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"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." (2 Tm 2:15)
segunda-feira, 29 de julho de 2013
quinta-feira, 18 de julho de 2013
terça-feira, 16 de julho de 2013
Gestão Educacional - Geração Y: o seu novo desafio
Gestor, uma das perguntas que, se você ainda não se fez, deve fazer o quanto antes é: quem é o meu público? A quem minha instituição está atendendo? Quais são as competências que os docentes precisam desenvolver para atender bem às necessidades dessas pessoas?
Essas são algumas questões abordadas no livro Educação 2006, lançado este mês pela Humana Editorial, com a colaboração de grandes nomes da educação, como Rubem Alves, Claudio de Moura Castro e Samuel Lago. Nele, constam as mais variadas tendências para os próximos 12 meses.
Para você sentir o gostinho do que vem por aí, selecionamos alguns trechos do texto do professor da UFPR e psicólogo Eugenio Pereira de Paula Júnior. Boa leitura.
Quem é o sujeitinho que freqüenta sua escola, gestor?
Não é mais o hippie com roupas coloridas e sua alegria gratuita, nem o punk com roupas imundas e riso de escárnio. Nem o gótico com vestes escuras e ar depressivo. Também não são os cabeludos e sua música barulhenta. Quem está sentada à sua frente é a Geração Y, formada por pessoas nascidas entre 1978 e 1994, precedida pela Geração “baby boomers" (nascida entre 1945 e 1961) e pela a Geração X (nascida entre 1962 e 1977).
Mas por que Y? Existem duas analogias. Na versão descendente, seria a convergência das duas gerações precedentes: a repressiva, dos anos 50 e 60, e a libertina, dos anos 70 e 80.
Na versão ascendente, o Y seria a bifurcação para dois caminhos, um formando o cidadão, construtor da nova ordem social, e o outro formando o selvagem de Huxley, o arauto da desconstrução.
É a pós-modernidade corporificada. Platão dizia que o corpo é a prisão da alma. O corpo da geração Y encarcera uma alma pós-moderna, que se caracteriza pelo antagônico, supérfluo, efêmero, intenso, diverso, pela ambigüidade, transitoriedade, voluptuosidade e fluidez, mas também pela pressa e inversão de valores. Uma geração que sabe o que quer, mas é apática ante os problemas sociais.
É uma geração ultra-informada, porém alienada, que não sabe utilizar a informação de forma racional. É independente, desconfortável e desconfortante. Bela e assustadora. Pulsa entre o Frankenstein de Shelley e o Bom Selvagem de Rousseau.
As bases desse ser
Piaget afirmava que as pessoas constroem sua realidade a partir da realidade dada; novos esquemas alicerçam-se sobre os antigos. Rebelde, esta geração quer contradizê-lo ao construir novos esquemas sem os antigos, quer ter novos comportamentos sem bases ou fundamentos anteriores.
Disso emerge um ser de subjetividade, idiossincrático, que possui em si uma nação. O homem da Geração Y é um microcosmo auto-suficiente, o supra- umo do paradoxo da sociedade capitalista. O mundo torna-se bilhões de mundinhos que disputam entre si por seus territórios. Este paradoxo entre o particular e o coletivo gera diferenças regionais que mesclam as particularidades de cada ethos, ao mesmo tempo que padroniza comportamentos, normas e valores.
Estas diferenças, inerentes ao homem e necessárias ao movimento evolutivo, alcançaram limiares perigosos, que manifestam-se em duas instâncias:
- Espacial: instaura-se a disputa por territórios, fronteiras e regiões que estão sendo diluídas pela globalização. Essa, com seu núcleo dialético, pasteuriza o homem, faz fronteiras virarem fumaça e os territórios se esvanecerem. O que resta são tribos, hordas e gangues vagando por um pseudo-espaço que tende a tornar-se cada vez mais virtual. A territoriedade, que contribui para a formação da identidade do indivíduo, desvaneceu-se e testemunhamos a despersonalização do eu e o conseqüente recrudescimento de vários problemas sociais, principalmente a violência.
- Temporal: os conflitos entre gerações se acirram. Na Geração “baby boomers” os conflitos ocorriam entre netos e avós, com uma diferença de 50 anos. Na Geração X, o conflito era entre pais e filhos, com uma diferença etária de aproximadamente 20 anos. Hoje o conflito de gerações é em tempo real, pois no mesmo tempo histórico vemos as mais diversas disputas de valores e tudo fica obsoleto, desatualizado e antiquado mais rápido.
O que acarreta
Há ainda o problema das fronteiras etárias que diluem a cronologia. A idade passa a ser um estado mental/cognitivo ou de espírito. São jovens de 25 anos, mais velhos do que senhores de 70, adolescentes de 30 anos e crianças de 8 anos que já abandonaram os brinquedos.
O acirramento das diferenças pode tornar-se veneno se ultrapassar o limiar do racional. O perigo é a ruptura total, uma divisão radical em que se perca o contato espacial e temporal e não exista mais um amalgama para a ordem social. Pode ainda findar num fundamentalismo entre o novo e o velho, particular e coletivo, interno e externo, metrópole e interior, e teremos um mundo inabitável, cujas vítimas serão incontáveis.
Embora o momento histórico pareça crítico, lembremos de Marx, quando ele dizia que o homem se faz ao fazer o mundo. A visão determinista não precisa ser o script do mundo. Guardando as devidas proporções entre Victor Hugo, que nos convida a apostar no homem, e Emile Zola, que nos adverte a não nos iludirmos com este mesmo homem, a humanidade possui a capacidade de salvar ou acabar com o planeta.
Influências tecnológicas
A mídia tem sido muito eficiente, embora na direção errada, em influenciar condutas. A televisão, com seus objetivos escusos, qualidade duvidosa e efeitos desastrosos, é seu principal instrumento e tem dois efeitos sobre a Geração Y.
1- Como veículo é difusora de regras, ideologias e valores, pois influencia e determina o comportamento de seus usuários (ou seriam vitimas?). A televisão acompanhou o crescimento da Geração X e influencia a Geração Y. Tornou-se veículo e objeto da globalização e da pós-modernidade, sendo um instrumento poderoso na formação ideológica e até de dominação cultural entre os povos. É comum ouvirmos de uma criança diante de um televisor frases do tipo “eu quero um daquele” (produto) e “eu quero ser igual a ele” (ao ídolo).
2- Como aparelho, a televisão imbeciliza o indivíduo, que fica passivo diante da tela. A televisão, que está presente em casas sem geladeira, é colocada em um locus em forma de altar e ganha status de santuário. Isola as pessoas, pois cada um tem seu aparelho e, quando seu uso é coletivo, implica em que todos se calem. O tempo em que o aparelho fica ligado é infinitas vezes maior do que o tempo gasto em leitura ou conversas de qualidade.
Aliar a televisão, o computador e a Internet está trazendo mudanças profundas na nova ordem social, talvez tão profundas quanto o fez o automóvel no século XX. Porém, ainda é prematuro fazer uma análise mais segura destas mudanças. Não devemos estranhar se virmos a Internet sendo ferramenta de dominação e desconstrução do indivíduo, jogando-o novamente nas armadilhas da degredação.
Sem lema
As artes também fazem parte destas armadilhas, e o que seria instrumento de conscientização e libertação da opressão torna-se ferramenta de dominação, desconstrução e alienação.
O primeiro deles, o cinema, tornou-se veículo de pasteurização do indivíduo, haja vista os recordes de bilheteria dos filmes “comerciais”, enquanto os “intelectuais” são exibidos em salas praticamente vazias.
O segundo instrumento, que seria uma ferramenta em prol da humanidade – o teatro – foi relegado aos porões e espaços alternativos. E a música, terceiro instrumento, que na Geração X foi o escudo e a espada contra a opressão militar, hoje é refém do mercado fonográfico e toca a trilha sonora da alienação. A música comercial e a música cultural travam uma luta desigual nas rádios e shows.
Modelos
A família e a escola, outros dois agentes de relação, devem ser tratados com mais cuidado. Os pais dos anos 50 e 60 foram modelos de como não deveríamos ou não gostaríamos de ser. Os dos anos 70 e 80 não formam modelos, estavam ausentes. Agora buscamos o meio termo: pais que sejam modelos a serem seguidos. Não precisam ser perfeitos, basta serem humanos e conscientes.
A Geração Y esta se preparando para exercer sua função de família e um obstáculo deve ser transposto: a qualificação dos pais. Os pais de hoje não querem, não podem e não sabem educar seus filhos. Não querem porque não os planejaram; os filhos apareceram por “acidentes” ou “descuidos”. Não podem porque trabalham para prover as condições materiais e acabam impedidos da convivência para uma formação moral da criança. E não sabem porque não tiveram um modelo de como ser pais.
Desta inadequação da família surge a conflituosa relação entre pais e filhos, que tem se mostrado desigual, pois os filhos (mais letrados e sociabilizados) possuem maior força e habilidade argumentativa. Os pais, por outro lado, além de não dominarem a mesma retórica, estão impossibilitados de usarem ações coercitivas.
Escola
Para a Geração “baby boomers”, a escola era o santuário do saber. Na Geração X esta torna-se uma praça de guerra entre professores e alunos, bem ilustrada no filme “Ao mestre com carinho”.
Hoje a escola tornou-se a arena na qual os professores que perderam aquela guerra estão jogados às feras. Na escola particular ele é tratado como reles empregado, devendo subjugar-se aos caprichos dos alunos que alegam pagar seu soldo. Na escola pública o professor deve conter-se para não ser vítima da violência de alunos que não conhecem limites.
Entretanto, nem tudo é desastre. Existe alternativa a todo este pessimismo. O capitalismo cria sua própria ruína, traz em si a semente de mostarda da sua superação. A televisão tem em seu ventre a semente da conscientização. A Internet pode socializar a resistência. No cinema ainda veremos o “Davi” Almodóvar vencer o “Golias” Spielberg. No teatro Brecht, Tchecov e Pirandelo ainda não apresentaram o último ato, o ato da humanidade. E a música poderá ser a trilha sonora de uma sociedade mais justa e menos desigual.
A escola deve tornar-se uma Umuarama (onde todos se encontram) e os professores são convocados a tornarem-se catalisadores do otimismo. As aulas devem ser os círculos de cultura de Paulo Freire e os alunos serão protagonistas de um novo mundo.
Soluções possíveis
Enfim, para que a Geração Y tenha parâmetros e fundamentos em suas ações futuras, é preciso resgatar a função da família ou encontrar uma instituição substituta (talvez uma nova escola), para a construção das bases, individuais e sociais, da coletividade.
O grande desafio dos pais e educadores é alimentar esta geração faminta. Com fome de afeto, orientação e valores. O desafio é descobrir as potencialidades de cada filho/aluno. Construir com ele profecias auto-realizáveis positivas e vitoriosas. É necessário construir vias de negociação, conversação e diálogo.
Num momento histórico em que riqueza tecnológica contrasta com pobreza cognitiva, é preciso despertar a curiosidade inerente a cada indivíduo em prol da superação (e não criação) dos problemas sociais. Na contramão da história, é preciso construirmos em nossos alunos a preocupação com a polis, com o coletivo, abandonando a visão egocêntrica do cada um por si.
Temos os suportes materiais e sociais, é hora de investirmos em inteligência científica e nas capacidades acadêmicas de todos os indivíduos. É preciso uma nação intelectual (com todos os cérebros oferecendo todas as suas potencialidades ao todo) e não uma elite intelectual, expropriada pelo capital.
Trechos do texto do professor da UFPR e psicólogo Eugenio Pereira de Paula Júnior.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
terça-feira, 2 de julho de 2013
MUDANÇA DE CONCEITOS
Desde minha
consagração ao ministério pastoral até hoje houve mudanças
significativas no cenário evangélico. Algumas boas, outras nem tanto.
Uma das mudanças mais expressivas foi o conceito do que seja um pastor.
Antes era um homem que estudava e ensinava a Bíblia ao povo e lhe dava
assistência espiritual. Hoje, algumas igrejas querem animadores de
auditório. Se o pastor não é, arranjam um para dirigir o culto para ele.
O negócio é agito e não reflexão. As pessoas não vão à igreja para
conhecer mais sobre Deus. Vão para externar emoções. A comunicação hoje
não é mais cognitiva (ideias), mas gestual (com o corpo). Não se
reflete. Sacode-se.
Nesta
mudança, os pastores devem sempre elogiar. Seu ensino deve ser sempre
positivo. Não devem falar de pecado e de erro. A pregação é para as
pessoas se sentirem bem. Eles devem fidelizar os clientes, não
admoestá-los. No livro Contextualizando a igreja de Cristo,
Luiz Sayão diz: “A tendência atual é aceitar o evangelho de modo
superficial, como mais uma ajuda espiritual. Nunca houve tantas
‘conversões’ evangélicas; mas nunca foram tão superficiais. Hoje, mais
do que nunca é preciso deixar claro que ‘ser cristão’ significa mudança
de vida definida” (p. 61).
A
igreja deixou de ser casa de Deus e se tornou casa dos homens. Não se
busca a voz de Deus, mas um eco da voz humana confirmando que as pessoas
estão certas e são boas, dando-lhes apoio para viver. Nada de
transcendente, de moral, de padrões e princípios. Só conforto,
bem-estar, e apoio para ajudar na vida. Uma psicoterapia de segunda
categoria.
Em Admirável mundo novo, Huxley apresentou uma droga chamada soma, que tirava a dureza da vida. Tipo Prozac. Há muito soma e Prozac nas igrejas. O evangelho é para levantar o ânimo, não para moldar a vida.
O
evangelho chama a reordenar a vida. “No passado Deus não levou em conta
essa ignorância, mas agora ordena que todos, em todo lugar, se
arrependam. Pois estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com
justiça, por meio do homem que designou. E deu provas disso a todos,
ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.3-31). Ele traz conforto e
segurança. Mas pede arrependimento e mudança de vida. E a igreja não é
um lugar para ter o ego massageado ou o estilo de vida confirmado. É a
comunhão dos salvos por Jesus, que se comprometeram com ele e querem
viver seus padrões. Não é comida por quilo, onde se pega o que se gosta.
Ela se compõe de cristãos postos num corpo para transformar o mundo.
Culto não é programa de auditório. É anúncio do evangelho. E este não é
“Façam o que querem que Deus não está nem aí”. E a igreja é a companhia
dos salvos engajados com Cristo, não um grupo em busca de
entretenimento. Por vezes sobra festa e falta contrição.
Há duas necessidades por reafirmar conversão e santificação. Sem elas, a vida cristã é enganosa.
Fonte: http://www.isaltino.com.br/2013/06/mudanca-de-conceitos/
Pr. Isaltino Gomes
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