Sejam bem vindos!

"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." (2 Tm 2:15)

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Lembrando a Reforma: OS TRÊS PILARES

Tudo começou com a leitura da Bíblia.
Martim Lutero era professor de Bíblia, mas não era convertido (isto é: não tinha consciencia que era pecador e que precisava ser justificado -- perdoado -- por Deus). Era monge, mas não conhecia a graça de Jesus.
Um dia, preparando suas aulas para a universidade, deparou-se com esta frase de Paulo aos Romanos:
"O justo viverá pela fé", uma citação de Habacuque 2.4.
Foi uma epifania (aparecimento de Deus).
Ele entendeu que seus esforços intelectuais ou morais ou religiosos eram inúteis para ser salvo. Ele precisava viver pela fé. Uma paz se apossou do seu coração para nunca mais sair.
Estava posto um dos pilares da Reforma: a justificação acontece por meio da fé em Jesus Cristo ("sola fide").
Mas houve um conflito, porque tudo o que ele cria antes estava em contradição. Ele achava que, se fosse digno, seria salvo. Agora estava salvo, alcançado pela graca, mediante a fé em Jesus Cristo.
O conflito aumentou externamente, sobretudo quando um pregador, numa cidade próxima, vendia indulgências. Para estimular a compra dos perdões, Johannes Tetzel prometia o que Deus não promete.
Indignado, Lutero escreveu 95 teses (na verdade, frases curtas) em que chamava as pessoas para uma discussão. No fundo, queria saber se aquilo que estava vendo podia ser chamado de cristianismo. Ele achava que cada cristão é livre para ir a Deus, sem intermediários para as bênçãos (ou gracas) que não podiam ser usadas pelos religiosos para controlar os crentes.
Estava posto um dos pilares da Reforma: só Jesus Cristo é o mediador entre os homens e Deus ("solus Christus").
Quanto ao debate solicitado, para o dia 31 de outubro de 1517, imagine quantos compareceram? Ninguém.
As frases foram impressas (Gutenberg tinha inventado a maravilhosa máquina de imprimir) e incendiaram as Alemanhas.
Depois escreveu outros livros com denúncias diversas ao sistema religioso vigente e dominante. Pressionado a se retratar, uma vez respondeu: "Só me retratarei se for convencido pelas Escrituras" ("sola Scriptura").
Estava posto um dos pilares da Reforma: a autoridade final da Bíblia.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO
Fonte: http://www.prazerdapalavra.com.br/reflexoes/editoriais/6166-lembrando-a-reforma-os-tres-pilares.html

domingo, 28 de outubro de 2012

As sutilezas da vaidade

A vaidade nem sempre é sutil.
Ela pode ser espalhafatosa, grandiloquente, ostensiva e bochechuda.
No entanto, seu maior perigo é a sutileza.
Um alto diretor de uma empresa pede para nunca aparecer nas fotos ou imagens dos eventos de que participa. Pode ser humildade, mas pode ser a vaidade que lhe dita a atitude: "Não preciso disto para mostrar o meu valor".
Um pastor ou músico pede "palmas para Jesus" depois de um sermão ou um cântico, para evitar os holofotes ou para medir o sucesso de sua performance.
Um blogueiro pode terminar seus artiguetes com um dístico clássico, como "soli Deo gloria" (glória somente para Deus), porque isto expressa seu desejo ou para que todos atestem sua humildade.
Um transeunte pode atravessar uma esquina de braços com uma anciã por gentileza ou pelo desejo de ser reconhecido.
Um escritor pode recusar um convite para integrar uma academia de letras, por não gostar de honrarias ou para esnobar os "imortais".
Uma mulher pode se vestir de modo muito simples, porque detesta a ostentação ou porque quer que notem o quanto ela é simples.
Um homem pode falar pouco, por achar que tem pouco a dizer ou para ninguém perceber que não tem nada para dizer.
A vaidade pode ser sutil.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO 
Fonte: http://www.prazerdapalavra.com.br/bom-dia/6150-bom-dia-as-sutilezas-da-vaidade.html

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Deus tem de me dar tudo? ¹ (William Douglas)

Gostaria de aproveitar para, nesta semana, comentar sobre um erro que muitos cometem ao pensar em sucesso profissional. Erro que precisa ser confrontado. Existem pessoas que enxergam em Deus uma oportunidade de investimento, uma instituição financeira, uma solução instantânea para os problemas de trabalho e de dinheiro. Tais pessoas procuram o que elas creem ser o Criador do Universo, com a seguinte proposta: “Eu vou te dar isso e quero isso em troca”. Traduzindo: “Deus, eu quero comprar um sucesso”, ou, pior, “ Deus, você tem de me dar sucesso”, ou “ Eu determino a você, Deus, que me dê sucesso”. 
 
     Nesta visão distorcida, Deus atuaria como um almoxarifado e não como o “que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos” (Efésios 3.20). 
 
     A visão do deus-almoxarifado que controlamos parece ser mais confortável do que a do Deus soberano, mas não é. O deus-almoxarifado é limitado ao que pedimos ou pensamos, o Deus soberano não tem limites e é capaz de nos fazer alcançar sucessos além do que “pedimos ou pensamos”.
 
    Deus não é injusto: ele ensina o caminho do sucesso. Qualquer criatura criada por ele, salvo ou não, religioso ou não, obterá os resultados caso siga as orientações. E quem diz que segue a Deus, mas sequer o obedece, não tem muita moral para ficar dando ordens de “eu quero isso”, “eu quero aquilo”.
 
     Dentre os que são portadores da mentalidade do deus-almoxarifado, há os que chegam a dar muito do que possuem, como uma troca. Só não oferecem por renúncia, mas sim na intenção de receber em dobro ou mais. Quem age nesta relação de barganha, almeja ganhar 10, 20, 30, 100 vezes mais. E assim, vai sendo estabelecida uma suposta relação negocial com Deus que teria como obrigação atuar como medicamento, empregado ou outro mecanismo de solução de problemas quaisquer. 
 
     Se você pertence ao grupo que pensa assim, desejamos ainda mais que continue lendo este livro e que esteja aberto para mudanças. Deus é generoso, mas não é nosso empregado.
 
     Aproveitamos para contar uma história verídica, lamentavelmente. Uma senhora religiosa começou a fazer um jejum porque morava na favela, mas queria mudar-se para um apartamento no bairro nobre da cidade. Fez também com que toda a família jejuasse. Bem, esta senhora faleceu, está morta. E os parentes que obrigou a jejuar ficaram doentes e com sérios problemas de saúde. 
 
     O que esta mulher realmente queria com seu jejum? Provavelmente, fazer com que Deus melhorasse a sua vida, garantisse seu conforto e alegria de morar em um novo apartamento na Zona Sul. Independente de sua vida sincera de devoção espiritual, este tipo de religioso não conhece bem a orientação bíblica a respeito do tema. A rigor, alguém que afirma crer em Deus deve tê-lo em patamar muito superior ao dinheiro, à riqueza ou a qualquer tipo de sucesso. Quem crê em Deus, deve vê-lo muito além de uma visão materialista. 
 
     Você precisa se livrar dessa visão confusa sobre Deus que, além de contrariar a Bíblia, não lhe trará o êxito que espera. Sobre essa irmã que faleceu, que falta fez a ela conhecer bem o texto de I Timóteo 6:8 e de Mateus 6:25.
___________________________________
¹  Texto adaptado da obra Sucesso profissional: as leis da Bíblia, de William Douglas e Rubens Teixeira.
 Fonte: http://www.prazerdapalavra.com.br/colunistas/william-douglas.html

sábado, 20 de outubro de 2012

O Evangelho é suficiente pra você?

Um dos pontos que diferencia evangélicos das seitas pseudocristãs é a suficiência da Palavra de Deus. Todo cristão evangélico sustenta que a Bíblia é a infalível Palavra de Deus, totalmente suficiente, ao ponto de já não necessitarmos novas revelações alheias ao evangelho, nem de aparições angelicais ou ainda tradições esclerosadas de origem duvidosa. Na verdade, afirmar a Suficiência das Escrituras equivale a que não precisamos de nenhuma outra coisa além do evangelho. Nada além das Escrituras.

     Se isso for verdade, segue-se que todo o resto é enfeite de culto. É bonito, interessante, as vezes didático, mas secundário. Remova o púlpito, e ainda terá uma igreja cristã. Remova as cadeiras e não perderemos nada. Desligue o ar condicionado do templo e ainda teremos uma igreja evangélica. Acabe com o grupo de musica, desligue o projetor, e ainda teremos uma igreja evangélica, uma pregação evangélica, e um culto evangélico. Será?

     Imagine que um dia você chega na sua igreja e encontra um templo vazio: o púlpito não está lá, as cadeiras acolchoadas também não, não há instrumentos musicais, nem banda, nem letras no telão, nem teatro, danças, coreografias, nada nesse estilo. Você entra e tudo o que vê é um homem com uma Bíblia na mão. Como você reagiria? Como você se sentiria? Será que você ainda pensaria que está entrando em uma igreja? Será que a sua igreja sobreviveria sem todos estes elementos secundários? Será que sua fé resistiria a todas essas mudanças? Se nós tivéssemos cultos somente de pregação, as pessoas assistiriam mesmo assim?

     Em outras palavras, o Evangelho é realmente suficiente para nós?
    A verdade é que se estes elementos deixassem de existir, muitas igrejas desapareceriam também. Isso porque são igrejas centradas em vaidades, e não no evangelho de Cristo. Para elas, a suficiência das Escrituras é apenas um dogma a ser confessado, e não uma verdade para ser vivida!
Pastor, proponho que você faça o seguinte: Remova as cadeiras, tire o púlpito do lugar, desligue os ventiladores, tire os instrumentos e todas as outras coisas não essenciais de sua igreja e aguarde seu rebanho com a Bíblia na mão. Use a oportunidade para falar da suficiência da Palavra. Mostre a eles a diferença entre o essencial e aquilo que é secundário. Deixe que eles sentem no chão, com a Bíblia sobre as pernas e saboreiem a Palavra sem distrações. Aproveite para dizer a eles que milhões de crentes ao redor do mundo se reúnem assim: sem cadeiras, sem edifícios ostentosos, ar condicionado, projetores e banda de musica; são os cristãos perseguidos. Conte a eles como, para milhões de crentes ao redor do mundo, a Bíblia é suficiente.

     Marque reuniões mensais assim, onde vocês se despojarão de tudo o que não é essencial para saborear a Palavra e viver como a igreja primitiva e como os crentes perseguidos. Tenham refeições em comum durante este período e intercedam pelos seus irmãos em todo mundo. E se depois de alguns dias você ficar sozinho com a Bíblia na mão, comece a plantar de novo, pois o que você tinha não era uma igreja evangélica, um rebanho de ovelhas, mas apenas uma seita centrada em uma infinidade de elementos não essenciais, mas totalmente distante da verdadeira fé e do evangelho de Deus.
***
Leonardo Gonçalves é missionário no Peru e editor do Púlpito Cristão.

Forma eficaz de evangelismo!

Caravana do arrependimento

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

AINDA TOMAREMOS UM CAFÉ JUNTOS

Um professor, diante de sua classe de filosofia, sem dizer uma só palavra, pegou um pote de vidro, grande e vazio, e começou  a enchê-lo com bolas de golf.
 
Em seguida, perguntou aos seus alunos se o frasco estava cheio e imediatamente todos disseram que sim.
 
O professor então pegou uma caixa de bolas de gude e esvaziou-a dentro do pote. As bolas de gude encheram todos os vazios entre as bolas de golf.
 
O professor voltou a perguntar se o frasco estava cheio e voltou a ouvir de seus alunos que sim.
Em seguida, pegou uma caixa de areia e esvaziou-a dentro do pote. A areia preencheu os espaços vazios que ainda restavam e ele perguntou novamente aos alunos, que responderam que o pote agora estava cheio.
 
O professor pegou um copo de café (líquido) e o derramou sobre o pote umedecendo a areia. Os estudantes riam da situação, quando o professor falou:
 
"Quero que entendam que o pote de vidro representa nossas vidas.
 
As bolas de golf são os elementos mais importantes, como Deus, a família e os amigos. São com as quais nossas vidas estariam cheias e repletas de felicidade.
As bolas de gude são as outras coisas que importam: o trabalho, a casa bonita, o carro novo, etc.
 
A areia representa todos as pequenas coisas. Mas se tivéssemos colocado a areia em primeiro lugar no frasco, não haveria espaço para as bolas de golf e para as de gude.
 
O mesmo ocorre em nossas vidas. Se gastamos todo nosso tempo e energia com as pequenas coisas nunca teremos lugar para as coisas realmente importantes.
 
Prestem atenção nas coisas que são primordiais para a sua felicidade.
 
Brinquem com seus filhos, saiam para se divertir com a família e com os amigos, dediquem um pouco de tempo a vocês mesmos, busquem a Deus e creiam nele, busquem o conhecimento, estudem, pratiquem seu esporte favorito...
Sempre haverá tempo para as outras coisas, mas ocupem-se das bolas de golf em primeiro lugar.
 
O resto é apenas areia."
Um aluno se levantou e perguntou o que representava o café.
O professor respondeu:
 
"Que bom que me fizestes esta pergunta, pois o café serve apenas para demonstrar que não importa quão ocupada esteja nossa vida, sempre haverá lugar para tomar um café com um amigo.


Autor desconhecido!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Um Evangelho Superficial

     Tenho observado a maneira com que muitos irmãos vivem dentro de suas igrejas professando a sua fé e vivendo um evangelho diferente daquele apresentado por Jesus e os apóstolos. Segue algumas observações:

     Valorizam a emoção, o sentimentalismo em detrimento da reflexão, da meditação. Aliás pensar para muitos irmãos é coisa de gente radical, duro de coração, sem ética, sem sensibilidade, etc.

     Defendem com todo ardor seus "artistas gospel", que estão cada vez mais se enriquecendo às custas de um sistema mercadológico que nada tem a ver com o evangelho e promovendo e aceitando uma idolatria descarada de dar inveja a qualquer faraó, e não se importam com o que andam falando de Jesus na mídia secular e muito menos com as críticas que a Bíblia sofre todos os dias.

       Afrontam sua liderança quando esta resolve não compactuar com suas atitudes e ou pensamentos.

       Conhecem muito bem seus tempos (facebook, msn, orkut, twiter, skype, iphone, ipad, ipod, programas de tv, seus artistas, etc), mas não conhecem os sinais dos tempos que tanto  Jesus falou.

       Sabem operar com maestria qualquer tecnologia, mas não manejam bem a Palavra da verdade.

    Enfim, a minha oração é que nós não nos afastemos da simplicidade do evangelho de Cristo e aprendamos a valorizar aquilo que Deus valoriza.

Paulo Nassif


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Lendo a Bíblia Hoje

Meu alvo nessa breve postagem é mostrar como alguns aspectos da pós-modernidade se constituem em sérios desafios à leitura bíblica feita pelos evangélicos, e em especial, pelos reformados. Mencionarei apenas três aspectos. Há muito mais coisas na pós-modernidade que influenciam nossa leitura da realidade e dos textos, mas isso fica para outra vez.
Os reformados -- uso o termo para me referir aos cristãos evangélicos que aderem aos credos históricos da Igreja e às confissões reformadas -- têm tradicionalmente interpretado as Escrituras partindo de alguns pressupostos. O mais importante deles é que as Escrituras são divinas, em sua origem, infalíveis e inerrantes no que ensinam, seguras e certas no seu ensino. Para os cristãos reformados, a Bíblia é a revelação da verdade. Em decorrência, só existe uma religião certa, a que se encontra revelada na Bíblia. Logo, no raciocínio reformado, tudo o que é necessário à vida eterna e à vida cristã aqui nesse mundo estão claramente reveladas na Escritura. E tais coisas são claramente expostas nela.
Existem alguns aspectos da pós-modernidade que desafiam esse pressuposto central da interpretação reformada das Escrituras.

1) O conceito de tolerância. Eu me refiro à idéia contemporânea de total complacência para com o pensamento de outros quanto à política, sexo, religião, raça, gênero, valores morais e atitudes pessoais, ao ponto das pessoas nunca externarem seu próprio ponto de vista de forma a contradizer o ponto de vista dos outros. Esse tipo de tolerância não deve ser confundida com a tolerância cristã, pois ela resulta da falta de convicções em questões filosóficas, morais e religiosas: "A tolerância é a virtude do homem sem convicções" (G. K. Chesterton). A tolerância da pós-modernidade é fortalecida pela queda na confiança na verdade, atitude típica de nossa época.

É aqui que entra o conceito de "politicamente correto". Significa aquilo que é aceitável como correto na sociedade onde se vive. É o que se faz em um grupo sem que ninguém seja ofendido. Por exemplo, não é "politicamente correto" tomar atitudes ou afirmar coisas que venham a desagradar pessoas, como emitir valores morais sobre o comportamento sexual das pessoas. É "politicamente correto" ouvir o que os outros dizem sem qualquer crítica, reparo ou discordância explícita. Aqui devemos também notar em especial a preocupação em não ofender as minorias ou grupos oprimidos: afro-descendentes, mulheres, pobres, pessoas do 3º mundo. É claro que o Cristianismo nos ensina a não ofender absolutamente ninguém, mas não por que são minorias ou maioria, e sim por que são feitas à imagem de Deus.
É preciso observar que existe uma tolerância exigida do cristão. Devemos tolerar as pessoas. Todavia, não temos de tolerar suas crenças, quando estas contrariam a verdade de Deus revelada nas Escrituras. Temos o dever de ouvir o que elas tem a dizer, e aprender delas naquilo em que se conformam com a verdade bíblica. Porém, tolerância ao erro, quando a verdade bíblica está em jogo, é omissão.
A tolerância tão característica da pós-modernidade pode afetar a interpretação da Bíblia levando as pessoas a interpretá-la a partir do conceito de "politicamente correto." Evita-se qualquer leitura, interpretação ou posicionamento que venha a ser ofensivo à sociedade ou comunidade a que se ministra. Textos bíblicos que denunciam claramente determinados comportamentos morais são domesticados com uma leitura crítica que os reduz a expressões retrógradas típicas dos moralistas machistas do século I. Textos que anunciam a Cristo como o único caminho para Deus são interpretados de tal forma a não excluir a salvação em outras religiões.
2) O inclusivismo. Num certo sentido, é o resultado do multiculturalismo do mundo pós-moderno. Não há mais no mundo ocidental um país com uma cultura única e uma raça homogênea. Países ocidentais são multiculturais e têm uma mescla de diversas raças. Para que não se seja ofensivo, e para que se possa conviver harmoniosamente, é necessário ser inclusivista. Isso significa dar vez e voz a todas as culturas e raças representadas.
Na sociedade pós-moderna, o conceito ser estende para incluir os grupos moralmente orientados. Significa especialmente repartir o poder com as minorias anteriormente oprimidas pelas estruturas de poder, como afro-descendentes, "gays", mulheres, pobres e raças minoritárias.
Existem coisas boas do inclusivismo multiculturalista, como por exemplo, estudos nos meios acadêmicos sobre a cultura de raças minoritárias e oprimidas no ocidente, como africanos, hispânicos e orientais. Também a criação de bolsas de estudos e empregos para membros destas minorias raciais, bem como de grupos oprimidos, como as mulheres. Ainda digno de nota é a luta contra discriminação baseada tão somente em raça, religião, postura política e gênero.

Mas existem coisas que nos preocupam no inclusivismo. A maior de todas é que o inclusivismo exclui qualquer juízo de valor em termos morais, religiosos, e de justiça. Tem que ser assim para que o relacionamento multicultural e multi-moral funcione.

O inclusivismo acaba também influenciando na interpretação bíblica. Sua mensagem é abordada do ponto de vista do programa das minorias. Por exemplo, a chamada "teologia negra," a teologia da libertação, teologias feministas. Outra coisa é a tendência cada vez mais forte de se publicarem traduções da Bíblia sem linguagem genérica ofensiva, isto é, tirando todas as referências a Deus como sendo homem, etc.

3) O relativismo. No que tange ao campo dos valores e dos conceitos morais e religiosos, é a idéia de que todos os valores morais e as crenças religiosas são igualmente válidos e que não se pode julgar entre eles. A verdade depende das lentes que alguém usa para ler a vida. O importante é que as pessoas tenham crenças, e não provar que uma delas é certa e a outra errada. Não há meio de se arbitrar sobre a verdade porque não há parâmetros absolutos. Desta forma, alguém pode crer em coisas mutuamente excludentes sem qualquer inconsistência.

Dessa perspectiva, ninguém pode tentar mudar a opinião de outrem em questões morais e religiosas. Existem alguns perigos no relativismo quanto à leitura da Bíblia. Primeiro, o relativismo acaba por minar a credibilidade em qualquer forma de interpretação que se proponha como a correta. Segundo, acaba por individualizar a verdade. Cada pessoa tem sua verdade e ninguém pode alegar que a sua é superior à dos outros. Portanto, ninguém pode ter a pretensão de converter outros à sua fé.
Muitos cristãos são tentados a suavizar a sua interpretação da mensagem do Evangelho, excluindo os elementos que não são "politicamente corretos" como: pecado, culpa, condenação, ira de Deus, arrependimento, mudança de vida. Acaba sendo uma tentação de escapar pela forma mais fácil do dilema entre falar todo o conselho de Deus ou ofender as pessoas.
Esses são alguns dos perigos que a pós-modernidade traz à leitura e interpretação das Escrituras. Reconhecemos a contribuição da pós-modernidade em destacar a participação do contexto e do leitor na produção de significado, quando se lê um texto. Porém, discordamos que isso invalide a possibilidade de uma leitura das Escrituras que nos permita alcançar a mensagem de Deus para nós e de ouvir a voz de Cristo, como Ele gostaria que ouvíssemos. 
 
Fonte: Augustus Nicodemus
 http://tempora-mores.blogspot.com.br/2007/09/lendo-bblia-hoje.html
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