Sejam bem vindos!

"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." (2 Tm 2:15)

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Os dez pastores que não respeito e não admiro

Maus líderes existem aos montes dentro das igrejas. O joio está espalhado dentro da igreja como ensinam as Escrituras (Mt 13.26). Isso não é novidade para ninguém. Apesar de designar aqui o termo “pastores” a essas pessoas que citarei abaixo, não tenho a intenção de diminuir aqueles que fazem jus a esse termo tão lindo mostrado nas Escrituras, e que realmente pastoreiam de coração as ovelhas do Senhor. Usei esse termo somente para facilitar a identificação dessas pessoas.

Os dez pastores que não respeito e não admiro são:



01 - O que faz do púlpito um palco de shows

A exposição da Palavra é esquecida e substituída pelo talento hollywoodiano desse pastor, que explora as mais diversas técnicas para cativar os seus expectadores, fazendo do show o protagonista do culto. Ele é a estrela e não Cristo e Sua palavra. Seu púlpito é lugar de entretenimento, de show, e não de pregação, de transmissão da voz de Deus.

02 - O que explora financeiramente as ovelhas

Esse pastor é muito ambicioso e tem planos de crescimento. Porém, para a realização dos seus planos, precisa de muito dinheiro. E esse dinheiro é retirado das ovelhas, através das mais diversas técnicas de extorsão (legais). Ele não liga para o que a Bíblia ensina e inventa formas de arrecadação para realizar seus sonhos megalomaníacos. As ovelhas são iludidas, exploradas e sugadas até a última gota que podem dar.

03 - O que insiste em querer fazer a agenda de Deus

Um pastor que quer determinar lugar, dia e hora para Deus agir não merece meu respeito. Segunda: Deus age na família; terça: nas finanças; quarta: Deus dá o Espírito Santo; quinta: Deus faz conversões e sexta: Deus liberta as pessoas de demônios. Deus agora está preso em uma agenda criada pelo homem?

04 - O que ilude as pessoas com amuletos, objetos ungidos e unções que não vem de Deus

Esse pastor escraviza pessoas em crendices e superstições que não são encontradas e ordenadas na Bíblia. Desvia a fé que deveria ser unicamente no Deus soberano para objetos e unções (falsas) e extravagantes. Trabalha com a ilusão, com a ambição, com a falta de conhecimento de muitas das ovelhas que lhe ouvem.

05 - O que “profetiza” o que Deus não mandou profetizar

Usa sua influência sobre as pessoas para “profetizar” e “revelar”. Porém, não usa a Bíblia, que é a revelação e é onde se encontram as profecias de Deus para a vida de seus servos.

06 - O que faz com que seus fiéis o adorem

Ele é visto como um semideus pelos seus fiéis. O pior de tudo é que não faz nada para mudar essa situação, pois adora ser paparicado, adora status, adora demonstrar seu grande “poder” e ser ovacionado pela multidão. Seu prazer é ver multidões afluindo em sua direção com desejo de glorificá-lo.

07 - O que usa o dinheiro dos dízimos e ofertas para seu próprio enriquecimento

Esse pastor-empresário é formado e pós-graduado em enriquecimento usando a igreja. Tem fortuna e bens luxuosos, tudo adquirido com a ajuda das ofertas da igreja que, segundo diz ele, é usado para a obra de Deus. Ele engana multidões que bancam sua vida de ostentação.

08 - O que prega a teologia da prosperidade

Um pastor que diz que pobreza é maldição, que o crente verdadeiro será reconhecido pela sua prosperidade material, e outras abobrinhas sem embasamento bíblico, não merece admiração. Se a teologia da prosperidade é um câncer, esse pastor é um espalhador de doenças no meio do povo.

09 - O que usa versículos isolados da Bíblia para fundamentar doutrinas destruidoras

Esse pastor adora inventar doutrinas usando versos bíblicos isolados, cuja interpretação isolada, sem considerar contextos e outras boas regras de interpretação, favoreça seus pensamentos e desejos.

10 - O que [acha] que determina a ação de Deus

É uma piada dizer que um homem determina algo ao Todo-Poderoso, mas essa ousadia acontece. Palavras ousadas saem da boca desse pastor determinando, ordenando, exigindo que Deus faça determinadas coisas que, segundo ele, Deus tem de fazer. Coitado, não tem nem noção da besteira que faz! E o pior: ensina as pessoas a agirem também assim!

Esses são os pastores que não respeito e não admiro.


terça-feira, 19 de novembro de 2013

O que é Santidade?

Lamentavelmente, os escândalos ocorridos nas igrejas vêm confirmar nosso entendimento de que em muitos ambientes evangélicos, a santidade de vida, a ética e a moralidade estão completamente desconectados da vida cristã, dos cultos, dos milagres, da prosperidade em geral.

Uma análise do conceito bíblico de santidade destacaria uma série de princípios cruciais, dos quais destaco alguns aqui:

1) A santidade não tem nada a ver com usos e costumes. Ser santo não é guardar uma série de regras e normas concernentes ao vestuário e tamanho do cabelo. Não é ser contra piercing, tatuagem, filmes da Disney. Não é só ouvir música evangélica, nunca ir à praia ou ao campo de futebol. Não é viver jejuando e orando, isolado dos outros, andar de paletó e gravata. Para muitos, santidade está ligada a esse tipo de coisas. Duvido que estas coisas funcionem. Elas não mortificam a inveja, a cobiça, a ganância, os pensamentos impuros, a raiva, a incredulidade, o temor dos homens, a preguiça, a mentira. Nenhuma dessas abstinências e regras conseguem, de fato, crucificar o velho homem com seus feitos. Elas têm aparência de piedade, mas não tem poder algum contra a carne. Foi o que Paulo tentou explicar aos colossenses, muito tempo atrás: “Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade” (Colossenses 2.23).

2) A santidade existe sem manifestações carismáticas e as manifestações carismáticas existem sem ela. Isso fica muito claro na primeira carta de Paulo aos Coríntios. Provavelmente, a igreja de Corinto foi a igreja onde os dons espirituais, especialmente línguas, profecias, curas, visões e revelações, mais se manifestaram durante o período apostólico. Todavia, não existe uma igreja onde houve uma maior falta de santidade do que aquela. Ali, os seus membros estavam divididos por questões secundárias, havia a prática da imoralidade, culto à personalidade, suspeitas, heresias e a mais completa falta de amor e pureza, até mesmo na hora da celebração da Ceia do Senhor. Eles pensavam que eram espirituais, mas Paulo os chama de carnais (1Coríntios 3.1-3). Não estou negando as manifestações espirituais. Creio que Deus é Deus. Contudo, Ele mesmo nos mostra na Bíblia que manifestações espirituais podem ocorrer até mesmo através de pessoas como Judas, que juntamente com os demais apóstolos, curou enfermos e ressuscitou mortos (Mateus 10.1-8). No dia do juízo, o Senhor Jesus irá expulsar de sua presença aqueles que praticam a iniqüidade, mesmo que eles tenham expelido demônios e curado enfermos (Mateus 7.22-23).

3) A santidade implica principalmente na mortificação do pecado que habita em nós e em viver de acordo com a vontade de Deus revelada nas Escrituras. Apesar de regenerados e de possuirmos uma nova natureza, o velho homem permanece em nós e carece de ser mortificado diariamente, pelo poder do Espírito Santo. É necessário mais poder espiritual para dominar as paixões carnais do que para expelir demônios. E, a julgar pelo que estamos vendo, estamos muito longe de estar vivendo uma grande efusão do Espírito. Onde as paixões carnais se manifestam, não há santidade, mesmo que a ortodoxia doutrinária seja defendida ardorosamente, doentes sejam curados, línguas sejam faladas e demônios sejam expulsos. A Bíblia não faz conexão direta entre santidade e manifestações carismáticas e defesa da ortodoxia. Ao contrário, a Bíblia nos adverte constantemente contra a ortodoxia dos fariseus, contra os falsos profetas, Satanás e seus emissários, cujo sinal característico é a operação de sinais e prodígios, ver Mateus 24.24; Marcos 13.22; 2Tessalonicenses 2.9; Apocalipse 13.13; Apocalipse 16.14.

4) É mais difícil vencer o domínio de hábitos pecaminosos do que quebrar maldições, libertar enfermos, e receber prosperidade. O poder da ressurreição, contudo, triunfa sobre o pecado e sobre a morte. Quando “sabemos” que fomos crucificados com Cristo (Romanos 6.6), nos “consideramos” mortos para o pecado e vivos para Deus (Romanos 6.11), não permitimos que o pecado “reine” sobre nós (Romanos 6.12) e nem nos “oferecemos” a ele como escravos (Romanos 6.13), experimentamos a vitória sobre o pecado (Romanos 6.14). Aleluia!

5) A santidade é progressiva. Ela não se obtém instantaneamente, por meio de alguma intervenção sobrenatural. Deus nunca prometeu que nos santificaria inteiramente e instantaneamente. Na verdade, os apóstolos escreveram as cartas do Novo Testamento exatamente para instruir os crentes no processo de santificação. Infelizmente, influenciados pelo pensamento de João Wesley – que noutros pontos tem sido inspiração para minha vida e de muitos outros –, alguns buscam a santificação instantânea, ou a experiência do amor perfeito, esquecidos que a pureza de vida e a santidade de coração são advindas de um processo diário, progressivo e incompleto aqui nesse mundo.

6) A santificação é um processo irresistível na vida do verdadeiro salvo. Deus escolheu um povo para que fosse santo. O alvo da escolha de Deus é que sejamos santos e irrepreensíveis diante dele (Efésios 1.4). Deus nos escolheu para a salvação mediante a santificação do Espírito (2Tessalonicenses 2.13). Fomos predestinados para sermos conformes à imagem de Jesus Cristo (Romanos 8.29). Muito embora o verdadeiro crente tropece, caia, falhe miseravelmente, ele não permanecerá caído. Será levantado por força do propósito de Deus, mediante o Espírito. Sua consciência não vai deixá-lo em paz. Ele não conseguirá amar o pecado, viver no pecado, viver na prática do pecado. Ele vai fazer como o filho pródigo, “Levantar-me-ei e irei ter com o meu Pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti” (Lucas 15.18). Ninguém que vive na prática do pecado, da corrupção, da imoralidade, da impiedade, – e gosta disso – pode dizer que é salvo, filho de Deus, por mais próspero que seja financeiramente, por mais milagres que tenha realizado e por mais experiências sobrenaturais que tenha tido.

Precisamos de santidade! E como! E a começar em mim. Tenha misericórdia, ó Deus!



Augustus Nicodemus Lopes

Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com.br/

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Dez principais erros de uma pregação neopentecostal

Antes de qualquer coisa gostaria de afirmar que acredito que boa parte dos pastores neopentecostais amam a Cristo e desejam de servi-lo com integridade, honestidade e compromisso. Entretanto, em virtude do desconhecimento das Escrituras, além é claro de não terem sido qualificados para a pregação, cometem erros que muitas das vezes contribui com a maculação da mensagem. Nessa perspectiva não são poucas as ocasiões em que os pregadores neopentecostais erram feio passando aos seus ouvintes percepções equivocadas das Escrituras Sagradas.
Isto posto, gostaria de elencar aquilo que considero os 10 principais erros de uma pregação neopentecostal:
 
1-) Alegorização das Escrituras
Uma das principais características do pregador neopentecostal é o uso de alegorias em seus sermões. É comum por exemplo observamos muitos dos pastores neopentecostais dizendo aquilo que as Escrituras não ensinam. Outro dia eu ouvi um "Apóstolo" ensinando que os Jebuseus, heteus e amorreus (Dt 7:01; 20:17; Js 3:10) simbolizam, o diabo, a carne e o mundo. Para o pregador em questão toda vez que a bíblia faz menção aos amorreus, (Marcos 2: 3-12) significa que Deus deseja a morte do "eu". Noutra ocasião soube de um pregador que ensinou que os amigos do paralítico curado por Jesus simbolizavam, amor, compaixão, misericórdia e companheirismo.
Caro leitor, por favor pare e pense: não é isso que a Bíblia ensina não é verdade? O pregador poderia até dizer que os amigos do paralítico agiram com amor, compaixão, misericórdia, companheirismo e muito mais. Todavia, afirmar que os quatro representavam isso é demais da conta, não é mesmo? Quanto aos amorreus é uma forçação de barra descomunal. Dizer que estes simbolizavam a morte do "eu" é demonstrar nenhum conhecimento de hermenêutica e exegese.
Alegorizar as Escrituras é um método de interpretação muito perigoso. O reformador alemão Martinho Lutero foi um grande defensor do método literal, em contraposição ao método alegórico que predominou na idade média. Lutero dizia: "As escrituras devem ser mantidas em seu significado mais simples possível e entendidas em seu sentido gramatical e literal, a menos que o contexto claramente o impeça”. João Calvino como Lutero, também rejeitava a interpretação alegórica das Escrituras. O reformador francês ressaltava o método histórico e gramatical, a natureza cristológica, o ministério esclarecedor do Espírito Santo e o correto tratamento das tipologias no Antigo Testamento
 
2-) Ausência de uma hermenêutica Bíblica
Um dos maiores problemas dos pastores neopentecostais é a falta do conhecimento das regras da Hermenêutica Bíblica para a pregação da Palavra. Em virtude disso é extremamente comum ouvirmos absurdos, que, muitas vezes, acabam causando enormes contradições doutrinárias e até mesmo as famosas “heresias de púlpito”.
A expressão Hermenêutica provém da palavra grega “hermeneutike” que, por sua vez, se deriva do verbo "hermeneuo", significando: a arte de interpretar os livros sagrados e os textos antigos. Segundo a história Platão, foi o primeiro a utilizar essa palavra. A hermenêutica forma parte da Teologia exegética, ou seja, a que trata especificamente da interpretação das Escrituras.
À luz desta afirmação gostaria de levá-lo a refletir comigo sobre os princípios hermenêuticos usados por Calvino:
1º - Calvino Renunciou a alegorias entendendo serem elas armas de deturpação do sentido das Escrituras.
2º Calvino costumava enfatizar o sentido literal do texto.
3º Ele acreditava que o ministro deveria ser inteiramente dependente da operação do Espírito Santo para a correta interpretação da Bíblia.
4º Ele valorizava o estudo das línguas originais para melhor compreensão do ensino sagrado.
5º Ele cria numa tipologia equilibrada, evitando impor a textos vetero-testamentários simbolismos que eles não suportam.
6. E por fim ele acreditava que a melhor forma de se interpretar a Bíblia é a própria Bíblia.
 
3-) Exagero nas expressões coloquiais e chavões eclesiásticos
Uma das práticas pentecostais mais comuns é uso de chavões. Confesso que ouvir alguns dos nossos pastores pregando é um verdadeiro desafio. Se não bastasse o constante atentado ao vernáculo, suas mensagens estão repletas de expressões e chavões. É comum em meio às pregações ouvirmos: “Este varão é canela de fogo. Aquela irmãzinha que caiu no rétété. Deus desenrolou o mistério pro vaso? Eita manto, né? Não dá mole não que o chicote queima irmão! Ah! graças a Deus que eu conquistei a minha rebeca! Sim, porque jovem solteiro é treva, irmão! Tá amarrado! A abençoada é uma jovem crente! Consegui fugir dessa Jezabel que era laço! Julgo desigual não vale! É benção. Misericórdia! Oh glória! Somos cabeça, não cauda. Determine a benção! Quando eu era do mundo... Queima! Geração apostólica. Amém ou não amém? E diga para a pessoa que está ao seu lado. Repita comigo!
Pois é, em pregações deste tipo se gasta muito mais tempo usando os jargões evangélicos do que se proclamando a Palavra de Deus. Na verdade, boa parte dos pastores demonstram ao longo da aplicação da mensagem um completo despreparo teológico, optando assim escancaradamente pelo uso invariável de chavões.
Isto posto, é impossível não nos lembrarmos de homens como o Dr. Martin Lloyd-Jones. Nos cultos que pregava, centenas de pessoas eram atraídas pela pregação expositiva da Palavra de Deus. O doutor, como era chamado, levava muitos meses, até mesmo anos, a expor um capítulo da Bíblia, versículo por versículo. Os seus sermões muitas vezes duravam entre cinquenta minutos e uma hora, atraindo muitos estudantes das universidades e escolas em Londres que encantados ficavam com a pregação do evangelho.
Vale a pena lembrarmos daquilo que o reformador francês João Calvino costumava dizer quanto a Palavra de Deus. “A Escritura é a fonte de toda a sabedoria, e os pastores devem extrair dela tudo aquilo que expõem diante do rebanho” Calvino afirmava que através da exposição da Palavra de Deus, as pessoas são conduzidas a liberdade e a segurança da fé salvadora, dizia também que a verdadeira pregação, tem por objetivo abrir a porta do reino ao ouvinte, isto é, em outras palavras o que ele está a nos dizer, é que as Escrituras Sagradas, devem ser o principal instrumento na condução, consolidação e pastoreamento do povo de Deus.
 
4-) O uso e a miscigenação de textos bíblicos com textos bíblicos fora de contexto
Essa é uma prática muito comum entre os pregadores neopentecostais. Para fundamentar sua teologia os pastores em questão misturam textos variados usando-os fora de contexto para justificar seus ensinos equivocados. Nessa perspectiva por exemplo é comum o pregador neopentecostal ao ensinar sobre sobre um determinado assunto usar versos isolados das Escrituras, misturando-os segundo seu próprio entendimento, criando assim distorções doutrinárias das mais sérias. O interessante é que dificilmente você encontrará um pregador neopentecostal pregando as Escrituras de forma expositiva, até porque, se pregasse expositivamente ele não teria como sustentar seus ensinamentos.
 
5-) A forte ênfase na satisfação das necessidades humanas
Uma das principais ênfases da pregação neopentecostal é a satisfação das necessidades humanas. O púlpito neopentecostal não fala do pecado, das consequências dele, da salvação pela graça mediante a fé em Cristo Jesus, bem como das doutrinas fundamentais a fé cristã. Antes pelo contrário, no púlpito neopentecostal não há espaço para as doutrinas da graça, mesmo porque o foco principal do pastor neopentecostal é satisfazer o cliente.
Caro leitor, se fizermos uma análise dos cultos neopentecostais chegaremos a conclusão que boa parte do tempo da reunião é focado exclusivamente no homem e em suas necessidades.
 
6-) Foco constante em autoajuda e no bem estar humano
Os púlpitos neopentecostais estão repletos de pregadores que abandonaram a exposição das Escrituras em detrimento a técnicas de autoajuda. Nessa perspectiva é comum encontrarmos nas homilias neopentecostais ênfases quase que exclusivas na satisfação humana, para tanto, tornou-se comum por parte dos pastores neopentecostais o uso de técnicas de psicologia e psicanálise em suas homilias. Pois é, a impressão que tenho é que alguns pregadores em nome da "satisfação humana" abdicaram da mensagem da Cruz tornando-se mestres de autoajuda, afagadores do ego.
 
7-) Ausência das principais doutrinas cristãs como salvação pela graça, perdão de pecados e vida eterna
O pregador neopentecostal não prega sobre as principais doutrinas do Cristianismo. No púlpito neopentecostal não encontramos qualquer tipo de menção a doutrinas como Salvação pela graça, Imputação de pecados, volta de Cristo, destino eterno dos homens, juízo final e muito mais.
 
8-) Foco em riquezas e prosperidade
O pregador neopentecostal não tem outro tipo de pregação a não ser aquela que foque em prosperidade, riqueza material e sucesso. No púlpito neopentecostal tudo está relacionado ao aqui e agora, e o foco da mensagem é a satisfação humana. Para o pregador neopentecostal o que mais importa é a bênção de Deus sobre todos aqueles que invocarem poderoso nome do Senhor.
 
9-) Ausência do Evangelho
No púlpito neopentecostal prega-se tudo menos o evangelho. Nessa perspectiva dificilmente encontramos o pregador pregando sobre pecado, arrependimento, fé e necessidade de salvação. A mensagem do Evangelho para o pregador neopentecostal relaciona-se diretamente as bênçãos de Deus e nunca a necessidade de arrepender-se de salvação e vida eterna.
 
10-) A super valorização do poder do diabo
Alguns pregadores neopentecostais enxergam o diabo em tudo. Os pastores em questão construíram em suas mentes a ideia de que a vida é um grande conflito entre forças opostas.
O Movimento neopentecostal tem contribuído efetivamente com a propagação deste conceito, concedendo a Deus e o diabo; pesos idênticos. Para estes, a vida é uma grande trincheira, onde satanás e o nosso Deus lutam de igual para igual pelas almas da humanidade. Esta afirmação aproxima-se em muito da antiga heresia conhecida como maniqueísmo que ensinava que o universo é dominado por dois princípios antagônicos e irredutíveis: Deus ou o bem absoluto, o Diabo ou o mal absoluto. Infelizmente por considerar o bem e mal, como forças idênticas em peso e poder, os pregadores desta doutrina rejeitam a soberania de Deus sobre o inimigo de nossas almas.
Caro leitor, as Escrituras Sagradas em momento algum nos mostram um mundo dualista onde bem e mal protagonizam batalhas pirotécnicas cujo final é imprevisível. Antes pelo contrário, ainda que a Bíblia nos mostre as ações ardilosas de nosso inimigo, os quais não devem ser desprezadas, ela jamais trata do diabo como alguém que tem poder para se opor a vontade soberana de Deus.
Por favor, pare, pense e responda: Quem está regendo os acontecimentos na terra, Deus ou o diabo? Quem reina majestosamente no céu, Deus ou o diabo? Quem a Bíblia diz que estabelece e destitui reis, conforme a sua soberana vontade?
Ora, a visão de Deus reinando de seu trono é repetida nas Escrituras inúmeras vezes (I Rs 22.19; Is 6.1; Ez 1.26; Dn 7.9; Ap 4.2). Na verdade, os muitos textos bíblicos possuem a função de nos lembrar em termos explícitos, que o SENHOR reina como rei, exercendo o seu domínio sobre grandes e pequenos. O senhorio de Deus é total e nem mesmo o diabo pode deter seu propósito ou frustrar os seus planos.
Os neomaniqueistas sem que percebam rejeitam o governo de Deus na história, fundamentando sua fé em achismos e impressões absolutamente antagônicas ao ensino bíblico. Nas doutrinas neomaniqueistas, Caim virou Vampiro, portais dimensionais se abriram, trazendo a tona lobisomens, dentre outras lendas e superstições absurdas. Além disso, batalhas hercúleas são travadas a cada dia no mundo espiritual por Deus e o diabo, demonstrando assim o “quão forte e poderoso é o inimigo de nossas almas”.
Caro leitor, Jesus Cristo é o libertador e rei triunfante, é o autor e consumador de nossa fé, o Senhor da gloria. Sobre ele satanás não teve controle, nem tampouco poder. Através da morte na cruz , Cristo quebrou as forças opressoras do diabo, transportando-nos graciosamente para o Reino de Deus Pai. A guerra já foi vencida! Louvado seja o seu santo nome por isso! Satanás não tem poder sobre os eleitos de Deus! Somos de Cristo, e com Cristo viveremos por toda eternidade!
Fonte:  http://www.hospitaldalma.com/2013/10/dez-principais-erros-de-uma-pregacao.html

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Os 07 principais erros do louvor neopentecostal

Assim como fiz no texto anterior, ao afirmar que acredito que muitos pastores neopentecostais não agem de má fé em defender seus pressupostos teológicos, julgo importante também afirmar que acredito que boa parte dos líderes de música das igrejas neopentecostais  amam a Cristo e desejam de servi-lo com integridade, honestidade e compromisso. Entretanto, em virtude do desconhecimento das Escrituras, além é claro de não terem sido qualificados biblicamente por seus pastores para o ministério de louvor em suas igrejas, cometem erros crassos, os quais tem contribuído com o adoecimento de parte da igreja, como também com  uma  visão equivocada do Cristianismo.

Ressalto também que o propósito deste texto não é criticar ritmos, estilo e forma de louvor, mesmo porque, creio num louvor multicultural, diferenciado por aspectos culturais distintos, cujo objetivo final seja a glória de Deus.

Isto posto, afirmo que proposta desta reflexão é avaliar à luz das Escrituras os sete erros mais comuns cometidos pelos irmãos neopentecostais na condução do período de louvor com música nas mais variadas igrejas no Brasil.

 1-) A valorização da música em detrimento a pregação da Palavra

Boa parte dos denominados cultos evangélicos dedicam muito mais tempo a música do que qualquer outra coisa. Outro dia fiz uma pesquisa no BLOG tentando descobrir a opinião dos leitores quanto aquilo que seja mais importante num culto. Na ocasião eu ofereci duas opções clássicas, isto é, o louvor e a Palavra. Para minha surpresa mais de 60% dos leitores responderam dizendo que o louvor era mais importante. 

Caro leitor, ao contrário dos adeptos do movimento gospel brasileiro, o reformador francês João Calvino via a pregação do evangelho como o centro da vida e obra da igreja. Ele cria que a pregação era central na igreja porque ela era o modo de Deus salvar o Seu povo, até o ponto dele se considerar também um ouvinte: "Quando eu subo ao púlpito não é para ensinar os outros somente. Eu não me retiro aparte, visto que eu devo ser um estudante, e a Palavra que procede da minha boca deve servir para mim assim como para você, ou ela será o pior para mim. ", dizia ele.
Para Calvino a pregação da Palavra era um meio de graça para o povo de Deus - “Quando nos reunimos em nome de Deus”, ele dizia, “não é para ouvir meros cânticos" (diferentemente da nossa geração que valoriza extravagantemente o momento de louvor). Para Calvino, os que desenvolviam tais práticas se alimentavam exclusivamente de vento. Além disso, Calvino cria que a pregação deveria ser “sem exibição”, para que o povo de Deus pudesse reconhecer nela a Palavra de Deus e para que o próprio Deus, e não o pregador pudesse ser honrado e obedecido.

 2-) Antropocentrismo cúltico

 Infelizmente os louvores cantados em nossas reuniões são extremamente antropocêntricos, o que nitidamente se percebe em nossos encontros congregacionais. Se fizermos uma análise de nossas liturgias chegaremos a conclusão que boa parte das canções que entoamos são feitas na primeira pessoa do singular, cujas letras prioritariamente reivindicam as bênçãos de Deus.

Pois é, numa liturgia preponderantemente hedonista, os evangélicos tem feito da música um instrumento de sensibilização a Deus onde objetivo final são as bênçãos do Senhor.

Caro leitor, sem sombra de dúvidas vivemos dias complicadíssimos onde o Todo-poderoso foi transformado em gênio da lâmpada mágica, cuja missão prioritária é promover satisfação aos crentes. Diante disto, precisamos orar ao Senhor pedindo a Ele que nos livre definitivamente desse louvor, filho bastardo da indústria mercantilista gospel, o qual nos tem nos empurrado goela abaixo, conceitos e valores anticristãos cujo objetivo final não é a glória de Deus, mas satisfação dos homens. Da mesma maneira, necessitamos clamar ao Pai pedindo-o que nos liberte do louvor engessado, feito de cabeças baixas e bocas carrancudas, de letras difíceis, de músicas duras, sejam elas importadas ou brasileiras. 

3) Entretenimento litúrgico 

A Igreja não foi chamada por Cristo para promover entretenimento. Charles Spurgeon, um dos maiores pregadores de todos os tempos, afirmou há quase 150 anos, que o adversário das nossas almas tem agido como o fermento, levedando toda a massa. Segundo o príncipe dos pregadores o diabo criou algo mais perspicaz do que sugerir à Igreja que parte de sua missão é prover entretenimento para as pessoas, com vistas a ganhá-las. Spurgeon afirmou que a igreja de Cristo não tinha por obrigação promover entretenimento àqueles que a igreja visitava. Antes pelo contrário, o Evangelho com todas as suas implicações precisava ser pregado de forma simples e objetiva. Todavia, em nossos dias, boa parte dos nossos jovens se reúnem com o propósito exclusivo de se divertir. Para tanto, usam do nome de Deus, fazendo do Criador um tipo de animador onde o que importa no final é a satisfação pessoal. Diante disto, não tenho a menor dúvida que os que agem desta maneira desobedecem escancaradamente ao sétimo mandamento, que é tomar o nome do Senhor nosso Deus em vão. Isto afirmo pelo fato de que as estruturas criadas para alegria de nossos jovens não visam a glória de Deus e sim a satisfação humana. Na verdade os eventos gospel usam o nome de Deus de forma interesseira e egoísta, fazendo dele o protagonista de nossas diversões pessoais.

4- A "pregação" em meio ao louvor

Boa parte dos louvores neopentecostais são intercalados com curtas palavras e pregações que muitas  vezes visam defender a teologia da prosperidade e a confissão positiva. Nessa perspectiva é comum aos condutores  de período de louvor incentivarem aos irmãos a desenvolverem uma espiritualidade focada na satisfação pessoal. Ora, ao contrário do que temos visto e aprendido, o período de louvor com música não foi criado para a nossa alegria e plenitude. Muito pelo contrário, a adoração na "comnnunion Sanctos" visa exclusivamente a glória de Deus.

5- Músicas com letras desprovida de boa teologia e fundamentos bíblicos

Essa talvez seja uma da principais características dos louvores neopentecostais. Veja bem, vale a pena ressaltar que boa parte dos cantores neopentecostais não compõem canções equivocadas teologicamente por aqui assim desejam. Não. Não o fazem. Na verdade as composições distorcidas de boa teologia se deve ao fato dos músicos não receberem da parte de seus pastores ensinos centrados nas Escrituras.

6- Músicas cujas letras estão desprovidas de doutrinas fundamentais a fé cristã

Uma dos erros mais comuns do louvor neopentecostal é não cantar a sã doutrina. Nessa perspectiva é comum não encontrarmos em nossas letras, ênfases a doutrinas como salvação pela graça mediante a fé em Cristo Jesus, perdão de pecados, arrependimento, volta de Cristo e vida eterna.

7- Ausência de foco na glória de Deus.

Uma das características do louvor pentecostal é o bem estar do homem e não a glória de Deus. Nessa perspectiva as canções cantadas, os louvores entoados ou até as ministrações variadas são eminentemente focadas no brilhantismo humano esquecendo portanto que tudo aquilo que fazemos deve ser feito para a glória de Deus.
Volta as Escrituras:
Penso que os excelentes músicos neopentecostais se regressarem as Escrituras e permitirem com que a Palavra de Deus norteie suas vidas e ministérios a Igreja evangélica brasileira será ricamente abençoada. Acredito que mais do que nunca necessitamos regressar as Escrituras, cantar as Escrituras, bem como viver as Escrituras.

O reformador João Calvino costumava dizer que o verdadeiro conhecimento de Deus está na Bíblia, e de que ela é o escudo que nos protege do erro. Em tempos difíceis como o nosso, precisamos regressar à Palavra de Deus, fazendo dela nossa única regra de fé, prática e comportamento.


Soli Deo Gloria,

Renato Vargens
Fonte:  http://renatovargens.blogspot.com.br/2013/10/os-07-principais-erros-do-louvor.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+renato_vargens+%28Renato+Vargens%29

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O desafio de ser bênção perto


Não seremos uma bênção longe se, primeiramente, não o somos perto. E não há nada mais perto de nós que a nossa família.

 Ronaldo Lidório

O lar é nosso primeiro desafio e onde devemos investir energia, tempo e relacionamento construtivo. Davi é lembrado na história como um líder vitorioso. Venceu o gigante, superou a perseguição de Saul, peregrinou foragido em sua própria terra, refugiou-se na casa de seus antigos inimigos e, na perseverança do Senhor, reinou sobre Israel. Por outro lado, fracassou diversas vezes em casa onde enfrentou adultério, mentira, incesto, competição e trágica rebeldia. Certamente há aqui lições preciosas e uma delas é a necessidade de não perdermos o privilégio de sermos bênção perto, na família.

É mais fácil ser um modelo para as massas que nos veem de longe do que para um único indivíduo que caminha conosco. É mais fácil brilhar em um púlpito do que exercer paciência com a esposa. É mais fácil admoestar uma congregação do que ser modelo para os filhos. Um provérbio chinês nos ensina: Antes de começar o trabalho de mudar o mundo, dê três voltas dentro de sua casa. Não importa o que você diga a seus filhos para fazerem. Eles naturalmente seguirão aquilo que o veem fazendo.

SENDO UM MODELO PARA OS DE PERTO

Ser um modelo para os de perto, portanto, é um dos nossos maiores privilégios e mais intenso desafio. Em Atos 13, encontramos o registro do envio de Paulo e Barnabé pela igreja em Antioquia. Lemos que "servindo eles ao Senhor disse o Espírito Santo...". O verbo "servindo" (leitourgounton) usado no texto aponta para aqueles que serviam ao Senhor como leitourgoi, servos. Havia três formas de "servir" no contexto neotestamentário:

Como doulos, o escravo - Nas palavras de Candus, aquele que pessoalmente acompanha o seu Senhor para realizar os desejos do seu coração. Portanto, doulos, no contexto do Novo Testamento, é aquele que tem um compromisso direto com Deus e O serve pessoalmente.

Como diakonos, o mordomo - Aquele que serve ao seu Senhor por meio do serviço à comunidade cristã. Nas Escrituras, o termo é usado para os que cooperam para suprir as necessidades do povo de Deus – e, com isto, servem a Deus.

Ou como leitourgos, o edificador - O termo, ligado à leitourgia (liturgia), não é restrito como o usamos hoje. Refere-se àquele que serve ao Senhor sendo usado por Ele para abençoar (edificar) o seu irmão. Esta é justamente a raiz do verbo que expressa que Paulo e Barnabé "serviam" ao Senhor. Afirmava, assim, que antes de tudo eles eram abençoadores do Corpo de Cristo em Antioquia.

A primeira característica apontada a respeito destes dois homens que espalharam o Evangelho pela Ásia, Acaia, Macedônia e Galácia não foi a competência intelectual, o título ministerial ou a profundidade teológica, mas sim a fidelidade a Deus sendo uma bênção para os que estavam perto.

Uma aplicação missionária é clara: não envie para longe aqueles que não são uma bênção perto. Aquele jovem que se diz chamado para o ministério, mas não demonstra o caráter de Cristo nem o desejo de servir os que se encontram ao seu redor, fatalmente não será uma bênção longe.

Uma aplicação pessoal é ainda mais inquietante: aquele que não for leitourgos – um abençoador – no seu círculo menor de convivência, dificilmente o será em lugares distantes. E não há nada mais próximo de nós do que a nossa família.

Há alguns anos, encontrei-me com um senhor, conhecido preletor sobre famílias nas igrejas de sua região. Era tarde naquela noite e, ao passar rapidamente por um supermercado, eu o percebi empurrando lentamente um carrinho de compras, quase vazio. Ao cumprimentá-lo, notei o seu constrangimento. Rodei por algumas prateleiras buscando o que precisava, mas permanecia incomodado com a impressão de algo estava errado. Voltei a abordá-lo, prolonguei a conversa e passo a passo foi-se criando ali um ambiente propício para um abrir de coração. Após algum tempo, com seu rosto já marcado por expressões de angústia, ele mencionou que a cada dia, ao sair do seu emprego, permanecia ali para deixar o tempo passar. Seu intuito era chegar em casa tarde o suficiente para que esposa e filhos já estivessem deitados. Ao indagar o porquê desta prática ele elevou a voz e desabafou: 'Minha casa é um inferno!' Conversamos, oramos juntos e nos despedimos, deixando um próximo encontro planejado. Segui, porém, com tremenda consciência de nossa limitação humana. Que o Senhor abra nossos olhos para que não ganhemos o mundo e percamos a família.

BUSCANDO O MAIOR INVESTIMENTO

O maior investimento a ser feito na família é o amor. Nada é mais construtivo, poderoso e reparador. Amar – e expressar o amor – pode salvar casamentos perdidos, reconciliar filhos aos pais e reanimar o coração mais desesperado.

Sempre leio com temor os três primeiros versículos do capítulo 13 da primeira carta aos Coríntios. Confrontam minha vida ao afirmar que podemos ter dons espirituais, tamanha fé ou praticar toda sorte de ações sociais, porém, sem amor, nada haverá que, ao fim, possa ser aproveitado: nem sermões bem preparados ou liturgias cúlticas; nem grandes gestos de liderança ou realização pessoal. O amor não é apenas superior aos dons, mas um marcador de quem somos em Cristo. Somos de Cristo quando buscamos amar.

Isto significa que minha vida em Cristo não pode ser definida puramente pelos dogmas que entendo e aceito, nem mesmo pelas experiências de espiritualidade que vivencio, pois, sem amor, serão vazios de significado. Minha vida em Cristo é definida pela presença do amor que não apenas é essencial como também é auto-manifesto. Para nosso temor e tremor, o Espírito descreve neste capítulo que o amor é perceptível, ou seja, ele deixa marcas. Ele é prático, notável e visível e precisa se aplicado de forma vital em cada vida e lar.
Ele é paciente, esperando pela hora oportuna para o outro. É benigno, fazendo com que a dor do outro seja também a nossa. Não arde em ciúmes, portanto evita comparações e se nega a criticar o próximo.

Somos naturalmente seres construtores de máscaras e tais máscaras tendem a esconder aquilo que é nitidamente carnal e vergonhoso. Assim, usando máscaras bem elaboradas, podemos falar sobre fé sem de fato crer; pregar contra o pecado sem intimamente repudiá-lo; expor sobre o amor e, na manhã seguinte, irritar o esposo, esposa ou filhos. Gestos de amor provam a nossa verdadeira espiritualidade.

O oposto do amor também é evidente. Uma de suas marcas é a incrível tolerância com nossas próprias fraquezas e grave intolerância com as do próximo. Desta forma, se alguém conversa com formalidade, é antipático, mas se nós o fazemos, somos respeitosos. Se alguém brada ao pregar, está sendo artificial. Se nós bradamos, é sinal de espiritualidade. Se alguém não faz, é preguiçoso, mas se nós não fazemos, somos ocupados. Se alguém contrai uma dívida, é irresponsável. Se nós nos endividamos, é porque recebemos pouco. Se alguém discorda é soberbo, mas se nós discordamos, somos criteriosos. Se alguém critica, ele o faz por estar tomado de inveja ou ciúmes. Se nós criticamos, estamos sendo zelosos. Se alguém repete um sermão, está sendo desleixado, mas se nós o fazemos, Deus quer falar novamente ao seu povo. Se alguém erra, era de se esperar vindo dele. Se nós erramos, errar é humano. Se alguém cai, suas atitudes carnais já indicavam isto. Se nós caímos, o inimigo preparou-nos uma armadilha. Se alguém brinca, está sendo mundano. Se nós brincamos, somos informais. Se alguém ofende ao falar é descontrolado. Se nós o fazemos, somos sinceros. A ausência de amor falsifica a vida cristã, e o lar é o primeiro ambiente aonde tais sinais se manifestam.

Neste mesmo capítulo, percebemos que o amor é um aprendizado. Eu era menino e agora sou homem. Enxergava de forma obscura e agora vejo claramente. Em outras palavras, amar é um processo, uma caminhada. Nós não nascemos amando.

Para amarmos verdadeiramente, devemos pedir o auxílio daquele que é amor. O salmista, no Salmo 119.2, afirma que andará nos caminhos do Senhor quando Ele dilatar o seu coração. Precisamos de corações dilatados, abertos, prontos para amar. Peçamos ao Pai, pensando nos cenários diários de nossas vidas e, de forma especial, da nossa família, dizendo: 'ensina-me a amar'.

John Edwards, em seu livro Uma fé mais forte que as emoções (Editora Palavra), nos fala sobre a incompatibilidade do amor com as palavras de agressão. Expõe que, para amar, precisamos também nos desapegar daquilo que é incompatível com o amor. Desapego é uma palavra-chave. Jamais amaremos enquanto nossa agenda diária estiver repleta de palavras de ofensa, competitividade, ciúmes, falso zelo, discórdias, comparações desnecessárias, soberba e agressões.

Se a família é um dos maiores privilégios na terra, é também uma das maiores responsabilidades. A Palavra nos adverte que "se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, tem negado a fé, e é pior que um incrédulo" (1Tm 5.8). Que o Altíssimo nos ajude para que sejamos sal da terra a luz do mundo, mas também abençoadores para os de perto, especialmente a família.

Fonte: http://cristianismohoje.com.br/artigos/familia/nao-seremos-uma-bencao-longe-se-primeiramente-nao-o-somos-perto-e-nao-ha-nada-mais-perto-de-nos-que-a-nossa-familia

sábado, 28 de setembro de 2013

Cristãos sírios falam sobre seus anseios, medos e dificuldades

 As revoltas na Síria tiveram início em março de 2011 juntamente com a onda de protestos populares que atingiu a maior parte dos países do mundo árabe, episódio comumente chamado de “primavera árabe”. Após um ano de violentas manifestações a Síria está entre os países cujo presidente não foi deposto e está à beira de uma guerra civil

Oração. É isto o que os cristãos na Síria dizem que mais precisam. Após um ano de protestos e violência a situação ainda não melhorou. Toda a população da Síria está sofrendo por causa da violência em curso. Devido à atual situação de instabilidade em muitas cidades, as igrejas decidiram atuar apenas durante o dia e muitas só abrem aos domingos. Muitas escolas cristãs não funcionam às sextas-feiras, dia em que os muçulmanos vão às mesquitas e se reúnem para orar. O que parece atacar a maioria dos cristãos no país dilacerado pelas revoltas armadas é o medo.

Dependendo do lugar onde vivem os cristãos, a situação é diferente. Em Damasco, capital do país, as dificuldades são bem menores do que, por exemplo, em  Homs cidade onde estão instalados os grupos rebeldes e de onde muitas pessoas fugiram. Em algumas cidades os cristãos têm de conviver com sequestros, roubos, falta de combustível e eletricidade, uma economia debilitada e um alto índice de desemprego. Devido à situação difícil e o perigo de uma iminente guerra civil muitos cristãos desejam abandonar o país.
O líder de uma igreja em uma das maiores cidades da Síria, diz: "A situação é ruim. Há morte e sequestros na estrada. O principal alvo dos sequestradores são as crianças, por isso alguns pais deixaram de enviar seus filhos à escola. Muitos carros particulares são roubados e há muito roubo de combustível também", ele então resume a situação em sua cidade. "Sei de alguns cristãos que transferiram seus bens para diferentes países, poucas famílias emigraram, mas muitos estão trabalhando para encontrar uma maneira de sair do país. O grande problema é que as pessoas estão vivendo com medo. Medo do desconhecido, medo por causa da situação atual. Os cristãos sentem medo inclusive pelo fato de serem minoria e não saberem o que esperar do futuro."

Na mesma cidade, o líder de outra igreja diz: "Estamos indo muito bem" Ele diz que as pessoas preferem ficar dentro de suas casas na sexta-feira. Nós nos reunimos para a adoração e as pessoas têm uma fé forte. Nós só temos aberto a igreja aos domingos e temos reuniões de oração nas casas ou na igreja durante a semana com as portas fechadas. O pastor alega que “não há ataques diretos contra os cristãos, mas não sabemos se as coisas mudarão e nem como seremos tratados quando as revoltas acabarem."

Além disso, ele diz: "Estamos acostumando com a situação. Estamos orando para que as coisas voltem ao normal. Minha filha está na faculdade e ficamos com tanto medo quando ela sai para estudar. Por um período de tempo era difícil deixá-la sair, agora está ficando mais fácil, não porque a situação melhorou, mas porque nos acostumamos e Deus está nos dando mais fé. O que podemos fazer? Deus é bom e Ele continua nos dando promessas de Sua palavra."

Pedidos de oração
•Ore pelo fim dos conflitos entre rebeldes e forças do governo e para que haja paz nesta nação
•Peça a Deus pela segurança dos cristãos sírios e para que o desenrolar da situação política lhe seja favorável
•Louve a Deus porque muitos cristãos sírios permanecem no país, a despeito das dificuldades e do medo, para testemunhar a outros sobre o amor de Jesus.

Fonte:  http://www.portasabertas.org.br/noticias/Artigos/2012/03/1443553/

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A IGREJA DO ESPETÁCULO

Luis A R Branco


Há algumas décadas o movimento humanista decidiu deixar de investir em propaganda, e passaram a investir cada centavo que recebessem em educação, num projeto que poderia levar décadas para ser concretizado. Eles entenderam que as escolas e as universidades de todo o mundo eram os “jardins de infância” de uma nova geração humanista que desejavam desenvolver.

Durante décadas os humanistas sumiram do cenário, a ponto de nos anos 70’s filósofos e teólogos ousarem declarar que o humanismo estava praticamente extinto como movimento. Enquanto na verdade, investiam silenciosamente na educação, e hoje estima-se que eles dominam aproximadamente 90% do sistema de educação, fazendo com que a influência humanista na sociedade tenha um alcance em praticamente todas as esferas desta.

O que é o humanismo ou movimento humanista? Antes de responder a esta pergunta é preciso entender que existem no humanismo varias ramificações com uma ou outra nuance, mas basicamente podemos dizer que: O Humanismo é uma filosofia que coloca o homem no centro de todas as coisas. Isto significa que o homem, suas ideias, vontades e sentimentos passam a assumir o papel principal no mundo e determinam como tudo o mais deverá funcionar.

Acadêmicos mais modernos como Gilles Lipovitsky, Mario Vargas Llosa, entre outros, referem-se a influência do humanismo em nossos dias como a “civilização do espetáculo”. Segundo Mario Vargas Llosa, a “civilização do espetáculo” significa: “Um mundo onde na balança dos valores vigentes estão o entretenimento, e onde divertir-se e fugir do aborrecimento é a paixão universal.” [1].

Observamos que esta filosofia humanista já adentrou em nossas igrejas criando algo extremamente bizarro. A Igreja que recebeu a autoridade de avançar com a pregação genuína do evangelho contra as portas do inferno (Mt 16:18), que é nada menos que o poder de Deus para salvar (Rm 1:16), mas também para derrubar e confundir sofismas (2 Co 10:4), passou a ser um novo “Jardim de Infância”, conhecido como o “humanismo cósmico”, que é a mistura da religiosidade com a centralidade do homem.

Infelizmente muitos dos nossos chamados “cultos” são nada menos que uma reunião do “neo-movimento do humanismo cósmico”. Onde tudo está voltado para o entretenimento, o sentimentalismo, uma forma de esquecer os problemas que ficaram lá fora, onde muita música, gritaria, extravagância, atos tidos “proféticos” assumem a dianteira antes destinada ao evangelho. E obviamente, muito protagonismo, que aliás, é o pilar principal que sustenta este movimento.

Um dia destes o grupo responsável pelo louvor em nossa igreja cantou uma música, fique impressionado com a letra, após o culto reuni todos os músicos e dirigentes ao redor do púlpito, dei a eles um marcador e pedi que marcassem todos os pronomes pessoais e possessivos que encontrassem no cântico, e com outro marcador marcassem todos os atributos de Deus ou seu nome. No final o resultado foi 19 pronomes pessoais e possessivos, nenhum atributo divino, e apenas uma referência a Deus como Senhor na última linha, porém diz: “O Senhor que nos servirá.” Eles ficaram assustados, então lhes disse: “Vocês nesta manhã cultuaram a si próprios e promoveram o humanismo na igreja.” O mesmo acontece com as pregações, que em muitas igrejas, passaram a ser mais aulas de auto-ajuda e sessão de piadas ou pior, momentos onde heresias passaram a ser ensinadas descaradamente.

A coisa é muito sutil, muito subjectivada através dos protagonistas tidos como os “ungidos” de Deus, e que são na verdade mensageiros de Satanás para afastar nossas igrejas do verdadeiro evangelho de Jesus Cristo. O apóstolo Paulo escreveu: “Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos. Transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.” (2 Co 11:14-27).

Infelizmente a “civilização do espetáculo” já alcançou a igreja. O filósofo francês Gilles Lipovitsky escreveu: “Ao contrário do que se verificava no passado, a Igreja já não privilegia as noções de pecado mortal, já não exalta o sacrifício ou a renúncia… De uma religião centrada na salvação no Além, o cristianismo passou a ser uma religião ao serviço da felicidade terrena, colocando a ênfase nos valores da solidariedade e do amor, na harmonia, na paz interior, na realização total da pessoa.” [2].

Que Deus tenha misericórdia de nós e que possamos voltar ao verdadeiro evangelho.


[1] LLOSA, Mario Vargas. La Civilización Del Espetáculo. Madrid: Alfaguarda, 2012, Edição no formato KINDLE.

[2] Gilles Lipovetsky, A Felicidade Paradoxal: Ensaio Sobre a Sociedade do Hiperconsumo. Lisboa: Edições 70, 2007, pág. 111-112.


domingo, 15 de setembro de 2013

Siria! Adolescente cristã é sequestrada, estuprada e assassinada



Hoje depois de ler algumas reportagens sobre a guerra civil da Síria eu fui levado a pensar sobre as preocupações de parte da igreja evangélica brasileira.

Pois é, em vez de levantarmos um clamor a Deus pelos milhares de cristãos que estão sofrendo naquele país, parte da Igreja de Cristo está preocupada como enriquecer e experimentar prosperidade.

Diante do exposto preciso confessar que estou assustado com aquilo  que essa maldita teologia da prosperidade tem feito com algumas denominações evangélicas no Brasil. Para nossa vergonha muitos dos pastores brasileiros foram inebriados pelo glamour do dinheiro e da vida fácil.

Prezado amigo, enquanto a igreja tupiniquim brinca de Polyana, o portal Gospel Mais publicou (aqui) que um grupo de quinze rebeldes islâmicos sírios ligados à facção AKA Jabhat al-Nusra sequestrou, estuprou e matou uma adolescente cristã chamada Mariam, na cidade de Al-Qusair.  

Para nossa tristeza, após os seguidos abusos sexuais e psicológicos, Mariam foi assassinada pelo grupo. 

Esse tipo de crime é incentivado pelos rebeldes islâmicos na Síria. Um dos líderes muçulmanos do país, Sheikh Yasser Al-Salafi Ajlawni se pronunciou recentemente afirmando que os rebeldes estavam autorizados a capturar e estuprar mulheres não muçulmanas.

Caro leitor, notícias deste nipe me deixam profundamente agoniado. Até quando a igreja de Cristo vai continuar brincando no playground? Até quando viveremos num mundo de fantasia? Nossos irmãos estão sofrendo e morrendo por causa de Cristo e nós aqui deixando a vida nos levar.

Estou angustiado, com a alma apertada e com lágrimas nos olhos!

Vamos orar pela Síria
Renato Vargens
Fonte: http://renatovargens.blogspot.com.br/
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