastarão enfermidades [10].

Sim, eu sei que você nunca ordenou isso, nem colocou como doutrina para a igreja nas epístolas, mas sabe como é o povo….


Admiro sua coragem por ter expulsado um “espírito adivinhador” daquela jovem [11], embora isso tenha lhe custado a prisão e açoites.

Você não se deixou enganar só porque ela acertava o prognóstico.

Hoje há uma profusão de pitonisas e prognosticadores no meio do povo de Deus, todavia esses espíritos não são mais expulsos, ao contrário, nos reunimos ansiosos para ouvir o que eles têm a dizer para nós.


Gostaria de ter conhecido os irmãos bereanos que você elogiou.

Infelizmente, quase não existem mais igrejas como as de Beréia, que recebam a palavra com avidez e examinem as Escrituras “todos os dias para ver se as coisas são de fato assim”[12].

Tem hora que a gente desanima e se sente fragilizado como Timóteo, o seu companheiro de lutas.

Mas que coisa bonita foi quando você o reanimou insistindo para que reavivasse “o dom de Deus” que havia nele [13].

Estou lhe confessando isso, pois atualmente 90% dos pregadores oferecem uma “nova unção” para quem fraqueja.

Amo esta sua exortação, pois você ensina que dentro de nós já existe o poder do Espírito, dado de uma vez por todas, e não precisamos buscar nada fora ou nada novo!

Nossos cultos não são mais como em sua época, onde a igreja se reunia na casa de um irmão, havia comunhão, orações, e a palavra explanada era o prato principal…. as coisas mudaram: culto agora é como fosse um show, a fumaça não é mais da nuvem gloriosa da presença de Deus, mas do gelo seco, e a palavra é só para ensinar como conseguir mais coisas do céu.

O Espírito lhe revelou que nos últimos tempos alguns apostatariam da fé “por obedecerem a espíritos enganadores” [14].

Essa profecia já está se cumprindo cabalmente, e creio que de forma irreversível.

Amado apóstolo, sinto ter lhe incomodado em seu merecido descanso eternal, mas eu precisava desabafar.

Um dia estaremos todos juntos reunidos com a verdadeira Igreja de Cristo.

Maranata!

Pr. Daniel Rocha

[1] At 20.23 [2] 1Tm 6.10 [3] 1Co 4.-9-13 [4] Gl 2.4 [5] Rm 7.19 [6] 2Co 10.10 [7] Gl 4.13-15 [8] 1Tm 5.23 [9] Fp 3.8 [10] At 19.12 [11] At 17.18 [12] At 17.11 [13] 2Tm 1.6 [14] 1Tm 4.1


créditos: http://thiagomendanha.blogspot.com/

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Os dons ministeriais - o dom do ensino


O termo mestre, como aparece em Efésios 4.11, significa literalmente ensinador. O próprio termo implica ensinar segundo os processos e métodos didáticos, apelando para as faculdades lógicas da mente, da razão.

Deus usa a mente do mestre. O mestre bíblico ocupa-se da doutrina, do ensino bíblico, portanto necessita dos dons da ciência e da sabedoria. Outro detalhe sobre esse ministério é que ele é, biblicamente falando, itinerante como o de evangelista.

É importante explicar aqui a má compreensão de 1 João 2.20,27, quanto ao ministério do mestre. Esses textos dizem: "E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo(...) E a unção, que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis". A explicação da suposta dificuldade está no versículo 26: "Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam". O que João está querendo dizer é que o crente não precisa dos que ensinam doutrinas extrabíblicas. Esse "alguém que vos ensine" trata-se "dos que vos enganam".

A Bíblia é, acima de tudo, um livro de doutrinas que precisam ser estudadas, compreendidas e expostas sob a unção do Espírito Santo, que inspirou essas doutrinas.

A doutrina bíblica trata-se de um ensino bíblico sistematizado. Nenhuma só doutrina aparece sistematizada na Bíblia. Isto é, organizada, desdobrada, esboçada. Nem aparece isolada em um só lugar. Essa sistematização vem por catalogação textual e conceptual desse ensino ou princípio bíblico. Quanto mais completa for essa sistematização, mais completo será o estudo dessa doutrina.

O mestre deve aprofundar-se nas ciências bíblicas da exegese e da hermenêutica, sem jamais deixar de depender do Espírito Santo para capacitá-lo e dirigi-lo no preparo de estudos e sermões, e na exposição da Palavra.

Não se conhece entre nós uma igreja que sustente um mestre para exercer o ministério de ensino, assim como sustentam seus pastores, se bem que todo pastor também tem que ensinar pela natureza do seu cargo. O resultado disso é crise, pobreza e problemas na área do ensino da Palavra.

O estudo bíblico

O mestre deve enfatizar em seu modo de ministrar o estudo temático da Bíblia. Agora, há vários tipos de estudo bíblico conforme a necessidade da ocasião. Há o devocional, o doutrinário, o auxiliar, o de treinamento e o de orientação.

Vejamos alguns passos no preparo de um estudo bíblico. Mas, antes, é importante atentarmos para o que diz Lucas na introdução de seu Evangelho: "Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio e foram ministros da Palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio, para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado", Lc 1.1-4. Lucas fala que consultou fontes e que preocupou-se em transmitir o que ouvira com exatidão e em ordem.

Os passos de preparação de um estudo bíblico são:
a) Orar, orar e orar!
b) Estudar o assunto na Bíblia, fazendo apontamentos pessoais.
c) Consultar fontes auxiliares (de confiança), como os próprios apontamentos pessoais.
d) Ordenar o material de estudo coletado.
e) Esboçar o estudo. Para isso é preciso saber fazer esboços.
f) Preparar finalmente o estudo. É dar-lhe sua redação final.
g) Conferir cuidadosamente o estudo, tanto o texto com as referências bíblicas. Saber mesmo a diferença entre uma referência real e uma referência verbal.

Dois alertas aos mestres

Agora, é importante darmos dois alertas para os que ensinam na Igreja. O primeiro está em 1 Coríntios 8.1: "A ciência incha, mas o amor edifica". É preciso que o mestre seja humildade. Apolo era mestre erudito, mas humilde: "E chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, varão eloqüente e poderoso nas Escrituras. Este era instruído no caminho do Senhor; e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João. Ele começou a falar ousadamente na sinagoga. Quando o ouviram Priscila e Áquila, o levaram consigo e lhe declararam mais pontualmente o caminho de Deus". Apolo, mesmo sendo erudito, se dispôs a aprender.

O segundo alerta diz respeito aos cismas. Os cismas que vêm dividindo a cristandade desde a fundação da Igreja são quase sempre originados pelos mestres, teólogos, escritores e professores. A Palavra de Deus adverte que o julgamento do trabalho do mestre perante o tribunal de Cristo será mais rigoroso e mais exigente: "Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo", Tg 3.1.

Os dons ministeriais operando em Jesus

Jesus é o maior exemplo de obreiro em toda a Bíblia Sagrada e em todos os tempos. Ele deve ser o nosso modelo, o padrão a ser seguido.
Jesus como apóstolo: Hb 3.1; Jo 12.3).
Jesus como profeta: Lc 24.19; At 3.22.
Jesus como evangelista: Lc 4.18-19; Lc 20.1; Is 61.1.
Jesus como pastor: Jo 10.10; Hb 13.20; 1Pe 5.4.
Jesus como mestre: Jo 13.13; Mt 26.55.
 
Pr. Antonio Gilberto
Fonte:http://www.cpadnews.com.br/blog/antoniogilberto

Obs: É muito edificante ler os ensinamentos do Pr. Antonio Gilberto, o considero como mestre por excelência. Precisamos de mais mestres nos dias de hoje, homens que se esmerem no dom que receberam de Deus para exporem a Palavra de Deus. Os sete passos que o Pr. Antonio Gilberto listou na preparação de um estudo bíblico demonstram o preço que o mestre tem de pagar para cumprir com eficiência o ministério que recebera do Senhor Jesus. O nosso amado escritor nos lembra ainda que além desse "preço" pago aqui na terra, sofreremos o mais duro juízo (Tg 3:1), ou seja, "pagaremos outro preço" depois que findar nossa vida terrena, pelo simples fato (simples?), de termos a incumbência de ensinar a Igreja do Senhor! Que o Senhor nos ajude! 
Paulo Nassif

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Pessoas não mudam

Todos tendem a permanecer sendo o que sempre foram; é preciso aprender a conviver com os outros como eles são.


Pessoas não mudam. Elas falam em mudar, mas não mudam. Na verdade, mudam apenas quando não têm outra alternativa. Essa é a tese de Po Bronson em seu livro O que devo fazer da minha vida? (Editora Nova Fronteira), onde relata quarenta histórias tiradas de 900 entrevistas com gente de tudo que é tipo.

Na verdade, Po Bronson é um otimista. Em novembro de 2004, a megacorporação IBM realizou sua conferência de “Inovação Global”, quando reuniu alguns dos melhores cérebros do planeta para propor avanços científicos e tecnológicos capazes de solucionar os grandes problemas mundiais. No topo da agenda estava o setor da saúde, que custa aos Estados Unidos 1,8 trilhão de dólares anuais (três vezes o PIB do Brasil). A grande conclusão a que chegaram foi que muito desta dinheirama seria economizada se as pessoas estivessem dispostas a mudar seus hábitos alimentares e seu estilo de vida. Mas uma pesquisa realizada para subsidiar a discussão mostrou que, mesmo diante da morte iminente, apenas uma entre 10 pessoas mudam seu jeito de pensar e agir. Em outras palavras, para a pergunta: “Se fosse dada a você a opção de morrer ou mudar, o que escolheria?” De cada 10 pessoas, apenas uma escolheria mudar.

Sou tentado a concordar. Ao longo de mais de 20 anos de atividade pastoral, vi muito pouca gente mudando de verdade. Mudanças cosméticas, apenas comportamentais, vi aos montes – mas estruturais, foram poucas. As pessoas tendem a ser o mesmo que sempre foram: os tímidos continuam tímidos, os eufóricos permanecem eufóricos, as mulheres dominadoras seguem dominando, os maridos passivos continuam no cabresto, os trabalhadores continuam trabalhando, o hipocondríacos continuam lendo bulas e por aí vai. Freud explica. Literalmente.

Outro dia fui interpelado por uma jovem após uma de minhas palestras. Seu semblante demonstrava apreensão e sofrimento. Foi direta ao ponto: tinha um noivo um pouco violento, que já a havia agredido duas vezes, mas que sempre chorava, pedindo perdão e prometendo não repetir as agressões. Depois, fez a pergunta: “Pastor, devo me casar com ele?” Contrariando um procedimento padrão, respondi de maneira direta: “Apenas se estiver disposta a apanhar pelo resto da vida”. É claro que acredito que aquele sujeito pode mudar. Mas como não podemos ter certeza disso, disse à moça que deve se casar somente na hipótese de acreditar que poderá conviver com o marido, mesmo que ele não mude.

Depois daquela conversa, reavaliei minha fé, minha crença no poder transformador do Evangelho e na força da graça. Onde já se viu, um pastor pessimista quanto à mudança das pessoas! Logo eu, que acredito que a transformação pessoal à imagem de Cristo é essencial à mensagem cristã e que o maior problema do ser humano não é o diabo, nem o mundo mau, nem nada que exista do lado de fora, mas seu inimigo íntimo, que habita suas entranhas. Após tantos anos presenciando conversões extraordinárias, cheguei ao ponto de duvidar que as pessoas mudam; ou pior – acreditar que a verdade maior é que as pessoas não mudam mesmo.

Precisei percorrer todo o caminho novamente. Revisei o que me ensinaram, e cheguei a conclusões preliminares que, pelo menos a mim, me fizeram mais sentido. Primeiro, considero que as mudanças de que fala o Evangelho não são necessariamente estruturais, na personalidade ou na índole das pessoas, mas em seus valores, seus amores, e portanto, seus objetos de devoção. A grande mudança do Evangelho não é “eu deixar de ser eu”, mas eu me render à vontade do meu novo Senhor, isto é, não mais o meu eu, mas o Cristo, que vive em mim.


Muita coisa na vida muda, mas continuamos sendo nós mesmos. A conversão não implica na despersonalização. Ela não apaga tudo o que vivemos e nos fez o que somos. Mas após a rendição a Cristo, toda a vida passa por uma revisão, e, necessariamente, deixa-se de fazer muita coisa. E passa-se a fazer outras. Não por obrigação ou culpa, mas por uma nova orientação da vontade: afinal, mudou o objeto de devoção. As figuras “morte e ressurreição”, ou “novo nascimento”, que simbolizam o antes e o depois da experiência mística-espiritual cristã, significam passar a viver orientado para outra direção. Não é que tenhamos mudado – o que mudou foi a maneira como convivemos com o que sempre fomos, e provavelmente vamos continuar sendo. O extraordinário nisso é que já não somos mais obrigados a ser o que sempre fomos. Não estamos mais escravizados a realizar a sina da nossa personalidade nem a cumprir o vaticínio das marcas que a vida deixa. Somos livres: livres para nos reinventarmos, livres para virmos a ser e, inclusive, livres para continuar sendo o que sempre fomos. O que muda é que nos relacionamos de maneira tão diferente conosco mesmos, que as pessoas ao nosso redor dirão que parecemos outra pessoa. Conhecemos a verdade, e a verdade nos libertou. Na verdade, as pessoas mudam, mas em número, profundidade e velocidade inferiores ao que desejamos: pouca gente, mudanças razoavelmente superficiais e lentas. Portanto, aprenda a conviver com as pessoas do jeito que as pessoas são. Não passe a sua vida tentando mudar os outros: seu cônjuge, seus filhos, seus amigos, seu chefe ou colegas no trabalho. Deixe isso nas mãos de Deus, à mercê da graça. Conviva a partir da gratuidade: paciência nos processos, perdão, mais amor, entrega e serviço do que cobranças, exigências e condições. Aprenda a se relacionar com os outros do jeito que eles são. Não tente fazer novas as pessoas. Faça novos acordos. Você vai ver como sua vida vai mudar. E os outros também.


Ed René Kivitz
é escritor conferencista e pastor da Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo

http://www.eclesia.com.br/colunistasdet.asp?cod_artigos=397

sábado, 18 de agosto de 2012

Confissões de um viciado em Facebook

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” João 1:14

Volta e meia, leio algum artigo ou mais um estudo falando sobre os efeitos negativos do facebook. Já chegou até ao ponto de ser associado a casos de depressão. Coisa de louco! E aí comecei a pensar sobre o assunto…
 
Qual é a grande graça do facebook? Qual é a jogada que deu certo? Qual é o segredo do Mark Zuckerberg? Bem, ele simplesmente enxergou uma necessidade primordial do homem e trabalhou em cima disso. Ou será que foram os irmãos Winklevoss? Enfim. Isso aí é conversa para os tribunais.

Por que será que não conseguimos ficar longe do facebook? Entramos para passar uns dez minutinhos, e quinze minutos depois passaram-se três horas. Não vemos o tempo passar. Mas somos fisgados por essa ferramenta social. Por que? Bem… pessoas. Simplesmente. O homem não nasceu para viver só, seja casamento ou amizade. Eu preciso me socializar com outros. E o facebook “permite” justamente isso. E não só o facebook. Desde as épocas de ICQ, MSN, orkut, fotolog, fotolist, blogs, vlogs, twitter, skype, Hi5, linkedin e por aí vai. As ferramentas sempre foram das mais variadas. O objetivo continua sendo o mesmo.
Mas será que essas ferramentas são eficazes em alcançar esse objetivo?

Vamos viajar um pouco…

Quantos conhecem a Mona Lisa, o famoso quadro de Leonardo da Vinci? Difícil não conhecer. Aquela jovem sentada com vestido escuro e cabelos negros lisos com um esboço de sorriso. Tipo Gioconda. Já virou, inclusive, até piada no nosso querido facebook numa suposta propaganda de alisamento de cabelo (Mona lisa X Mona crespa). Você sabe de qual quadro estou falando. Porém, reza a lenda que quando as pessoas vão visitar o quadro em si, a tela exposta no museu do Louvre, ficam um pouco desapontadas. Como? Acham a tela pequena. Ou seja, pessoas que nunca viram a tela pessoalmente se decepcionam com o tamanho reduzido do famoso quadro. Desapontamento vem de uma esperança ou expectativa frustrada. De onde veio tamanha expectativa em torno de algo que jamais se conheceu? Bem, a fama, a reputação da senhora Lisa Gherardini se tornou algo numa proporção tão grandiosa que superou o próprio quadro em si. Não faz sentido. A origem da reputação (o quadro) está aquém da reputação construída em torno da obra. Ou seja, a origem do frisson deixa a desejar. Devido a tantas reproduções e, de certo modo, falsificações da obra, o quadro original perde valor. Cria-se um simulacro, uma reprodução imperfeita, uma simulação a tal ponto que aquilo que inicialmente lhe conferiu sentido torna-se vazio. O quadro em si, por mais que nunca tenha-se verdadeiramente conhecido, se torna uma decepção.

O que o facebook está fazendo com nossos relacionamentos? O quanto será que essa ferramenta de socialização está criando um simulacro de amizade ou até corrompendo a maneira como nos relacionamos com o próximo?

Estou beirando os dois mil amigos no facebook. Amigos? Olhando para esta lista, eu talvez conheça (e por conhecer quero dizer com quem troquei palavras ao vivo, no mínimo) metade. Dessa metade, talvez quinhentos (estou chutando alto) sejam pessoas que vejo face a face algumas vezes por ano. Há muitos colegas de colégio com quem não falo há quase dez anos. Há outros que conheci numa viagem que fiz e com quem passei uma semana muito legal. E há outros com quem se quer troquei uma palavra na vida. Não faço a mínima ideia de quem são. Quando alguém me adiciona, não faço muita questão de filtrar. Como escrevo um blog e viajo bastante pela minha função na editora, imagino que sejam pessoas que acompanham meus textos ou com quem esbarrei numa conferência. Mas além disso, nunca trocamos uma palavra se quer. Já tive quem me encontrasse num congresso e perguntasse: “Você é o Andrew do blog do Andrew?” Respondo que sim. Isso é legal, porque a partir disso inicia-se uma conversa e posso até ter uma resposta aos meus textos. Mas em outros casos, alguém chega pra mim e fala: “Oi Andrew, sou seu amigo no facebook.” E fica aquele silêncio. Respondo educadamente, mas não sei muito o que dizer. Nem ele. Continua o silêncio estranho, como se tivéssemos uma relação estabelecida anteriormente e aqui estamos “botando o papo em dia”. Mas nunca houve papo. Nunca conversamos. No lugar de começarmos uma conversa nova e criarmos algo a partir do zero, fica aquela reputação, uma ideia de que já somos amigos. 

Será?

Como é que se conhece alguém via facebook? De verdade? Eu não coloco tudo que sou no “face”, até por uma questão de segurança. Recentemente, um parente meu começou a namorar e me espantei quando dei de cara com ele e a menina. Minha reação inicial foi preocupante: “Mas você não atualizou seu status no facebook! Como assim você está namorando?” Só foi depois que me dei conta do que eu tinha pensado. Temos agora o timeline, para a angústia de muitos. Mais uma ferramenta para postarmos nossa vida (ou pelo menos aquilo que queremos que seja conhecido) na internet. “Fulano anda sumido, afinal, quase não posta mais no facebook.” “Estou achando que o João não vai com a minha cara, afinal, ele não respondeu à minha solicitação de amizade no facebook.” “Ela está de mal comigo. Sei disso porque ela não curtiu aquela foto em que estamos juntos. Se quer comentou no meu status hoje.”

Criamos uma nova modalidade de relacionamento, e nós estamos viciados. Sou o primeiro a admitir o quanto o facebook tem me feito mal. Estou “por dentro” da vida de pessoas que, na vida real, não fazem parte da minha realidade. Faz mais de oito anos que eu não vejo aquela menina com quem eu estudei ao longo de quinze anos. Hoje eu sei que está casada. Legal. E aí? Alguém fez aniversário, logo, mandei um recado e tá tudo certo. Quando foi a última vez que você ligou para alguém no seu aniversário? Pior, quando foi a última vez que você falou encontrou alguém na semana do seu aniversário e pensou: “Ih caramba, não dei parabéns. Mas deixei recado no face, então tá legal.” Como é que a gente foge de encontros reais e saudáveis lançando mão da praticidade do facebook? É só postar uma foto, entrar no chat, mandar uma mensagem, criar um evento e tá tudo certo.

Fico pensando em quando lançaram o cinema 3D e muitos começaram a ter dor de cabeça e náuseas (fui ver Avatar e aconteceu comigo). Li um estudo que fala que isso acontece porque o cérebro percebe o movimento e se prepara para que o corpo responda. Na falta de resposta, da reação normal à percepção de movimento, essa mistura de sinais causa esses efeitos colaterais. Será que o mesmo não acontece com o facebook? O meu cérebro percebe uma realidade e se prepara para uma interação social, mas o meu dia a dia não corresponde àquilo. Será que é daí que vem meu mal estar?

Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Deus é um Deus relacional. Pai, Filho e Espírito Santo vivem numa eterna comunhão relacional perfeita. Ao enviar Cristo para morrer em nosso lugar, o Pai quebrou a barreira entre os mundos divino e material (dando um nó na cabeça da filosofia platônica) e se colocou como homem, ao nosso lado, para morrer em nosso lugar. Fomos criados, tanto biologicamente quanto emocionalmente, para isso. A Bíblia fala tanto da necessidade de interagir, aprender e servir o próximo e tantas coisas mais.

Por que será que o facebook causa depressão? Qual será o desapontamento causado por esse site de relacionamentos? Ele toma o lugar (teoricamente) das nossas relações humanas. Por mais que estejamos em contato com nossos amigos ao redor do planeta, continuamos a mercê da telinha intermediária que tira nosso sono com “apenas mais cinco minutinhos antes de dormir”.

Sou o primeiro a dizer o quanto o facebook tem me feito mal. O problema é que estou viciado nele e não sei como largar.

Facebook é legal, é prático. Mas nenhuma mídia, por mais social que seja, é capaz de transmitir a nuança de um sorriso, a firmeza de um aperto de mão, uma gargalhada constrangedora, um espirro dado fora de hora, uma palavra balbuciada, uma voz trêmula, um choro engasgado, um cheiro gostoso ou um abraço apertado.
Tenho que reaprender a me relacionar com pessoas, e creio que não sou o único.

 Fonte: http://www.artedechocar.com/

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Corrupção na Religião - TV Mackenzie - Dr. Paulo Romeiro

O CARÁTER DOS HOMENS EM DIAS TRABALHOSOS

SABE, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. (II Timóteo 3:1-5)
"Sobrevirão tempos trabalhosos", é o que nos exorta o Espírito Santo a partir da vida e ministério do apóstolo Paulo. Para compreender com clareza àquilo que tão enfaticamente é dito, vamos recorrer ao texto grego: τουτο δε γινωσκε οτι εν εσχαταις ημεραις ενστησονται καιροι χαλεποι
Transliterando-se o texto acima, obtemos: touto de ginōske oti en eschatais ēmerais enstēsontai kairoi chalepoi. A expressão "tempos trabalhosos" é uma das possíveis traduções de "kairoi chalepoi". Kairos é um termo bastante conhecido, significa "tempo, oportunidade, temporada". Já o termo "chalepos" significa "doloroso, penoso, atroz, grave, pesado, opressivo, repugnante, horrível"; "perigoso, arriscado" e "difícil". Assim, a expressão em português nas nossas Bíblias indica uma época perigosa, época complicada e de sofrimento, uma época que traz repugna, ojeriza.

Porque essa época seria tão ruim, tão horrível? Paulo mesmo se encarrega de explicar. Por causa da malignidade dos homens (sui generis - homens e mulheres) que viveriam nesta época. Pessoas que teriam a vida centradas em si mesmas, cuja satisfação do "eu" seria a única força motriz de suas almas; pessoas que contam somente no rol físico de membros. Gente que se introduziria na Igreja cheios de paixões e vontades carnais, mas que nunca chegariam ao conhecimento da verdade, ainda que aprendam sempre. Homens que resistem à verdade, sendo corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.

Mais do que um assunto para a escatologia (eschatos - últimos dias), esse é um assunto para os nossos dias. Isso pode se notar facilmente. A despeito da Igreja ser Ekklesia, "os chamados para fora do mundo", cada vez mais surge um grupo de "autodenominados crentes" que buscam viver para si mesmos, sem nunca desfrutarem nem a Graça nem a plenitude da Comunhão do Espírito no Corpo. Pessoas que estão na Igreja por mera conveniência ou por amizades com crentes, mas que jamais permitem que o Espírito Santo trate do seu caráter deformado pelo pecado. Pessoas que não se pode contar para nada; muito pelo contrário: é até perigoso contar com elas, porque além de você ficar na mão, corre o risco de se tornarem adversários caluniadores.

De onde vêm este grupo de homens dos últimos dias? De dois lugares principais. O primeiro é o mundo. Com a banalização do Evangelho e a "reinterpretação conveniente" da moral e ética cristã, hoje qualquer pessoa torna-se membro de uma Igreja evangélica sem ter experimentado a conversão e o novo nascimento. Ser evangélico antigamente era ser perseguido, ser "persona non grata" na sociedade. Éramos conhecidos como "os Bíblias". Hoje, é ser popular. O escândalo da cruz foi astuciosamente eliminado, de forma a possibilitar uma maior aceitação da "mensagem franca e positiva" por todas as classes sociais. O choque com a verdade de que se é um miserável e perdido pecador, condenado ao inferno; o arrependimento e a confissão de pecados e a identificação com o sacrifício de Cristo foram substituídos pela promessa de bens materiais, de honra e de um deus-alfred, mordomo e cúmplice dos pecados humanos. Um deus que entende os pecados e a ingratidão humana, como já ouvi falar.

O segundo lugar é a própria Igreja. Alguns crentes "apostatam da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios", possuindo um fungo do inferno dentro do ouvido que lhes causa uma comichão sem fim, que só é aliviada com falsos ensinos por falsos mestres. "Amam o mundo e o que no mundo há", e no entanto continuam na Igreja! Não vivem plenamente nem o mundo nem a Igreja porque há divisão em seu interior. No lugar de se "encherem com o Espírito", vão tomando a cada momento alguns pequenos cálices do vinho sedutor do mundo até estarem completamente embriagados pelo pecado.

Ambos os grupos se enquadram no texto paulino. Ambos "aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade". Ambos já deveriam serem mestres há muito tempo, por todo o aprendizado que receberam; ao contrário, dizendo-se crentes eles agem como homens naturais, na melhor das hipóteses, como carnais. Sensuais, que não têm o Espírito.

São amantes de si mesmos (gr. philautos) e avarentos (gr. philarguros): não conseguem nem se doarem, nem doarem o que possuem. Acabam sempre priorizando seus próprios interesses, caprichos, carnalidades em detrimento do Reino de Deus. Usam a Deus, a Igreja e o pastor para satisfazerem suas necessidades; mas quando eles podem ser úteis, nem sequer aparecem. Quando obreiros, são conhecidos como irmãos "abraço companheiro", ou seja, "aqueles que vão pelas Igrejas"; dependendo da situação (se o time de futebol para o qual ele torce está jogando, por exemplo) ele torna-se "crente cristo em casa". Quando se faz campanha financeira para comprar alguma coisa que será de benefício para a própria Igreja, passam a serem conhecidos como "crentes mão de samambaia" - não conte com ele nem para pagar a luz da Igreja que ele usa! Quando doa alguma coisa, ou é algo que não tem a menor condição de uso, ou é de qualidade duvidosa.

São presunçosos (gr. alazon) e soberbos (gr. huperephonos). Presunçoso é aquele que está cheio de vento, contador de vantagens, confiando excessivamente em si mesmo. O presunçoso acha que nunca precisa de ninguém, enquanto o soberbo tem certeza disso. O presunçoso acha que pode pastorear a si mesmo, afinal já sabe muito; o soberbo pastoreia-se a si mesmo, é auto-suficente, ele se basta. O presunçoso acha-se muito capaz, acha que sabe tudo; mas na hora que a "coisa aperta" ele corre pedindo por socorro. O soberbo jamais pede socorro a ninguém, afinal ele sabe tudo.

Já dizia Blaise Pascal, em sua obra "Pensamentos": "Somos tão presunçosos que desejaríamos ser conhecidos de toda a terra, e até das pessoas que vierem quando nela não estivermos mais; e somos tão vãos que a estima de cinco ou seis pessoas que nos cercam nos diverte e nos contenta".

São blasfemos (gr. blasphemos) e desobedientes aos pais (gr. goneus apeithes). No grego, blasfemos eram aqueles que amavam o insulto, quer contra o próximo, quer contra a Deus. Insultam por palavras, gestos e atos; não receiam blasfemar nem das dignidades. Quando confrontados em seu pecado, suas bocas mais parecem o escapamento do inferno, de tantas afrontas e insultos que emanam delas. São desobedientes (apeithes: a + pheites, Tt 3.3), ou seja, "sem persuasão", não há como persuadí-los dos seus atos e de sua vida sem Deus, porque não aceitam nenhum tipo de argumento que os contradiga.

São ingratos (gr. acharistos) e profanos (gr. anosios). Você pode honrá-los o quanto quiser: pode consagrá-los ou ordená-los a diáconos, presbíteros, evangelistas, pastores; líderes de louvor; pode dar-lhes a honra de ministrarem aulas na Escola Bíblica; podem liderar departamentos e ministérios. Podem dirigir cultos públicos. Porém, apesar de tudo de bom que lhe é feito, são incapazes de demonstrar gratidão. Você pode se doar a eles; não há nenhum tipo de reconhecimento. São pessoas desprovidas da graça de Deus. Não é à-toa que são profanos: não há pureza, não há piedade, não há santidade em suas vidas. Não são pessoas consagradas a Deus. São ímpios transvestidos de crentes, malignos, cheios de toda sorte de imundícias.

São sem afeto natural (gr. astorgos) e irreconciliáveis (gr. aspondos). São pessoas desprovidas de amor familiar (a+storge). De fato, a família é caótica, ninguém se entende. O desamor impera dentro de casa. Vivem apenas sob o mesmo teto, por questão de comodidade e aparências. Obviamente, são também irreconciliáveis, ou seja, incapazes de alcançarem um consenso, ou a uma conciliação. Incapazes da trégua (sponde). São pessoas que não conseguem se entender com ninguém. Amam o litígio, a contenda, o conflito, a guerra. Não pedem perdão e não perdoam.

São caluniadores (gr. diabolos) e incontinentes (gr. akrates). O caráter maligno destas pessoas logo manifesta sua origem - o próprio diabo. O diabo é o patrono de todos os caluniadores e de todos os caluniadores ele é o chefe. Inventam toda a sorte de mentiras contra os outros e, de tanto mentirem e viverem na mentira, acabam tomando-a por verdade. Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Adolf Hitler, já dizia que "uma mentira cem vezes repetida torna-se uma verdade". Além disso, não possuem domínio próprio, agindo de acordo com os impulsos carnais que pululam em suas veias. Carnais!

São cruéis (gr. anemeros) e sem amor para com os bons (gr. aphilagathos). O termo anemeros é usado para denotar bestas selvagens. Assim, denota selvageria. São grossos, ignorantes. Todos os cães lamentam quando ferem seus donos (o meu chega a fica amuado, no canto, enquanto não faz as pazes comigo), porém estas pessoas não sentem absolutamente nada por ferirem o próximo. Há diversos exemplos de pessoas assim: pedófilos, assassinos, estupradores... dentro da Igreja! Fica bastante claro que os tais não possuem nenhum tipo de amor nem pela virtude, nem pelos virtuosos. A idéia aqui é uma inversão de valores: o que era bom, passou a ser odioso; o que era odioso, passou a ser bom. Um exemplo prático é o costume de se interpretar como "normal" o jovem manter relações sexuais fora do casamento, onde errado passou a ser não fazer sexo sendo solteiro. São aqueles mencionados por Isaías: "Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!" (Is 5.20)

São traidores (gr. prodotes) e obstinados (gr. propetes). Prodotes denota alguém que é falso no cumprimento de seus deveres ou alguém que é desleal com a confiança depositada por outro. Hoje, a exemplo de Demas, muitos obreiros abandonam a Obra por amarem o mundo, traindo a confiança que lhes foi depositada. É interessante que Paulo, ao escrever sobre as qualificações dos diáconos, diz que "os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus" (I Tm 3.13). Se os que servem bem alcançam boa posição e muita confiança, os que servem desleixadamente, relaxadamente, quando querem fazê-lo, além de não alcançarem posição, não gozam de confiança. De fato, quando contamos com alguém para alguma coisa, por menor que seja, depositamos confiança nele. Se este alguém mostra-se desleixado com aquilo que lhe confiamos, somos por ele traídos e assim perdemos a confiança nele.

Já o termo propetes significa "descuidado", "negligente", "indiferente", "precipitado". No grego, denota alguém que cai da cama. É o cabeça-dura, teimoso. Alguém que age impetuosamente, sem considerar as outras pessoas ou as possíveis consequências de seus atos. Agem motivados por seus impulsos e paixões, atropelando tudo e todos, não escutando conselhos de ninguém. Depois que a coisa sai malfeita, aí o sujeito traz o problema para você resolver. Porém, o estrago já está feito.

São orgulhosos (gr. tuphoo) e mais amigos dos prazeres do que de Deus (gr. philedonos). Tuphoo indica alguém "envolvido com fumaça", "inchado com fumaça". Paulo diz que não se deve colocar o novo convertido no ministério, "para que não se ensoberbeça [encha com fumaça] e caia na condenação do diabo". São pessoas cheias de vento. Todas as suas realizações serão reduzidas a nada em pouco tempo! Já o termo philedonos significa aquele que ama os prazeres sensuais. São pessoas que vivem como se o sentido da vida fosse a busca pelo prazer individual e imediato. Esquecem-se que tudo não passa de vaidade!

Note o que Paulo conclui: Estes tem aparência de piedade, mas negam a eficácia dela. Eficácia é a tradução me português do termo grego dunamis, poder. Assim, tais pessoas negam o poder da piedade, ou seja, o poder sobrenatural, salvador e transformador, que a piedade cristã possui e que a distingue de "outras piedades". Sem transformação de vida, sem mudança de caráter, sem novo nascimento, sem renúncia ao eu e arrependimento, o que é o cristianismo, senão um conjunto de "bons conselhos para a vida diária"? Estas pessoas, as quais Paulo se refere, negam com sua própria vida aquilo que aparentam ser. Negam com suas práticas mundanas e pecaminosas que o "evangelho é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê". (Rm 1.16)

Paulo, em Romanos 1:16, diz que não se envergonha do evangelho de Cristo. Mas o evangelho de Cristo se envergonha de muitos que se dizem cristãos e não o são, de fato e direito, mas cuja vida serve apenas como motivo de blasfêmia do nome de Deus entre os ímpios. Devemos vigiar e nos afastar destes.

Pense nisso. Deus está te dando visão de águia!
Pr. Ricardo Kropf S. Fermam

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Pregação chocante! Paul Washer


As Olimpíadas e a Igreja Perseguida

    

 “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora, me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda.”  2 Timóteo 4:7-8

     No ultimo dia 27 de julho deu-se inicio à 30ª edição dos Jogos Olímpicos Modernos. Mais antigo evento esportivo do mundo, os Jogos foram criados na Antiguidade, em Olímpia, na Grécia, e praticados pelas cidades-estado gregas do século 8 a.C ao 5 d.C. 

     Além de uma importância religiosa na Antiguidade, os jogos serviam como ferramenta “diplomática” para manter a paz e a harmonia entre as cidades-estado. A corrida e a luta corporal eram duas das principais modalidades dos Jogos e, ao invés da atual medalha, os vencedores recebiam como premiação uma coroa de louros.

     Os Jogos voltaram a ser praticados em 1896, em Atenas, Grécia. Hoje, as Olimpíadas reúnem atletas de mais de 200 países que competem nas diversas modalidades esportivas. Nos Jogos Olímpicos Modernos é possível notar a convivência pacífica de indivíduos de diferentes nações, línguas e credos, competindo lado a lado pelo melhor lugar no pódio e pela tão sonhada e desejada medalha de ouro.

     Numa Olimpíada existem pelo menos três personagens importantes, são eles: Os atletas (e sua equipe ou comissão técnica), a plateia, e os juízes. Destes, os principais são os atletas e suas equipes que, com seus esforços físicos e estratégias farão daquele evento, um verdadeiro espetáculo. O público tem uma função mais discreta, mas não menos importante, que é a de torcer, incentivar e motivar os atletas. Por fim, os juízes são aqueles que determinarão dentro das regras de cada modalidade, se o desempenho do atleta é digno da coroa de louros (ou da medalha de ouro, prata e bronze).

     No versículo de 2 Timóteo descrito acima, o apostólo Paulo faz uma alusão aos Jogos Olímpicos antigos. Ele nos explica que a vida cristã não é diferente, mas exige-se sacrifício e dedicação. Creio que, perseverança, é a palavra que mais se encaixa nesses versículos. Para ser campeão é preciso perseverar, não desistir, ainda que tenhamos que competir contra Michael Phelps ou Usain Bolt. Isso tem tudo a ver com a Igreja de Cristo, tanto a que é livre quanto a que sofre perseguição por causa da fé.
Todos os países da Classificação de países por perseguição da Portas Abertas estão participando dos Jogos de Londres 2012. Nesses lugares há milhares de cristãos que correm e lutam todos os dias para guardar a fé em meio a sistemas opressores. 

     Pois farei também uma breve alusão: Os atletas são os nossos irmãos da Igreja Perseguida, o Juiz (justo Juiz) é o nosso Deus e a plateia somos nós, cristãos da Igreja Livre. Ora, se a função dos cristãos perseguidos (atletas) é competir (perseverar) e a de Deus é julgar e dar a recompensa, então, qual é a nossa função enquanto Igreja Livre? A resposta mais óbvia a esta pergunta é: Orar, incentivar e motivar esses irmãos o tempo todo.

     Enquanto nossos irmãos competem para guardar a fé e manter viva a chama da esperança de receber a coroa (medalha) das mãos do justo Juiz, há uma enorme plateia de espectadores (eu e você) que precisa fazer algo para ajudá-los nesse propósito.

     Não deixe de orar hoje pelos cristãos da Igreja Perseguida e de pedir a Deus que lhes dê forças para combater o bom combate e completar a corrida!

Marcelo Peixoto- Historiador Portas Abertas Brasil
Fonte: http://www.portasabertas.org.br/noticias/2012/08/1653583/

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Evangelista é ameaçado de morte em Uganda

Ibrahim é um evangelista do Distrito de Vudaka, em Uganda, e estava retornando de um seminário de evangelismo quando a multidão negou-lhe acesso à sua casa.
"Eles bloquearam o portão da minha casa gritando: Nós não queremos vê-lo neste distrito novamente, a menos que você volte para o islamismo!", Disse.
O chefe da vila agiu rapidamente para tentar conter o tumulto, mas ele também teve que fugir, porque a multidão ameaçou agredi-lo.
"Eles disseram ao chefe da aldeia que eu posso me considerar um sortudo, porque se não fosse Ramadã, eles me queimariam vivo", disse Ibrahim.
"Eu prestei queixa sobre o incidente na Sede do Distrito Policial ontem (2), e minha queixa foi arquivada. O chefe do Distrito de Investigação Criminal percebeu a gravidade do problema e rapidamente preparou o inquérito. Eles me disseram que vão enviá-lo ao Procurador do Estado para análise e para que as devidas providências sejam tomadas".
"O chefe da aldeia é a minha primeira testemunha no caso, e eu sou capaz de identificar um número de pessoas porque, infelizmente, alguns são meus parentes".
Ibrahim teme por sua vida, "Desta vez eles estão realmente me perseguindo. Preocupa-me que se eu não deixar a área, eles vão me matar assim que Ramadã terminar".
Ibrahim, a esposa e o filho estão escondidos na casa de familiares. "Nós não sabemos onde vamos viver agora. Por favor, orem por nós ", concluiu.
Pedidos de oração
• Por favor, ore pela segurança de Ibrahim e de sua família.
• Ore param que Ibrahim obtenha abrigo temporário em um lugar seguro.
• Ore por paz de espírito a Ibrahim e sua família, ele tem sofrido sérias ameaças.

Fonte:  http://www.portasabertas.org.br/noticias/2012/08/1651683/

Testemunho do Juiz Federal William Douglas



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