Sejam bem vindos!

"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." (2 Tm 2:15)

sábado, 28 de setembro de 2013

Cristãos sírios falam sobre seus anseios, medos e dificuldades

 As revoltas na Síria tiveram início em março de 2011 juntamente com a onda de protestos populares que atingiu a maior parte dos países do mundo árabe, episódio comumente chamado de “primavera árabe”. Após um ano de violentas manifestações a Síria está entre os países cujo presidente não foi deposto e está à beira de uma guerra civil

Oração. É isto o que os cristãos na Síria dizem que mais precisam. Após um ano de protestos e violência a situação ainda não melhorou. Toda a população da Síria está sofrendo por causa da violência em curso. Devido à atual situação de instabilidade em muitas cidades, as igrejas decidiram atuar apenas durante o dia e muitas só abrem aos domingos. Muitas escolas cristãs não funcionam às sextas-feiras, dia em que os muçulmanos vão às mesquitas e se reúnem para orar. O que parece atacar a maioria dos cristãos no país dilacerado pelas revoltas armadas é o medo.

Dependendo do lugar onde vivem os cristãos, a situação é diferente. Em Damasco, capital do país, as dificuldades são bem menores do que, por exemplo, em  Homs cidade onde estão instalados os grupos rebeldes e de onde muitas pessoas fugiram. Em algumas cidades os cristãos têm de conviver com sequestros, roubos, falta de combustível e eletricidade, uma economia debilitada e um alto índice de desemprego. Devido à situação difícil e o perigo de uma iminente guerra civil muitos cristãos desejam abandonar o país.
O líder de uma igreja em uma das maiores cidades da Síria, diz: "A situação é ruim. Há morte e sequestros na estrada. O principal alvo dos sequestradores são as crianças, por isso alguns pais deixaram de enviar seus filhos à escola. Muitos carros particulares são roubados e há muito roubo de combustível também", ele então resume a situação em sua cidade. "Sei de alguns cristãos que transferiram seus bens para diferentes países, poucas famílias emigraram, mas muitos estão trabalhando para encontrar uma maneira de sair do país. O grande problema é que as pessoas estão vivendo com medo. Medo do desconhecido, medo por causa da situação atual. Os cristãos sentem medo inclusive pelo fato de serem minoria e não saberem o que esperar do futuro."

Na mesma cidade, o líder de outra igreja diz: "Estamos indo muito bem" Ele diz que as pessoas preferem ficar dentro de suas casas na sexta-feira. Nós nos reunimos para a adoração e as pessoas têm uma fé forte. Nós só temos aberto a igreja aos domingos e temos reuniões de oração nas casas ou na igreja durante a semana com as portas fechadas. O pastor alega que “não há ataques diretos contra os cristãos, mas não sabemos se as coisas mudarão e nem como seremos tratados quando as revoltas acabarem."

Além disso, ele diz: "Estamos acostumando com a situação. Estamos orando para que as coisas voltem ao normal. Minha filha está na faculdade e ficamos com tanto medo quando ela sai para estudar. Por um período de tempo era difícil deixá-la sair, agora está ficando mais fácil, não porque a situação melhorou, mas porque nos acostumamos e Deus está nos dando mais fé. O que podemos fazer? Deus é bom e Ele continua nos dando promessas de Sua palavra."

Pedidos de oração
•Ore pelo fim dos conflitos entre rebeldes e forças do governo e para que haja paz nesta nação
•Peça a Deus pela segurança dos cristãos sírios e para que o desenrolar da situação política lhe seja favorável
•Louve a Deus porque muitos cristãos sírios permanecem no país, a despeito das dificuldades e do medo, para testemunhar a outros sobre o amor de Jesus.

Fonte:  http://www.portasabertas.org.br/noticias/Artigos/2012/03/1443553/

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A IGREJA DO ESPETÁCULO

Luis A R Branco


Há algumas décadas o movimento humanista decidiu deixar de investir em propaganda, e passaram a investir cada centavo que recebessem em educação, num projeto que poderia levar décadas para ser concretizado. Eles entenderam que as escolas e as universidades de todo o mundo eram os “jardins de infância” de uma nova geração humanista que desejavam desenvolver.

Durante décadas os humanistas sumiram do cenário, a ponto de nos anos 70’s filósofos e teólogos ousarem declarar que o humanismo estava praticamente extinto como movimento. Enquanto na verdade, investiam silenciosamente na educação, e hoje estima-se que eles dominam aproximadamente 90% do sistema de educação, fazendo com que a influência humanista na sociedade tenha um alcance em praticamente todas as esferas desta.

O que é o humanismo ou movimento humanista? Antes de responder a esta pergunta é preciso entender que existem no humanismo varias ramificações com uma ou outra nuance, mas basicamente podemos dizer que: O Humanismo é uma filosofia que coloca o homem no centro de todas as coisas. Isto significa que o homem, suas ideias, vontades e sentimentos passam a assumir o papel principal no mundo e determinam como tudo o mais deverá funcionar.

Acadêmicos mais modernos como Gilles Lipovitsky, Mario Vargas Llosa, entre outros, referem-se a influência do humanismo em nossos dias como a “civilização do espetáculo”. Segundo Mario Vargas Llosa, a “civilização do espetáculo” significa: “Um mundo onde na balança dos valores vigentes estão o entretenimento, e onde divertir-se e fugir do aborrecimento é a paixão universal.” [1].

Observamos que esta filosofia humanista já adentrou em nossas igrejas criando algo extremamente bizarro. A Igreja que recebeu a autoridade de avançar com a pregação genuína do evangelho contra as portas do inferno (Mt 16:18), que é nada menos que o poder de Deus para salvar (Rm 1:16), mas também para derrubar e confundir sofismas (2 Co 10:4), passou a ser um novo “Jardim de Infância”, conhecido como o “humanismo cósmico”, que é a mistura da religiosidade com a centralidade do homem.

Infelizmente muitos dos nossos chamados “cultos” são nada menos que uma reunião do “neo-movimento do humanismo cósmico”. Onde tudo está voltado para o entretenimento, o sentimentalismo, uma forma de esquecer os problemas que ficaram lá fora, onde muita música, gritaria, extravagância, atos tidos “proféticos” assumem a dianteira antes destinada ao evangelho. E obviamente, muito protagonismo, que aliás, é o pilar principal que sustenta este movimento.

Um dia destes o grupo responsável pelo louvor em nossa igreja cantou uma música, fique impressionado com a letra, após o culto reuni todos os músicos e dirigentes ao redor do púlpito, dei a eles um marcador e pedi que marcassem todos os pronomes pessoais e possessivos que encontrassem no cântico, e com outro marcador marcassem todos os atributos de Deus ou seu nome. No final o resultado foi 19 pronomes pessoais e possessivos, nenhum atributo divino, e apenas uma referência a Deus como Senhor na última linha, porém diz: “O Senhor que nos servirá.” Eles ficaram assustados, então lhes disse: “Vocês nesta manhã cultuaram a si próprios e promoveram o humanismo na igreja.” O mesmo acontece com as pregações, que em muitas igrejas, passaram a ser mais aulas de auto-ajuda e sessão de piadas ou pior, momentos onde heresias passaram a ser ensinadas descaradamente.

A coisa é muito sutil, muito subjectivada através dos protagonistas tidos como os “ungidos” de Deus, e que são na verdade mensageiros de Satanás para afastar nossas igrejas do verdadeiro evangelho de Jesus Cristo. O apóstolo Paulo escreveu: “Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos. Transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.” (2 Co 11:14-27).

Infelizmente a “civilização do espetáculo” já alcançou a igreja. O filósofo francês Gilles Lipovitsky escreveu: “Ao contrário do que se verificava no passado, a Igreja já não privilegia as noções de pecado mortal, já não exalta o sacrifício ou a renúncia… De uma religião centrada na salvação no Além, o cristianismo passou a ser uma religião ao serviço da felicidade terrena, colocando a ênfase nos valores da solidariedade e do amor, na harmonia, na paz interior, na realização total da pessoa.” [2].

Que Deus tenha misericórdia de nós e que possamos voltar ao verdadeiro evangelho.


[1] LLOSA, Mario Vargas. La Civilización Del Espetáculo. Madrid: Alfaguarda, 2012, Edição no formato KINDLE.

[2] Gilles Lipovetsky, A Felicidade Paradoxal: Ensaio Sobre a Sociedade do Hiperconsumo. Lisboa: Edições 70, 2007, pág. 111-112.


domingo, 15 de setembro de 2013

Siria! Adolescente cristã é sequestrada, estuprada e assassinada



Hoje depois de ler algumas reportagens sobre a guerra civil da Síria eu fui levado a pensar sobre as preocupações de parte da igreja evangélica brasileira.

Pois é, em vez de levantarmos um clamor a Deus pelos milhares de cristãos que estão sofrendo naquele país, parte da Igreja de Cristo está preocupada como enriquecer e experimentar prosperidade.

Diante do exposto preciso confessar que estou assustado com aquilo  que essa maldita teologia da prosperidade tem feito com algumas denominações evangélicas no Brasil. Para nossa vergonha muitos dos pastores brasileiros foram inebriados pelo glamour do dinheiro e da vida fácil.

Prezado amigo, enquanto a igreja tupiniquim brinca de Polyana, o portal Gospel Mais publicou (aqui) que um grupo de quinze rebeldes islâmicos sírios ligados à facção AKA Jabhat al-Nusra sequestrou, estuprou e matou uma adolescente cristã chamada Mariam, na cidade de Al-Qusair.  

Para nossa tristeza, após os seguidos abusos sexuais e psicológicos, Mariam foi assassinada pelo grupo. 

Esse tipo de crime é incentivado pelos rebeldes islâmicos na Síria. Um dos líderes muçulmanos do país, Sheikh Yasser Al-Salafi Ajlawni se pronunciou recentemente afirmando que os rebeldes estavam autorizados a capturar e estuprar mulheres não muçulmanas.

Caro leitor, notícias deste nipe me deixam profundamente agoniado. Até quando a igreja de Cristo vai continuar brincando no playground? Até quando viveremos num mundo de fantasia? Nossos irmãos estão sofrendo e morrendo por causa de Cristo e nós aqui deixando a vida nos levar.

Estou angustiado, com a alma apertada e com lágrimas nos olhos!

Vamos orar pela Síria
Renato Vargens
Fonte: http://renatovargens.blogspot.com.br/

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O que é a “liberdade no Espírito”?

Por Rev. Augustus Nicodemus Lopes
Um dos argumentos mais usados para se justificar coisas estranhas que acontecem nos cultos evangélicos neopentecostais é a declaração de Paulo em 2Coríntios 3:17:

“Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.”

O raciocínio vai mais ou menos assim: quando o Espírito de Deus está agindo num culto, Ele impele os adoradores a fazerem coisas que aos homens podem parecer estranhas, mas que são coisas do Espírito. Se há um mover do Espírito no culto, as pessoas têm liberdade para fazer o que sentirem vontade, já que estão sendo movidas por Ele, não importa quão estranhas estas coisas possam parecer. E não se deve questionar estas coisas, mesmo sendo diferentes e estranhas. Não há regras, não há limites, somente liberdade quando o Espírito se move no culto.

Assim, um culto onde as coisas ocorrem normalmente, onde as pessoas não saltam, não pulam, não dançam, não tremem e nem caem no chão, este é um culto frio, amarrado, sem vida. O argumento prossegue mais ou menos assim: o Espírito é soberano e livre, Ele se move como o vento, de forma misteriosa. Não devemos questionar o mover do Espírito, quando Ele nos impele a dançar, pular, saltar, cair, tremer, durante o culto. Tudo é válido se o Espírito está presente.

Bom, tem algumas coisas nestes argumentos com as quais concordo. De fato, o Espírito de Deus é soberano. Ele não costuma pedir nossa permissão para fazer as coisas que deseja fazer. Também é fato que Ele está presente quando o povo de Deus se reúne para servir a Deus em verdade. Concordo também que no passado, quando o Espírito de Deus agiu em determinadas situações, a princípio tudo parecia estranho. Por exemplo, quando Ele guiou Pedro a ir à casa do pagão Cornélio (Atos 10 e 11). Pedro deve ter estranhado bastante aquela visão do lençol, mas acabou obedecendo. Ao final, percebeu-se que a estranheza de Pedro se devia ao fato que ele não havia entendido as Escrituras, que os gentios também seriam aceitos na Igreja.

Mas, por outro lado, esse raciocínio tem vários pontos fracos, vulneráveis e indefensáveis. A começar pelo fato de que esta passagem, “onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2Cor 3:17) não tem absolutamente nada a ver com o culto. Paulo disse estas palavras se referindo à leitura do Antigo Testamento. Os judeus não conseguiam enxergar a Cristo no Antigo Testamento quando o liam aos sábados nas sinagogas pois o véu de Moisés estava sobre o coração e a mente deles (veja versículos 14-15). Estavam cegos. Quando porém um deles se convertia ao Senhor Jesus, o véu era retirado. Ele agora podia ler o Antigo Testamento sem o véu, em plena liberdade, livre dos impedimentos legalistas. Seu coração e sua mente agora estavam livres para ver a Cristo onde antes nada percebiam. É desta liberdade que Paulo está falando. É o Senhor, que é o Espírito, que abre os olhos da mente e do coração para que possamos entender as Escrituras.

A passagem, portanto, não tem absolutamente nada a ver com liberdade para fazermos o que sentirmos vontade no culto a Deus, em nome de um mover do Espírito.

E este, aliás, é outro ponto fraco do argumento, pensar que liberdade do Espírito é ausência de normas, regras e princípios. Para alguns, quanto mais estranho, diferente e inusitado, mais espiritual! Mas, não creio que é isto que a Bíblia ensina. Ela nos diz que o fruto do Espírito é domínio próprio (Gálatas 5:22-23). Ela ensina que o Espírito nos dá bom senso, equilíbrio e sabedoria (Isaías 11:2), sim, pois Ele é o Espírito de moderação (2Tim 1:7).

Além do uso errado da passagem, o argumento também parte do pressuposto que o Espírito de Deus age de maneira independente da Palavra que Ele mesmo inspirou e trouxe à existência, que é a Bíblia. O que eu quero dizer é que o Espírito não contradiz o que Ele já nos revelou em sua Palavra. Nela encontramos os elementos e as diretrizes do culto que agrada a Deus.

Liberdade no Espírito não significa liberdade para inventarmos maneiras novas de cultuá-lo. Sem dúvida, temos espaço para contextualizar as circunstâncias do culto, mas não para inventar elementos. Seria uma contradição do Espírito levar seu povo a adorar a Deus de forma contrária à Palavra que Ele mesmo inspirou.

Um culto espiritual é aquele onde a Palavra é pregada com fidelidade, onde os cânticos refletem as verdades da Bíblia e são entoados de coração, onde as orações são feitas em nome de Jesus por aquelas coisas lícitas que a Bíblia nos ensina a pedir, onde a Ceia e o batismo são celebrados de maneira digna. Um culto espiritual combina fervor com entendimento, alegria com solenidade, sentimento com racionalidade. Não vejo qualquer conexão na Bíblia entre o mover do Espírito e piruetas, coreografia, danças, gestos. A verdadeira liberdade do Espírito é aquela liberdade da escravidão da lei, do pecado, da condenação e da culpa. Quem quiser pular de alegria por isto, pule. Mas não me chame de frio, formal, engessado pelo fato de que manifesto a minha alegria simplesmente fechando meus olhos e agradecendo silenciosamente a Deus por ter tido misericórdia deste pecador.
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Fonte: O Tempora! O Mores!
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