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"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." (2 Tm 2:15)

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Dez principais erros de uma pregação neopentecostal

Antes de qualquer coisa gostaria de afirmar que acredito que boa parte dos pastores neopentecostais amam a Cristo e desejam de servi-lo com integridade, honestidade e compromisso. Entretanto, em virtude do desconhecimento das Escrituras, além é claro de não terem sido qualificados para a pregação, cometem erros que muitas das vezes contribui com a maculação da mensagem. Nessa perspectiva não são poucas as ocasiões em que os pregadores neopentecostais erram feio passando aos seus ouvintes percepções equivocadas das Escrituras Sagradas.
Isto posto, gostaria de elencar aquilo que considero os 10 principais erros de uma pregação neopentecostal:
 
1-) Alegorização das Escrituras
Uma das principais características do pregador neopentecostal é o uso de alegorias em seus sermões. É comum por exemplo observamos muitos dos pastores neopentecostais dizendo aquilo que as Escrituras não ensinam. Outro dia eu ouvi um "Apóstolo" ensinando que os Jebuseus, heteus e amorreus (Dt 7:01; 20:17; Js 3:10) simbolizam, o diabo, a carne e o mundo. Para o pregador em questão toda vez que a bíblia faz menção aos amorreus, (Marcos 2: 3-12) significa que Deus deseja a morte do "eu". Noutra ocasião soube de um pregador que ensinou que os amigos do paralítico curado por Jesus simbolizavam, amor, compaixão, misericórdia e companheirismo.
Caro leitor, por favor pare e pense: não é isso que a Bíblia ensina não é verdade? O pregador poderia até dizer que os amigos do paralítico agiram com amor, compaixão, misericórdia, companheirismo e muito mais. Todavia, afirmar que os quatro representavam isso é demais da conta, não é mesmo? Quanto aos amorreus é uma forçação de barra descomunal. Dizer que estes simbolizavam a morte do "eu" é demonstrar nenhum conhecimento de hermenêutica e exegese.
Alegorizar as Escrituras é um método de interpretação muito perigoso. O reformador alemão Martinho Lutero foi um grande defensor do método literal, em contraposição ao método alegórico que predominou na idade média. Lutero dizia: "As escrituras devem ser mantidas em seu significado mais simples possível e entendidas em seu sentido gramatical e literal, a menos que o contexto claramente o impeça”. João Calvino como Lutero, também rejeitava a interpretação alegórica das Escrituras. O reformador francês ressaltava o método histórico e gramatical, a natureza cristológica, o ministério esclarecedor do Espírito Santo e o correto tratamento das tipologias no Antigo Testamento
 
2-) Ausência de uma hermenêutica Bíblica
Um dos maiores problemas dos pastores neopentecostais é a falta do conhecimento das regras da Hermenêutica Bíblica para a pregação da Palavra. Em virtude disso é extremamente comum ouvirmos absurdos, que, muitas vezes, acabam causando enormes contradições doutrinárias e até mesmo as famosas “heresias de púlpito”.
A expressão Hermenêutica provém da palavra grega “hermeneutike” que, por sua vez, se deriva do verbo "hermeneuo", significando: a arte de interpretar os livros sagrados e os textos antigos. Segundo a história Platão, foi o primeiro a utilizar essa palavra. A hermenêutica forma parte da Teologia exegética, ou seja, a que trata especificamente da interpretação das Escrituras.
À luz desta afirmação gostaria de levá-lo a refletir comigo sobre os princípios hermenêuticos usados por Calvino:
1º - Calvino Renunciou a alegorias entendendo serem elas armas de deturpação do sentido das Escrituras.
2º Calvino costumava enfatizar o sentido literal do texto.
3º Ele acreditava que o ministro deveria ser inteiramente dependente da operação do Espírito Santo para a correta interpretação da Bíblia.
4º Ele valorizava o estudo das línguas originais para melhor compreensão do ensino sagrado.
5º Ele cria numa tipologia equilibrada, evitando impor a textos vetero-testamentários simbolismos que eles não suportam.
6. E por fim ele acreditava que a melhor forma de se interpretar a Bíblia é a própria Bíblia.
 
3-) Exagero nas expressões coloquiais e chavões eclesiásticos
Uma das práticas pentecostais mais comuns é uso de chavões. Confesso que ouvir alguns dos nossos pastores pregando é um verdadeiro desafio. Se não bastasse o constante atentado ao vernáculo, suas mensagens estão repletas de expressões e chavões. É comum em meio às pregações ouvirmos: “Este varão é canela de fogo. Aquela irmãzinha que caiu no rétété. Deus desenrolou o mistério pro vaso? Eita manto, né? Não dá mole não que o chicote queima irmão! Ah! graças a Deus que eu conquistei a minha rebeca! Sim, porque jovem solteiro é treva, irmão! Tá amarrado! A abençoada é uma jovem crente! Consegui fugir dessa Jezabel que era laço! Julgo desigual não vale! É benção. Misericórdia! Oh glória! Somos cabeça, não cauda. Determine a benção! Quando eu era do mundo... Queima! Geração apostólica. Amém ou não amém? E diga para a pessoa que está ao seu lado. Repita comigo!
Pois é, em pregações deste tipo se gasta muito mais tempo usando os jargões evangélicos do que se proclamando a Palavra de Deus. Na verdade, boa parte dos pastores demonstram ao longo da aplicação da mensagem um completo despreparo teológico, optando assim escancaradamente pelo uso invariável de chavões.
Isto posto, é impossível não nos lembrarmos de homens como o Dr. Martin Lloyd-Jones. Nos cultos que pregava, centenas de pessoas eram atraídas pela pregação expositiva da Palavra de Deus. O doutor, como era chamado, levava muitos meses, até mesmo anos, a expor um capítulo da Bíblia, versículo por versículo. Os seus sermões muitas vezes duravam entre cinquenta minutos e uma hora, atraindo muitos estudantes das universidades e escolas em Londres que encantados ficavam com a pregação do evangelho.
Vale a pena lembrarmos daquilo que o reformador francês João Calvino costumava dizer quanto a Palavra de Deus. “A Escritura é a fonte de toda a sabedoria, e os pastores devem extrair dela tudo aquilo que expõem diante do rebanho” Calvino afirmava que através da exposição da Palavra de Deus, as pessoas são conduzidas a liberdade e a segurança da fé salvadora, dizia também que a verdadeira pregação, tem por objetivo abrir a porta do reino ao ouvinte, isto é, em outras palavras o que ele está a nos dizer, é que as Escrituras Sagradas, devem ser o principal instrumento na condução, consolidação e pastoreamento do povo de Deus.
 
4-) O uso e a miscigenação de textos bíblicos com textos bíblicos fora de contexto
Essa é uma prática muito comum entre os pregadores neopentecostais. Para fundamentar sua teologia os pastores em questão misturam textos variados usando-os fora de contexto para justificar seus ensinos equivocados. Nessa perspectiva por exemplo é comum o pregador neopentecostal ao ensinar sobre sobre um determinado assunto usar versos isolados das Escrituras, misturando-os segundo seu próprio entendimento, criando assim distorções doutrinárias das mais sérias. O interessante é que dificilmente você encontrará um pregador neopentecostal pregando as Escrituras de forma expositiva, até porque, se pregasse expositivamente ele não teria como sustentar seus ensinamentos.
 
5-) A forte ênfase na satisfação das necessidades humanas
Uma das principais ênfases da pregação neopentecostal é a satisfação das necessidades humanas. O púlpito neopentecostal não fala do pecado, das consequências dele, da salvação pela graça mediante a fé em Cristo Jesus, bem como das doutrinas fundamentais a fé cristã. Antes pelo contrário, no púlpito neopentecostal não há espaço para as doutrinas da graça, mesmo porque o foco principal do pastor neopentecostal é satisfazer o cliente.
Caro leitor, se fizermos uma análise dos cultos neopentecostais chegaremos a conclusão que boa parte do tempo da reunião é focado exclusivamente no homem e em suas necessidades.
 
6-) Foco constante em autoajuda e no bem estar humano
Os púlpitos neopentecostais estão repletos de pregadores que abandonaram a exposição das Escrituras em detrimento a técnicas de autoajuda. Nessa perspectiva é comum encontrarmos nas homilias neopentecostais ênfases quase que exclusivas na satisfação humana, para tanto, tornou-se comum por parte dos pastores neopentecostais o uso de técnicas de psicologia e psicanálise em suas homilias. Pois é, a impressão que tenho é que alguns pregadores em nome da "satisfação humana" abdicaram da mensagem da Cruz tornando-se mestres de autoajuda, afagadores do ego.
 
7-) Ausência das principais doutrinas cristãs como salvação pela graça, perdão de pecados e vida eterna
O pregador neopentecostal não prega sobre as principais doutrinas do Cristianismo. No púlpito neopentecostal não encontramos qualquer tipo de menção a doutrinas como Salvação pela graça, Imputação de pecados, volta de Cristo, destino eterno dos homens, juízo final e muito mais.
 
8-) Foco em riquezas e prosperidade
O pregador neopentecostal não tem outro tipo de pregação a não ser aquela que foque em prosperidade, riqueza material e sucesso. No púlpito neopentecostal tudo está relacionado ao aqui e agora, e o foco da mensagem é a satisfação humana. Para o pregador neopentecostal o que mais importa é a bênção de Deus sobre todos aqueles que invocarem poderoso nome do Senhor.
 
9-) Ausência do Evangelho
No púlpito neopentecostal prega-se tudo menos o evangelho. Nessa perspectiva dificilmente encontramos o pregador pregando sobre pecado, arrependimento, fé e necessidade de salvação. A mensagem do Evangelho para o pregador neopentecostal relaciona-se diretamente as bênçãos de Deus e nunca a necessidade de arrepender-se de salvação e vida eterna.
 
10-) A super valorização do poder do diabo
Alguns pregadores neopentecostais enxergam o diabo em tudo. Os pastores em questão construíram em suas mentes a ideia de que a vida é um grande conflito entre forças opostas.
O Movimento neopentecostal tem contribuído efetivamente com a propagação deste conceito, concedendo a Deus e o diabo; pesos idênticos. Para estes, a vida é uma grande trincheira, onde satanás e o nosso Deus lutam de igual para igual pelas almas da humanidade. Esta afirmação aproxima-se em muito da antiga heresia conhecida como maniqueísmo que ensinava que o universo é dominado por dois princípios antagônicos e irredutíveis: Deus ou o bem absoluto, o Diabo ou o mal absoluto. Infelizmente por considerar o bem e mal, como forças idênticas em peso e poder, os pregadores desta doutrina rejeitam a soberania de Deus sobre o inimigo de nossas almas.
Caro leitor, as Escrituras Sagradas em momento algum nos mostram um mundo dualista onde bem e mal protagonizam batalhas pirotécnicas cujo final é imprevisível. Antes pelo contrário, ainda que a Bíblia nos mostre as ações ardilosas de nosso inimigo, os quais não devem ser desprezadas, ela jamais trata do diabo como alguém que tem poder para se opor a vontade soberana de Deus.
Por favor, pare, pense e responda: Quem está regendo os acontecimentos na terra, Deus ou o diabo? Quem reina majestosamente no céu, Deus ou o diabo? Quem a Bíblia diz que estabelece e destitui reis, conforme a sua soberana vontade?
Ora, a visão de Deus reinando de seu trono é repetida nas Escrituras inúmeras vezes (I Rs 22.19; Is 6.1; Ez 1.26; Dn 7.9; Ap 4.2). Na verdade, os muitos textos bíblicos possuem a função de nos lembrar em termos explícitos, que o SENHOR reina como rei, exercendo o seu domínio sobre grandes e pequenos. O senhorio de Deus é total e nem mesmo o diabo pode deter seu propósito ou frustrar os seus planos.
Os neomaniqueistas sem que percebam rejeitam o governo de Deus na história, fundamentando sua fé em achismos e impressões absolutamente antagônicas ao ensino bíblico. Nas doutrinas neomaniqueistas, Caim virou Vampiro, portais dimensionais se abriram, trazendo a tona lobisomens, dentre outras lendas e superstições absurdas. Além disso, batalhas hercúleas são travadas a cada dia no mundo espiritual por Deus e o diabo, demonstrando assim o “quão forte e poderoso é o inimigo de nossas almas”.
Caro leitor, Jesus Cristo é o libertador e rei triunfante, é o autor e consumador de nossa fé, o Senhor da gloria. Sobre ele satanás não teve controle, nem tampouco poder. Através da morte na cruz , Cristo quebrou as forças opressoras do diabo, transportando-nos graciosamente para o Reino de Deus Pai. A guerra já foi vencida! Louvado seja o seu santo nome por isso! Satanás não tem poder sobre os eleitos de Deus! Somos de Cristo, e com Cristo viveremos por toda eternidade!
Fonte:  http://www.hospitaldalma.com/2013/10/dez-principais-erros-de-uma-pregacao.html

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Os 07 principais erros do louvor neopentecostal

Assim como fiz no texto anterior, ao afirmar que acredito que muitos pastores neopentecostais não agem de má fé em defender seus pressupostos teológicos, julgo importante também afirmar que acredito que boa parte dos líderes de música das igrejas neopentecostais  amam a Cristo e desejam de servi-lo com integridade, honestidade e compromisso. Entretanto, em virtude do desconhecimento das Escrituras, além é claro de não terem sido qualificados biblicamente por seus pastores para o ministério de louvor em suas igrejas, cometem erros crassos, os quais tem contribuído com o adoecimento de parte da igreja, como também com  uma  visão equivocada do Cristianismo.

Ressalto também que o propósito deste texto não é criticar ritmos, estilo e forma de louvor, mesmo porque, creio num louvor multicultural, diferenciado por aspectos culturais distintos, cujo objetivo final seja a glória de Deus.

Isto posto, afirmo que proposta desta reflexão é avaliar à luz das Escrituras os sete erros mais comuns cometidos pelos irmãos neopentecostais na condução do período de louvor com música nas mais variadas igrejas no Brasil.

 1-) A valorização da música em detrimento a pregação da Palavra

Boa parte dos denominados cultos evangélicos dedicam muito mais tempo a música do que qualquer outra coisa. Outro dia fiz uma pesquisa no BLOG tentando descobrir a opinião dos leitores quanto aquilo que seja mais importante num culto. Na ocasião eu ofereci duas opções clássicas, isto é, o louvor e a Palavra. Para minha surpresa mais de 60% dos leitores responderam dizendo que o louvor era mais importante. 

Caro leitor, ao contrário dos adeptos do movimento gospel brasileiro, o reformador francês João Calvino via a pregação do evangelho como o centro da vida e obra da igreja. Ele cria que a pregação era central na igreja porque ela era o modo de Deus salvar o Seu povo, até o ponto dele se considerar também um ouvinte: "Quando eu subo ao púlpito não é para ensinar os outros somente. Eu não me retiro aparte, visto que eu devo ser um estudante, e a Palavra que procede da minha boca deve servir para mim assim como para você, ou ela será o pior para mim. ", dizia ele.
Para Calvino a pregação da Palavra era um meio de graça para o povo de Deus - “Quando nos reunimos em nome de Deus”, ele dizia, “não é para ouvir meros cânticos" (diferentemente da nossa geração que valoriza extravagantemente o momento de louvor). Para Calvino, os que desenvolviam tais práticas se alimentavam exclusivamente de vento. Além disso, Calvino cria que a pregação deveria ser “sem exibição”, para que o povo de Deus pudesse reconhecer nela a Palavra de Deus e para que o próprio Deus, e não o pregador pudesse ser honrado e obedecido.

 2-) Antropocentrismo cúltico

 Infelizmente os louvores cantados em nossas reuniões são extremamente antropocêntricos, o que nitidamente se percebe em nossos encontros congregacionais. Se fizermos uma análise de nossas liturgias chegaremos a conclusão que boa parte das canções que entoamos são feitas na primeira pessoa do singular, cujas letras prioritariamente reivindicam as bênçãos de Deus.

Pois é, numa liturgia preponderantemente hedonista, os evangélicos tem feito da música um instrumento de sensibilização a Deus onde objetivo final são as bênçãos do Senhor.

Caro leitor, sem sombra de dúvidas vivemos dias complicadíssimos onde o Todo-poderoso foi transformado em gênio da lâmpada mágica, cuja missão prioritária é promover satisfação aos crentes. Diante disto, precisamos orar ao Senhor pedindo a Ele que nos livre definitivamente desse louvor, filho bastardo da indústria mercantilista gospel, o qual nos tem nos empurrado goela abaixo, conceitos e valores anticristãos cujo objetivo final não é a glória de Deus, mas satisfação dos homens. Da mesma maneira, necessitamos clamar ao Pai pedindo-o que nos liberte do louvor engessado, feito de cabeças baixas e bocas carrancudas, de letras difíceis, de músicas duras, sejam elas importadas ou brasileiras. 

3) Entretenimento litúrgico 

A Igreja não foi chamada por Cristo para promover entretenimento. Charles Spurgeon, um dos maiores pregadores de todos os tempos, afirmou há quase 150 anos, que o adversário das nossas almas tem agido como o fermento, levedando toda a massa. Segundo o príncipe dos pregadores o diabo criou algo mais perspicaz do que sugerir à Igreja que parte de sua missão é prover entretenimento para as pessoas, com vistas a ganhá-las. Spurgeon afirmou que a igreja de Cristo não tinha por obrigação promover entretenimento àqueles que a igreja visitava. Antes pelo contrário, o Evangelho com todas as suas implicações precisava ser pregado de forma simples e objetiva. Todavia, em nossos dias, boa parte dos nossos jovens se reúnem com o propósito exclusivo de se divertir. Para tanto, usam do nome de Deus, fazendo do Criador um tipo de animador onde o que importa no final é a satisfação pessoal. Diante disto, não tenho a menor dúvida que os que agem desta maneira desobedecem escancaradamente ao sétimo mandamento, que é tomar o nome do Senhor nosso Deus em vão. Isto afirmo pelo fato de que as estruturas criadas para alegria de nossos jovens não visam a glória de Deus e sim a satisfação humana. Na verdade os eventos gospel usam o nome de Deus de forma interesseira e egoísta, fazendo dele o protagonista de nossas diversões pessoais.

4- A "pregação" em meio ao louvor

Boa parte dos louvores neopentecostais são intercalados com curtas palavras e pregações que muitas  vezes visam defender a teologia da prosperidade e a confissão positiva. Nessa perspectiva é comum aos condutores  de período de louvor incentivarem aos irmãos a desenvolverem uma espiritualidade focada na satisfação pessoal. Ora, ao contrário do que temos visto e aprendido, o período de louvor com música não foi criado para a nossa alegria e plenitude. Muito pelo contrário, a adoração na "comnnunion Sanctos" visa exclusivamente a glória de Deus.

5- Músicas com letras desprovida de boa teologia e fundamentos bíblicos

Essa talvez seja uma da principais características dos louvores neopentecostais. Veja bem, vale a pena ressaltar que boa parte dos cantores neopentecostais não compõem canções equivocadas teologicamente por aqui assim desejam. Não. Não o fazem. Na verdade as composições distorcidas de boa teologia se deve ao fato dos músicos não receberem da parte de seus pastores ensinos centrados nas Escrituras.

6- Músicas cujas letras estão desprovidas de doutrinas fundamentais a fé cristã

Uma dos erros mais comuns do louvor neopentecostal é não cantar a sã doutrina. Nessa perspectiva é comum não encontrarmos em nossas letras, ênfases a doutrinas como salvação pela graça mediante a fé em Cristo Jesus, perdão de pecados, arrependimento, volta de Cristo e vida eterna.

7- Ausência de foco na glória de Deus.

Uma das características do louvor pentecostal é o bem estar do homem e não a glória de Deus. Nessa perspectiva as canções cantadas, os louvores entoados ou até as ministrações variadas são eminentemente focadas no brilhantismo humano esquecendo portanto que tudo aquilo que fazemos deve ser feito para a glória de Deus.
Volta as Escrituras:
Penso que os excelentes músicos neopentecostais se regressarem as Escrituras e permitirem com que a Palavra de Deus norteie suas vidas e ministérios a Igreja evangélica brasileira será ricamente abençoada. Acredito que mais do que nunca necessitamos regressar as Escrituras, cantar as Escrituras, bem como viver as Escrituras.

O reformador João Calvino costumava dizer que o verdadeiro conhecimento de Deus está na Bíblia, e de que ela é o escudo que nos protege do erro. Em tempos difíceis como o nosso, precisamos regressar à Palavra de Deus, fazendo dela nossa única regra de fé, prática e comportamento.


Soli Deo Gloria,

Renato Vargens
Fonte:  http://renatovargens.blogspot.com.br/2013/10/os-07-principais-erros-do-louvor.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+renato_vargens+%28Renato+Vargens%29

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O desafio de ser bênção perto


Não seremos uma bênção longe se, primeiramente, não o somos perto. E não há nada mais perto de nós que a nossa família.

 Ronaldo Lidório

O lar é nosso primeiro desafio e onde devemos investir energia, tempo e relacionamento construtivo. Davi é lembrado na história como um líder vitorioso. Venceu o gigante, superou a perseguição de Saul, peregrinou foragido em sua própria terra, refugiou-se na casa de seus antigos inimigos e, na perseverança do Senhor, reinou sobre Israel. Por outro lado, fracassou diversas vezes em casa onde enfrentou adultério, mentira, incesto, competição e trágica rebeldia. Certamente há aqui lições preciosas e uma delas é a necessidade de não perdermos o privilégio de sermos bênção perto, na família.

É mais fácil ser um modelo para as massas que nos veem de longe do que para um único indivíduo que caminha conosco. É mais fácil brilhar em um púlpito do que exercer paciência com a esposa. É mais fácil admoestar uma congregação do que ser modelo para os filhos. Um provérbio chinês nos ensina: Antes de começar o trabalho de mudar o mundo, dê três voltas dentro de sua casa. Não importa o que você diga a seus filhos para fazerem. Eles naturalmente seguirão aquilo que o veem fazendo.

SENDO UM MODELO PARA OS DE PERTO

Ser um modelo para os de perto, portanto, é um dos nossos maiores privilégios e mais intenso desafio. Em Atos 13, encontramos o registro do envio de Paulo e Barnabé pela igreja em Antioquia. Lemos que "servindo eles ao Senhor disse o Espírito Santo...". O verbo "servindo" (leitourgounton) usado no texto aponta para aqueles que serviam ao Senhor como leitourgoi, servos. Havia três formas de "servir" no contexto neotestamentário:

Como doulos, o escravo - Nas palavras de Candus, aquele que pessoalmente acompanha o seu Senhor para realizar os desejos do seu coração. Portanto, doulos, no contexto do Novo Testamento, é aquele que tem um compromisso direto com Deus e O serve pessoalmente.

Como diakonos, o mordomo - Aquele que serve ao seu Senhor por meio do serviço à comunidade cristã. Nas Escrituras, o termo é usado para os que cooperam para suprir as necessidades do povo de Deus – e, com isto, servem a Deus.

Ou como leitourgos, o edificador - O termo, ligado à leitourgia (liturgia), não é restrito como o usamos hoje. Refere-se àquele que serve ao Senhor sendo usado por Ele para abençoar (edificar) o seu irmão. Esta é justamente a raiz do verbo que expressa que Paulo e Barnabé "serviam" ao Senhor. Afirmava, assim, que antes de tudo eles eram abençoadores do Corpo de Cristo em Antioquia.

A primeira característica apontada a respeito destes dois homens que espalharam o Evangelho pela Ásia, Acaia, Macedônia e Galácia não foi a competência intelectual, o título ministerial ou a profundidade teológica, mas sim a fidelidade a Deus sendo uma bênção para os que estavam perto.

Uma aplicação missionária é clara: não envie para longe aqueles que não são uma bênção perto. Aquele jovem que se diz chamado para o ministério, mas não demonstra o caráter de Cristo nem o desejo de servir os que se encontram ao seu redor, fatalmente não será uma bênção longe.

Uma aplicação pessoal é ainda mais inquietante: aquele que não for leitourgos – um abençoador – no seu círculo menor de convivência, dificilmente o será em lugares distantes. E não há nada mais próximo de nós do que a nossa família.

Há alguns anos, encontrei-me com um senhor, conhecido preletor sobre famílias nas igrejas de sua região. Era tarde naquela noite e, ao passar rapidamente por um supermercado, eu o percebi empurrando lentamente um carrinho de compras, quase vazio. Ao cumprimentá-lo, notei o seu constrangimento. Rodei por algumas prateleiras buscando o que precisava, mas permanecia incomodado com a impressão de algo estava errado. Voltei a abordá-lo, prolonguei a conversa e passo a passo foi-se criando ali um ambiente propício para um abrir de coração. Após algum tempo, com seu rosto já marcado por expressões de angústia, ele mencionou que a cada dia, ao sair do seu emprego, permanecia ali para deixar o tempo passar. Seu intuito era chegar em casa tarde o suficiente para que esposa e filhos já estivessem deitados. Ao indagar o porquê desta prática ele elevou a voz e desabafou: 'Minha casa é um inferno!' Conversamos, oramos juntos e nos despedimos, deixando um próximo encontro planejado. Segui, porém, com tremenda consciência de nossa limitação humana. Que o Senhor abra nossos olhos para que não ganhemos o mundo e percamos a família.

BUSCANDO O MAIOR INVESTIMENTO

O maior investimento a ser feito na família é o amor. Nada é mais construtivo, poderoso e reparador. Amar – e expressar o amor – pode salvar casamentos perdidos, reconciliar filhos aos pais e reanimar o coração mais desesperado.

Sempre leio com temor os três primeiros versículos do capítulo 13 da primeira carta aos Coríntios. Confrontam minha vida ao afirmar que podemos ter dons espirituais, tamanha fé ou praticar toda sorte de ações sociais, porém, sem amor, nada haverá que, ao fim, possa ser aproveitado: nem sermões bem preparados ou liturgias cúlticas; nem grandes gestos de liderança ou realização pessoal. O amor não é apenas superior aos dons, mas um marcador de quem somos em Cristo. Somos de Cristo quando buscamos amar.

Isto significa que minha vida em Cristo não pode ser definida puramente pelos dogmas que entendo e aceito, nem mesmo pelas experiências de espiritualidade que vivencio, pois, sem amor, serão vazios de significado. Minha vida em Cristo é definida pela presença do amor que não apenas é essencial como também é auto-manifesto. Para nosso temor e tremor, o Espírito descreve neste capítulo que o amor é perceptível, ou seja, ele deixa marcas. Ele é prático, notável e visível e precisa se aplicado de forma vital em cada vida e lar.
Ele é paciente, esperando pela hora oportuna para o outro. É benigno, fazendo com que a dor do outro seja também a nossa. Não arde em ciúmes, portanto evita comparações e se nega a criticar o próximo.

Somos naturalmente seres construtores de máscaras e tais máscaras tendem a esconder aquilo que é nitidamente carnal e vergonhoso. Assim, usando máscaras bem elaboradas, podemos falar sobre fé sem de fato crer; pregar contra o pecado sem intimamente repudiá-lo; expor sobre o amor e, na manhã seguinte, irritar o esposo, esposa ou filhos. Gestos de amor provam a nossa verdadeira espiritualidade.

O oposto do amor também é evidente. Uma de suas marcas é a incrível tolerância com nossas próprias fraquezas e grave intolerância com as do próximo. Desta forma, se alguém conversa com formalidade, é antipático, mas se nós o fazemos, somos respeitosos. Se alguém brada ao pregar, está sendo artificial. Se nós bradamos, é sinal de espiritualidade. Se alguém não faz, é preguiçoso, mas se nós não fazemos, somos ocupados. Se alguém contrai uma dívida, é irresponsável. Se nós nos endividamos, é porque recebemos pouco. Se alguém discorda é soberbo, mas se nós discordamos, somos criteriosos. Se alguém critica, ele o faz por estar tomado de inveja ou ciúmes. Se nós criticamos, estamos sendo zelosos. Se alguém repete um sermão, está sendo desleixado, mas se nós o fazemos, Deus quer falar novamente ao seu povo. Se alguém erra, era de se esperar vindo dele. Se nós erramos, errar é humano. Se alguém cai, suas atitudes carnais já indicavam isto. Se nós caímos, o inimigo preparou-nos uma armadilha. Se alguém brinca, está sendo mundano. Se nós brincamos, somos informais. Se alguém ofende ao falar é descontrolado. Se nós o fazemos, somos sinceros. A ausência de amor falsifica a vida cristã, e o lar é o primeiro ambiente aonde tais sinais se manifestam.

Neste mesmo capítulo, percebemos que o amor é um aprendizado. Eu era menino e agora sou homem. Enxergava de forma obscura e agora vejo claramente. Em outras palavras, amar é um processo, uma caminhada. Nós não nascemos amando.

Para amarmos verdadeiramente, devemos pedir o auxílio daquele que é amor. O salmista, no Salmo 119.2, afirma que andará nos caminhos do Senhor quando Ele dilatar o seu coração. Precisamos de corações dilatados, abertos, prontos para amar. Peçamos ao Pai, pensando nos cenários diários de nossas vidas e, de forma especial, da nossa família, dizendo: 'ensina-me a amar'.

John Edwards, em seu livro Uma fé mais forte que as emoções (Editora Palavra), nos fala sobre a incompatibilidade do amor com as palavras de agressão. Expõe que, para amar, precisamos também nos desapegar daquilo que é incompatível com o amor. Desapego é uma palavra-chave. Jamais amaremos enquanto nossa agenda diária estiver repleta de palavras de ofensa, competitividade, ciúmes, falso zelo, discórdias, comparações desnecessárias, soberba e agressões.

Se a família é um dos maiores privilégios na terra, é também uma das maiores responsabilidades. A Palavra nos adverte que "se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, tem negado a fé, e é pior que um incrédulo" (1Tm 5.8). Que o Altíssimo nos ajude para que sejamos sal da terra a luz do mundo, mas também abençoadores para os de perto, especialmente a família.

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/artigos/familia/nao-seremos-uma-bencao-longe-se-primeiramente-nao-o-somos-perto-e-nao-ha-nada-mais-perto-de-nos-que-a-nossa-familia
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