Sejam bem vindos!

"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." (2 Tm 2:15)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O amor de Deus é incondicional?

Tornou-se moda nos círculos evangélicos falar, quase que sem hesitação, do amor incondicional de Deus. É certamente uma mensagem agradável para as pessoas ouvirem e se ajusta a certo tipo de discurso politicamente correto. Em nosso desejo de comunicar às pessoas a doçura do evangelho, a disposição de Deus de cobrir nossos pecados com o perdão e a incrível profundidade do Seu amor mostrado na cruz, usamos uma expressão hiperbólica para o escopo e extensão do Seu amor.

Onde nas Escrituras encontramos essa noção do amor incondicional de Deus? Se o amor de Deus é absolutamente incondicional, por que falamos às pessoas que elas têm que se arrepender e ter fé para serem salvas? Deus estabelece condições claras para uma pessoa ser salva. É verdade que, em certo sentido, Deus ama mesmo aqueles que não satisfazem as condições de salvação, mas essa sutileza é geralmente perdida pelo ouvinte quando o pregador declara o amor incondicional de Deus. As pessoas ouvem que Deus irá amá-los continuamente e aceitá-los, não importa o que eles façam ou como eles vivam. Declaramos assim um universalismo descarado se falarmos do amor incondicional de Deus sem uma clara e cuidadosa qualificação do que isto significa.

Um contraste interessante pode ser visto ao comparar a pregação dos evangelistas dos séculos XVIII e XIX com os evangelistas modernos. A ênfase nos séculos anteriores estava na ira de Deus direcionada contra pecadores impenitentes. De fato, a pregação de Jonathan Edwards tem sido descrita como uma pregação evangelista que empregava uma “teologia do medo”. Esta abordagem deu lugar uma ênfase mais positiva no amor de Deus. Claro, Edwards também declarava o amor de Deus, mas não sem lembrar aos pecadores que enquanto eles continuassem impenitentes, estariam expostos à ira de Deus e estariam na verdade acumulando ira contra si mesmos para o dia da ira (Romanos 2.5).

Edwards advertia seu povo que eles eram mais repugnantes a Deus em seus pecados do que súditos rebeldes eram aos seus príncipes. Essa era uma parte e uma parcela da proclamação do evangelho da reconciliação. Não pode haver uma conversa sobre reconciliação sem antes estabelecer que há uma alienação ou um afastamento anterior. Indivíduos que não estão em conflito não precisam de reconciliação. O conceito bíblico de reconciliação pressupõe uma condição de afastamento entre Deus e o homem.

Muito é dito sobre a hostilidade do homem contra Deus. A Bíblia diz que somos inimigos de Deus por natureza. Essa inimizade é expressa em nossa rebelião pecaminosa contra Ele. A visão contemporânea popular disso é que nós estamos afastados de Deus, mas Ele não está afastado de nós. A inimizade está em um dos lados apenas. A figura que pintamos é que Deus continua nos amando com um amor incondicional enquanto permanecemos com ódio em relação a Ele.

A cruz desmente essa figura. Sim, a cruz aconteceu porque Deus nos ama. Seu amor está por trás de Seu plano de salvação. Entretanto, Cristo não foi sacrificado na cruz para nos aplacar ou para servir de propiciação para nós. Seu sacrifício não foi planejado para satisfazer nossa inimizade injusta contra Deus, mas para satisfazer a ira justa de Deus contra nós. O Pai foi o objeto do ato de propiciação do Filho. O efeito da cruz foi remover o afastamento divino de nós, não nosso afastamento dele. Se negarmos o afastamento de Deus de nós, a cruz é reduzida a uma patética e anêmica influência moral sem nenhuma satisfação substitutiva de Deus.

Em Cristo, o obstáculo do afastamento é superado, e somos reconciliados com Deus. Mas essa reconciliação se estende apenas àqueles que creem. Aqueles que rejeitam a Cristo permanecem em inimizade com Deus, afastados de Deus, e objetos tanto de Sua ira quanto de Sua aversão. Qualquer que seja o tipo de amor que Deus tem pelo impenitente, ele não exclui Seu justo ódio e aversão deles, que está em forte contraste com Seu amor redentor.

Traduzido por Alex Daher | iPródigo.com | Original aqui

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Cada um é livre para fazer o que quer

 Por Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Ouvi esta frase, num programa de televisão: “Cada um é livre para fazer o que quer”. Ela me fez pensar.
O homem é dotado de capacidade de pensar e tomar decisões. É responsável por seus atos. Não se pode impor a alguém uma religião ou uma ideologia, por exemplo. Pais escrupulosos não imporão uma profissão a seus filhos. Respeitarão suas habilidades e o seu pendor. Neste sentido, a frase tem certa razão. Cada um faz o que quer de sua vida, sendo por isso responsável. Neste sentido, a liberdade é plena.

Mas nem sempre somos livres para fazermos o que queremos. Eu gostaria de fazer muitas coisas que simplesmente não posso. Neste sentido, não somos livres para fazer o que queremos. Querer não é poder. Podemos querer coisas que não podemos ter.

Há coisas que não apenas não podemos fazer, mas que não devemos fazer. Um homem pode desejar ter todas as mulheres do mundo, mas ficará no desejo. Alguém disse que Deus é mal humorado porque parte dos dez mandamentos começa com um não. Ele nos proibiu coisas boas que gostaríamos de fazer. Por isso diz uma música popular que “tudo que eu gosto é ilegal, imoral ou engorda”. As coisas boas são proibidas. Deveríamos poder fazer e ter todas as coisas que gostaríamos. Abaixo as leis, abaixo os conceitos moralistas, abaixo as religiões com suas regrinhas! Viva a anarquia, vivam os desejos, façamos o que queremos e chega de conversa.

Mas isso funciona? Por querer a mulher de Urias o rei Davi planejou a sua morte. Fez o que quis: adulterou e idealizou um assassinato. Mas pagou um preço muito alto pelo que fez. Pode-se fazer o que se quer ou é necessário ter regras? Liberdade é o direito de fazer o que se quer? O que uma pessoa quer e pensa ser seu direito pode ser a transgressão do direito de outra.

Deus colocou tantos não nos dez mandamentos não por mau humor, mas por saber que somos maus, que somos pecadores. É uma incoerência o conceito humanista de que o homem é bom. Se o homem é bom, por que a maldade e tantas desgraças? Dizer que ele é bom e que a sociedade o corrompe é uma incongruência. A sociedade não é pau nem pedra. É gente. A sociedade é a soma das pessoas, que são más. Davi confessou sua maldade inata, quando declarou: “eu nasci em iniquidade” (Sl 51.5). Isso é o que os teólogos chamam de “depravação, a capacidade inata no ser humano de buscar o mal”. O homem não é bom. É pecador. Bem disse Billy Graham, “o homem é exatamente aquilo que a Bíblia diz que ele é”.

Por ser pecador, o homem não pode fazer o que deseja, pensando que assim é livre. Disse Paulo: “o bem que quero, esse não faço; o mal que não quero, esse eu faço” (Rm 7.19). Quando seguimos nossos instintos e paixões, não nos realizamos, mas nos frustramos. Ouvimos a iniquidade, desprezando leis e princípios que orientam a vida, e nos tornamos como os irracionais, que não têm capacidade mental e seguem o instinto. E nos damos mal.

Fazer o que se quer não é ser livre. É ser escravo. Dos instintos. De uma natureza corrompida. Por isso Jesus disse que “todo aquele que comete pecado é escravo do pecado” (Jo 8.34). Não somos livres quando fazemos o que queremos, e regras e princípios não são algemas. Imaginemos um trem que quisesse trafegar fora dos trilhos para poder ser livre. Saísse dos trilhos e entrasse pelo gramado, cheio de flores, alegre e festivo. Ele afundaria, com seu peso. Há um lugar para ele transitar e fora deste lugar ele se imobiliza.

Liberdade não é o direito de se fazer o que se quer. O pensador cristão Elton Trueblood disse que “liberdade não é liberdade para, mas liberdade de”. Somos livres não para fazermos o que queremos, mas somos livres de alguma coisa. Somos livres para sermos o que Deus espera de nós. Como disse Kierkegaard: “Com a graça de Deus serei o que devo ser”. Jesus ilustrou isto muito bem: “se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres” (Jo 8.36). Liberdade é a capacidade de poder gerir a sua vida. É a capacidade de viver sem ser escravo de vícios, de paixões vis, de drogas, da ansiedade, do medo do futuro. Desde quando uma pessoa escrava de um pedaço de papel com mato dentro, um cigarro, é livre? Desde quando alguém que não consegue livrar-se de uma garrafa é livre? Livre é a pessoa que pode dizer: “Isto me faz bem e eu aceito. Tenho forças para fazê-lo, mesmo não gostando”. Livre é a pessoa que pode dizer: “Isto é agradável, mas trará más consequências. É bom, mas tenho a capacidade de rejeitar”. Liberdade é o direito de saber usar bem a vida, de discernir entre o que se deve e o que não se deve.

Voltemos a Jesus: “se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. Ele dá discernimento espiritual e moral para sabermos o que buscar e o que evitar. Ele dá poder para vencer o que é agradável, mas daninho. Ele torna a pessoa livre. Muita gente censura os crentes, dizendo sermos escravos, que não podemos fazer muitas coisas. Não é que não podemos. É que não queremos. Não nos têm valor. Volto à questão do cigarro: é ridículo um adulto chupando sofregamente um mau cheiroso invólucro de papel com mato dentro, sem poder parar de fazê-lo, embora muitas vezes querido fazê-lo. Coisa triste um bêbedo, caído na sarjeta, escravo do álcool. Coisa deprimente e triste um casal se separando, com os filhos prejudicados, por causa da infidelidade conjugal de uma das partes.

Os crentes não vivemos debaixo de regrinhas. Vivemos na liberdade que Cristo nos deu. Ele nos abriu os olhos e capacitou nossa vida para vencermos o mal que desgraça e optarmos pelo bem que exalta.

Você pode ser livre. Pode deixar de fazer o que lhe prejudica e fazer o bem que sabe que deve fazer. Basta confiar em Cristo, fazendo dele seu Senhor, cedendo-lhe sua vida, confiando-lhe a direção do seu viver. Você descobrirá o que Jesus quis dizer com “e conhecereis a verdade e verdade vos libertará”. Jesus é a verdade que liberta. O resto é mentira. Seja livre. Assuma um compromisso com Cristo.
***
Fonte: Site do autor, via Púlpito Cristão

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Parte de um email que recebi do Portas Abertas

Um dos benefícios que recebemos juntamente com a Salvação é a eternidade de nossos atos terrenos. Eles atravessam o tempo e o espaço e ecoam na eternidade, em forma de tesouros que podem ser acumulados (Mt 6.20).

É uma alegria saber que nossas ações não se resumem a esta vida, mas que podem adquirir uma dimensão eterna. Quando engrandecemos o nome de Deus por meio de atos de serviço ao próximo, da pregação do Evangelho, do socorro aos santos, ─ apenas para mencionar alguns exemplos ─ enchemos nossos "baús eternos" com "moedas espirituais".

Embora, nem sempre, temos a oportunidade de conhecer as pessoas que ajudamos, podemos ter a certeza de que estes atos não se resumem a uma ajuda terrena. Eles têm um valor eterno.

Acumule tesouros eternos.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ministérios Fracassados (documentário)

Gostaria que todos os visitantes deste blog assistissem este vídeo, pois certamente edificará suas vidas....

Fonte: http://yagomartins.com/2012/11/ministerios-fracassados-documentario-2/

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A JUSTIÇA DOS ESCRIBAS E FARISEUS E SUA IMPLICAÇÃO PARA A IGREJA NA ATUALIDADE

"Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus." (Mt 5.17-20)

O texto acima faz parte do clássico Sermão da Montanha (ou Monte), onde a ética do Reino de Deus foi claramente exposta por Jesus.

Nos chama a atenção, o fato de que em meio ao seu enunciado ético, Jesus resolve abordar questões morais, culminando com a seguinte declaração: "se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus". O que Jesus pretendia afirmar ou revelar com isto? Quais as implicações para nós, discípulos seus na atualidade? Para tais respostas, algumas considerações são importantes.

OS ESCRIBAS E FARISEUS

Devido ao papel central da Lei no Antigo Testamento, no período pós-exílico, os escribas (ou doutores e mestres da lei) surgiram como uma classe especial de especialistas e intérpretes (teólogos e exegetas). Em sua grande maioria eram fariseus. Mediante seus estudos, buscavam sempre adaptar e atualizar a Lei às novas demandas da vida social e religiosa.

Seus ensinamentos eram oriundos da mera "reprodução" das opiniões de mestres anteriores, apoiados na tradição e autoridade rabínica. Investigando a Lei, chegaram a descobrir nela 613 mandamentos divinos, onde 365 eram de proibição (negativos) e 248 de orientação (positivos). A obsessão pela guarda destes mandamentos deu origem ao legalismo e ao moralismo dos tempos de Jesus.

A formação dos escribas acontecia mediante intenso estudo da Lei. Recebiam, após completarem quarenta anos, uma ordenação que os habilitava para o exercício de seu magistério e para as funções judiciais.

Já os fariseus ("os separados"), grupo religioso ao qual boa parte dos escribas pertenciam, de origem incerta (provavelmente a expressão de uma rígida abstenção dos costumes pagãos do período de Esdras e Neemias), constituíam um segmento do judaísmo que se propunha em levar as observâncias religiosas até às últimas consequências e minúcias da vida. Na época de Jesus eram uns 6 mil. Eram também obsessivos em alcançar a perfeição espiritual e moral, afirmando ser a mesma possível nesta existência. Sua aparente virtude impressionava o povo, e eram o instrumento para sustentação de prestígio e influência. Escribas e fariseus foram grandes opositores do ministério e ensino de Jesus (Mt 7.29; Jo 8.1-11).

MORAL E ÉTICA

O não entendimento dos conceitos de "moral" (lt. mores) e "ética" (gr. ethos), tem sido motivo para a prática moralista de lideranças e igrejas cristãs na atualidade. No presente contexto, moral e ética falam de costumes.

Buscando um melhor entendimento sobre o tema, estudos recentes estabelecem uma distinção (tênue) entre moral e ética. Ives de La Taille (2002, p. 30 apud MORETTO, 2009, p. 56), faz a seguinte consideração:

"[...] entendo por moral tudo o que fazemos por dever (como em Kant), ou seja, submetendo-nos a uma norma de vivida como coação ou mandamento; e entendo por ética tudo o que fazemos por desejo ou por amor (como em Spinoza), ou seja, de forma espontânea, sem nenhuma coação outra que aquela da adaptação ao real."

Esta definição nos permitel fazer uma comparação entre moral e ética:

Moral - Tem a ver com regras e normas
Ética - Tem a ver com princípios e valores

Moral - O que devemos fazer
Ética - Como devemos viver

Moral - Obedece as normas
Ética - Questiona as normas

Moral - Tem a ver com justiça
Ética - Tem a ver com generosidade

Moral - Se origina da Ética
Ética - É a origem da moral

Moral - Transfere responsabilidades
Ética - Assume responsabilidades

Moral - Postura necessária
Ética - Postura ideal

Moral - Imaturidade do ser humano em suas atitudes para com Deus, o próximo e consigo mesmo
Ética - Maturidade do ser humano em suas atitudes para com Deus, o próximo e consigo mesmo

Moral - Os Dez Mandamentos
Ética - O Sermão do Monte

Moral - Os escribas e fariseus
Ética - Jesus

Quando contemplamos estas diferenças, logo percebemos que "exceder a justiça dos escribas e fariseus" não deve ser compreendido em termos quantitativos, ou seja, Jesus não está ordenando uma vida meramente (e hipocritamente) pautada na observação de regras e normas (e quanto mais melhor). É exatamente desta maneira distorcida e equivocada, que se vivencia o Evangelho na grande maioria de nossas igrejas.

A orientação da vida dos crentes é geralmente fundamentada por regras e normas que fazem parte da tradição da igreja, tradição esta maior que a própria Escritura (Mt 15.1-20). A prova disto é o silêncio e os fracos argumentos das lideranças (católicas e evangélicas), diante de uma contestação bíblica e coerente.

Para exceder a justiça dos escribas e fariseus, a nossa justiça (moral) precisa estar, acima de tudo, fundamentada na generosidade (ética) do Reino. Não é da quantidade ou da rigidez das normas que Jesus fala, mas, da qualidade e da generosidade da ética.

Para sabermos se vivemos pela moral (justiça) ou pela ética (generosidade), algumas perguntas são necessárias:

- As disciplinas aplicadas aos membros e líderes, são geralmente fundamentadas na justiça da moral ou na generosidade da ética? Na quebra de normas ou de princípios?

- Os cultos de "doutrina" "instrução" ou "estudo bíblico", trazem em sua maioria, conteúdos morais (normativos) ou éticos (sugestivos)?

Como bem coloca Moretto (Idem):

"Moral e Ética são temos relacionados a hábitos e costumes que estabelecem valores e princípios, os quais originam as regras da boa convivência social. Sua aplicação não é simples, se quisermos ser aos mesmo tempo justos e generosos".

Jesus não veio acabar com a moral, mas veio combater o moralismo (ausência de generosidade na aplicação da justiça): "Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir" (Mt 5.17). A grande questão não é se cumprimos ou exigimos a Lei, mas, como cumprimos e a exigimos.

Para saber se cumprimos, a fala de Jesus ao intérprete da lei é pertinente:

"E eis que certo homem, intérprete da Lei, se levantou com o intuito de pôr Jesus à prova e disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Então, Jesus lhe perguntou: Que está escrito na Lei? Como interpretas? A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Então, Jesus lhe disse: Respondeste corretamente; faze isto e viverás." (Lc 10.25-28)

Perceba que não foi numa lista de normas (moral) em que a resposta do intérprete da lei, confirmada por Jesus, se fundamentou, mas, em princípios (ética).

Concluo citando o professor Marcelo Gusson:

"[...] não podemos ter somente a ética porque muitas pessoas são imaturas e não conhecem a grandeza de seus ensinamentos. Portanto, precisamos também da moral para orientá-las no processo de amadurecimento".

Na medida em que crescermos em maturidade cristã, teremos menos normas e mais princípios norteando a nossa existência e convivência. A nossa justiça excederá então a dos fariseus.
Pr. Altair Germano
Fonte: http://www.altairgermano.net/2009/10/justica-dos-escribas-e-fariseus-e-sua.html

REFERÊNCIAS

MATEOS, J.; CAMACHO, F. Jesus e a sociedade de seu tempo. São Paulo: Paulinas, 1992.

MORETTO, Vasco Pedro. Planejamento: planejamento e educação para o desenvolvimento de competências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John. Wycliffe: Dicionário Bíblico. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

AINDA DÁ TEMPO

Pergunta-me um amigo:
-- O que você gostaria de ter feito e não fez?
A pergunta propõe a possibilidade de uma auto-avaliação.
A questão pode ser melhorada:
-- Você ainda quer fazer o que não fez?
 
Uma mulher pretende ser mãe. Alguns anos se passam e o projeto não se torna realidade. Outros anos podem se passar e o sonho não acontecer. Melhor será se esta mulher decidir que adotará uma criança, dada uma determinada impossibilidade, como forma de encerrar um ciclo -- o da espera -- e começar outro -- o da realização -- em sua vida.
 
Um homem deseja fazer um curso -- ou por prazer ou pela perspectiva profissional que pode produzir. No entanto, o calendário vai trocando de páginas e o curso vai ficando mais distante. Melhor fará este homem se não se abaixar atrás do biombo das dificuldades e, ao contrário, usá-las para se lançar para o degrau do seu projeto.
 
Outro homem se vê enredado por um vício, que ele sabe que é pecaminoso, que ele sabe que lhe é prejudicial, mas vai se deixando contaminar e dominar dia após dia. Melhor fará este homem se parar de se ver como vítima de um vício -- como se um vício fosse um ser vivo que decidisse -- e se enchesse de coragem para procurar a ajuda necessária para triunfar sobre o agente de sua autodestruição.
Outra mulher pode estar num relacionamento em que é humilhada, desrespeitada, maltratada e amedrontada. Assim mesmo, pode acomodar-se -- se é que o verbo aqui cabe --, como se o sofrimento crônico fosse a vontade de Deus para a sua vida. Melhor seria se lesse melhor a Bíblia para aprender que o dom divino da vida não pode ser arrancado.
 
Quando quem quer ser mãe adotiva visitará a vara judicial especializada em adoções?
Quando quem quer terminar um curso vai começá-lo?
Quando quem tem um vício decidirá abandoná-lo?
Quando quem tem um relacionamento inadequado, moral ou emocionalmente, vai transformá-lo em adequado ou sair dele?
Quando quem quer conhecer o mundo vai grudar a mochila às costas?
Quando quem fez do vale a sua habitação começará a imitar os cabritos e fazer da montanha a sua casa?
Quando quem sonha servir a Deus numa profissão de prestígio vai abrir mão das horas de ócio?
Quando quem tem um talento vai usá-lo para tornar melhor o mundo?
Quando quem quer ser um pastor ou missionário transcultural vai romper a inércia e se preparar para obedecer ao seu chamado?
Quando quem tem um tempo disponível (pouco que seja) vai sair de casa e gastar este tempo em gestos que abraçam os necessitados?
Quando quem adora ídolos tomará a iniciativa de despedaçá-los?
Quando quem quer ser um exemplo vai se olhar no espelho e ver quem realmente é, para a arrancada em direção à vida desejada?
Quando quem quer realizar algo na vida vai se dispor a pagar o preço?

ISRAEL BELO DE AZEVEDO

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

DICIONÁRIO NEO PENTECOSTAL EVANGELIQUÊS

Fé - Crer absolutamente naquilo que o pastor/apóstolo diga

Amor - Atender o chamado do líder de louvor e dizer para a pessoa ao seu lado: “Eu te amo em Cristo Jesus”

Promessa - Carro, casa, dinheiro

Evangelismo - Mandar alguém ir à igreja

Adorar - Chorar durante horas cantando algum tipo de música lenta e repetitiva

Fidelidade - Qualidade mostrada no ato de dizimar/ofertar mensalmente

Levita - Pseudo-músico que se acha superior aos demais por cantar/tocar

Perdão - Ficar fora de comunhão durante um tempo variável de acordo com o pecado

Comunhão - Não ter ninguém te acusando ou falando a seu respeito

Profeta – Expert em leitura corporal e oratória

Deus – O cara responsável por abençoar quando mandado

Espírito Santo – Ser que faz as pessoas caírem e receberem novas unções

Jesus - Um cara que fez o oposto do que deve-se fazer

Inferno – Lugar para onde os que não tem salvação irão

Diabo - O culpado por tudo de ruim que aconteça

Esperança – Ser tão rico quanto os apóstolos da TV

Salvação - Alcançada indo à igreja e sendo fiel (vide fidelidade)

Unção – Algo que se recebe para se sentir superior aos outros

Abençoado – Ser cabeça e não cauda

Pecado - Infração cometida contra a igreja e variável com a cartilha

Igreja – Templo luxuoso que exige fidelidade para sua manutenção

(AUTOR DESCONHECIDO)
Fonte:  http://www.artedechocar.com/

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Lembrando a Reforma: OS TRÊS PILARES

Tudo começou com a leitura da Bíblia.
Martim Lutero era professor de Bíblia, mas não era convertido (isto é: não tinha consciencia que era pecador e que precisava ser justificado -- perdoado -- por Deus). Era monge, mas não conhecia a graça de Jesus.
Um dia, preparando suas aulas para a universidade, deparou-se com esta frase de Paulo aos Romanos:
"O justo viverá pela fé", uma citação de Habacuque 2.4.
Foi uma epifania (aparecimento de Deus).
Ele entendeu que seus esforços intelectuais ou morais ou religiosos eram inúteis para ser salvo. Ele precisava viver pela fé. Uma paz se apossou do seu coração para nunca mais sair.
Estava posto um dos pilares da Reforma: a justificação acontece por meio da fé em Jesus Cristo ("sola fide").
Mas houve um conflito, porque tudo o que ele cria antes estava em contradição. Ele achava que, se fosse digno, seria salvo. Agora estava salvo, alcançado pela graca, mediante a fé em Jesus Cristo.
O conflito aumentou externamente, sobretudo quando um pregador, numa cidade próxima, vendia indulgências. Para estimular a compra dos perdões, Johannes Tetzel prometia o que Deus não promete.
Indignado, Lutero escreveu 95 teses (na verdade, frases curtas) em que chamava as pessoas para uma discussão. No fundo, queria saber se aquilo que estava vendo podia ser chamado de cristianismo. Ele achava que cada cristão é livre para ir a Deus, sem intermediários para as bênçãos (ou gracas) que não podiam ser usadas pelos religiosos para controlar os crentes.
Estava posto um dos pilares da Reforma: só Jesus Cristo é o mediador entre os homens e Deus ("solus Christus").
Quanto ao debate solicitado, para o dia 31 de outubro de 1517, imagine quantos compareceram? Ninguém.
As frases foram impressas (Gutenberg tinha inventado a maravilhosa máquina de imprimir) e incendiaram as Alemanhas.
Depois escreveu outros livros com denúncias diversas ao sistema religioso vigente e dominante. Pressionado a se retratar, uma vez respondeu: "Só me retratarei se for convencido pelas Escrituras" ("sola Scriptura").
Estava posto um dos pilares da Reforma: a autoridade final da Bíblia.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO
Fonte: http://www.prazerdapalavra.com.br/reflexoes/editoriais/6166-lembrando-a-reforma-os-tres-pilares.html

domingo, 28 de outubro de 2012

As sutilezas da vaidade

A vaidade nem sempre é sutil.
Ela pode ser espalhafatosa, grandiloquente, ostensiva e bochechuda.
No entanto, seu maior perigo é a sutileza.
Um alto diretor de uma empresa pede para nunca aparecer nas fotos ou imagens dos eventos de que participa. Pode ser humildade, mas pode ser a vaidade que lhe dita a atitude: "Não preciso disto para mostrar o meu valor".
Um pastor ou músico pede "palmas para Jesus" depois de um sermão ou um cântico, para evitar os holofotes ou para medir o sucesso de sua performance.
Um blogueiro pode terminar seus artiguetes com um dístico clássico, como "soli Deo gloria" (glória somente para Deus), porque isto expressa seu desejo ou para que todos atestem sua humildade.
Um transeunte pode atravessar uma esquina de braços com uma anciã por gentileza ou pelo desejo de ser reconhecido.
Um escritor pode recusar um convite para integrar uma academia de letras, por não gostar de honrarias ou para esnobar os "imortais".
Uma mulher pode se vestir de modo muito simples, porque detesta a ostentação ou porque quer que notem o quanto ela é simples.
Um homem pode falar pouco, por achar que tem pouco a dizer ou para ninguém perceber que não tem nada para dizer.
A vaidade pode ser sutil.
ISRAEL BELO DE AZEVEDO 
Fonte: http://www.prazerdapalavra.com.br/bom-dia/6150-bom-dia-as-sutilezas-da-vaidade.html

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Deus tem de me dar tudo? ¹ (William Douglas)

Gostaria de aproveitar para, nesta semana, comentar sobre um erro que muitos cometem ao pensar em sucesso profissional. Erro que precisa ser confrontado. Existem pessoas que enxergam em Deus uma oportunidade de investimento, uma instituição financeira, uma solução instantânea para os problemas de trabalho e de dinheiro. Tais pessoas procuram o que elas creem ser o Criador do Universo, com a seguinte proposta: “Eu vou te dar isso e quero isso em troca”. Traduzindo: “Deus, eu quero comprar um sucesso”, ou, pior, “ Deus, você tem de me dar sucesso”, ou “ Eu determino a você, Deus, que me dê sucesso”. 
 
     Nesta visão distorcida, Deus atuaria como um almoxarifado e não como o “que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos” (Efésios 3.20). 
 
     A visão do deus-almoxarifado que controlamos parece ser mais confortável do que a do Deus soberano, mas não é. O deus-almoxarifado é limitado ao que pedimos ou pensamos, o Deus soberano não tem limites e é capaz de nos fazer alcançar sucessos além do que “pedimos ou pensamos”.
 
    Deus não é injusto: ele ensina o caminho do sucesso. Qualquer criatura criada por ele, salvo ou não, religioso ou não, obterá os resultados caso siga as orientações. E quem diz que segue a Deus, mas sequer o obedece, não tem muita moral para ficar dando ordens de “eu quero isso”, “eu quero aquilo”.
 
     Dentre os que são portadores da mentalidade do deus-almoxarifado, há os que chegam a dar muito do que possuem, como uma troca. Só não oferecem por renúncia, mas sim na intenção de receber em dobro ou mais. Quem age nesta relação de barganha, almeja ganhar 10, 20, 30, 100 vezes mais. E assim, vai sendo estabelecida uma suposta relação negocial com Deus que teria como obrigação atuar como medicamento, empregado ou outro mecanismo de solução de problemas quaisquer. 
 
     Se você pertence ao grupo que pensa assim, desejamos ainda mais que continue lendo este livro e que esteja aberto para mudanças. Deus é generoso, mas não é nosso empregado.
 
     Aproveitamos para contar uma história verídica, lamentavelmente. Uma senhora religiosa começou a fazer um jejum porque morava na favela, mas queria mudar-se para um apartamento no bairro nobre da cidade. Fez também com que toda a família jejuasse. Bem, esta senhora faleceu, está morta. E os parentes que obrigou a jejuar ficaram doentes e com sérios problemas de saúde. 
 
     O que esta mulher realmente queria com seu jejum? Provavelmente, fazer com que Deus melhorasse a sua vida, garantisse seu conforto e alegria de morar em um novo apartamento na Zona Sul. Independente de sua vida sincera de devoção espiritual, este tipo de religioso não conhece bem a orientação bíblica a respeito do tema. A rigor, alguém que afirma crer em Deus deve tê-lo em patamar muito superior ao dinheiro, à riqueza ou a qualquer tipo de sucesso. Quem crê em Deus, deve vê-lo muito além de uma visão materialista. 
 
     Você precisa se livrar dessa visão confusa sobre Deus que, além de contrariar a Bíblia, não lhe trará o êxito que espera. Sobre essa irmã que faleceu, que falta fez a ela conhecer bem o texto de I Timóteo 6:8 e de Mateus 6:25.
___________________________________
¹  Texto adaptado da obra Sucesso profissional: as leis da Bíblia, de William Douglas e Rubens Teixeira.
 Fonte: http://www.prazerdapalavra.com.br/colunistas/william-douglas.html

sábado, 20 de outubro de 2012

O Evangelho é suficiente pra você?

Um dos pontos que diferencia evangélicos das seitas pseudocristãs é a suficiência da Palavra de Deus. Todo cristão evangélico sustenta que a Bíblia é a infalível Palavra de Deus, totalmente suficiente, ao ponto de já não necessitarmos novas revelações alheias ao evangelho, nem de aparições angelicais ou ainda tradições esclerosadas de origem duvidosa. Na verdade, afirmar a Suficiência das Escrituras equivale a que não precisamos de nenhuma outra coisa além do evangelho. Nada além das Escrituras.

     Se isso for verdade, segue-se que todo o resto é enfeite de culto. É bonito, interessante, as vezes didático, mas secundário. Remova o púlpito, e ainda terá uma igreja cristã. Remova as cadeiras e não perderemos nada. Desligue o ar condicionado do templo e ainda teremos uma igreja evangélica. Acabe com o grupo de musica, desligue o projetor, e ainda teremos uma igreja evangélica, uma pregação evangélica, e um culto evangélico. Será?

     Imagine que um dia você chega na sua igreja e encontra um templo vazio: o púlpito não está lá, as cadeiras acolchoadas também não, não há instrumentos musicais, nem banda, nem letras no telão, nem teatro, danças, coreografias, nada nesse estilo. Você entra e tudo o que vê é um homem com uma Bíblia na mão. Como você reagiria? Como você se sentiria? Será que você ainda pensaria que está entrando em uma igreja? Será que a sua igreja sobreviveria sem todos estes elementos secundários? Será que sua fé resistiria a todas essas mudanças? Se nós tivéssemos cultos somente de pregação, as pessoas assistiriam mesmo assim?

     Em outras palavras, o Evangelho é realmente suficiente para nós?
    A verdade é que se estes elementos deixassem de existir, muitas igrejas desapareceriam também. Isso porque são igrejas centradas em vaidades, e não no evangelho de Cristo. Para elas, a suficiência das Escrituras é apenas um dogma a ser confessado, e não uma verdade para ser vivida!
Pastor, proponho que você faça o seguinte: Remova as cadeiras, tire o púlpito do lugar, desligue os ventiladores, tire os instrumentos e todas as outras coisas não essenciais de sua igreja e aguarde seu rebanho com a Bíblia na mão. Use a oportunidade para falar da suficiência da Palavra. Mostre a eles a diferença entre o essencial e aquilo que é secundário. Deixe que eles sentem no chão, com a Bíblia sobre as pernas e saboreiem a Palavra sem distrações. Aproveite para dizer a eles que milhões de crentes ao redor do mundo se reúnem assim: sem cadeiras, sem edifícios ostentosos, ar condicionado, projetores e banda de musica; são os cristãos perseguidos. Conte a eles como, para milhões de crentes ao redor do mundo, a Bíblia é suficiente.

     Marque reuniões mensais assim, onde vocês se despojarão de tudo o que não é essencial para saborear a Palavra e viver como a igreja primitiva e como os crentes perseguidos. Tenham refeições em comum durante este período e intercedam pelos seus irmãos em todo mundo. E se depois de alguns dias você ficar sozinho com a Bíblia na mão, comece a plantar de novo, pois o que você tinha não era uma igreja evangélica, um rebanho de ovelhas, mas apenas uma seita centrada em uma infinidade de elementos não essenciais, mas totalmente distante da verdadeira fé e do evangelho de Deus.
***
Leonardo Gonçalves é missionário no Peru e editor do Púlpito Cristão.

Forma eficaz de evangelismo!

Caravana do arrependimento

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

AINDA TOMAREMOS UM CAFÉ JUNTOS

Um professor, diante de sua classe de filosofia, sem dizer uma só palavra, pegou um pote de vidro, grande e vazio, e começou  a enchê-lo com bolas de golf.
 
Em seguida, perguntou aos seus alunos se o frasco estava cheio e imediatamente todos disseram que sim.
 
O professor então pegou uma caixa de bolas de gude e esvaziou-a dentro do pote. As bolas de gude encheram todos os vazios entre as bolas de golf.
 
O professor voltou a perguntar se o frasco estava cheio e voltou a ouvir de seus alunos que sim.
Em seguida, pegou uma caixa de areia e esvaziou-a dentro do pote. A areia preencheu os espaços vazios que ainda restavam e ele perguntou novamente aos alunos, que responderam que o pote agora estava cheio.
 
O professor pegou um copo de café (líquido) e o derramou sobre o pote umedecendo a areia. Os estudantes riam da situação, quando o professor falou:
 
"Quero que entendam que o pote de vidro representa nossas vidas.
 
As bolas de golf são os elementos mais importantes, como Deus, a família e os amigos. São com as quais nossas vidas estariam cheias e repletas de felicidade.
As bolas de gude são as outras coisas que importam: o trabalho, a casa bonita, o carro novo, etc.
 
A areia representa todos as pequenas coisas. Mas se tivéssemos colocado a areia em primeiro lugar no frasco, não haveria espaço para as bolas de golf e para as de gude.
 
O mesmo ocorre em nossas vidas. Se gastamos todo nosso tempo e energia com as pequenas coisas nunca teremos lugar para as coisas realmente importantes.
 
Prestem atenção nas coisas que são primordiais para a sua felicidade.
 
Brinquem com seus filhos, saiam para se divertir com a família e com os amigos, dediquem um pouco de tempo a vocês mesmos, busquem a Deus e creiam nele, busquem o conhecimento, estudem, pratiquem seu esporte favorito...
Sempre haverá tempo para as outras coisas, mas ocupem-se das bolas de golf em primeiro lugar.
 
O resto é apenas areia."
Um aluno se levantou e perguntou o que representava o café.
O professor respondeu:
 
"Que bom que me fizestes esta pergunta, pois o café serve apenas para demonstrar que não importa quão ocupada esteja nossa vida, sempre haverá lugar para tomar um café com um amigo.


Autor desconhecido!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Um Evangelho Superficial

     Tenho observado a maneira com que muitos irmãos vivem dentro de suas igrejas professando a sua fé e vivendo um evangelho diferente daquele apresentado por Jesus e os apóstolos. Segue algumas observações:

     Valorizam a emoção, o sentimentalismo em detrimento da reflexão, da meditação. Aliás pensar para muitos irmãos é coisa de gente radical, duro de coração, sem ética, sem sensibilidade, etc.

     Defendem com todo ardor seus "artistas gospel", que estão cada vez mais se enriquecendo às custas de um sistema mercadológico que nada tem a ver com o evangelho e promovendo e aceitando uma idolatria descarada de dar inveja a qualquer faraó, e não se importam com o que andam falando de Jesus na mídia secular e muito menos com as críticas que a Bíblia sofre todos os dias.

       Afrontam sua liderança quando esta resolve não compactuar com suas atitudes e ou pensamentos.

       Conhecem muito bem seus tempos (facebook, msn, orkut, twiter, skype, iphone, ipad, ipod, programas de tv, seus artistas, etc), mas não conhecem os sinais dos tempos que tanto  Jesus falou.

       Sabem operar com maestria qualquer tecnologia, mas não manejam bem a Palavra da verdade.

    Enfim, a minha oração é que nós não nos afastemos da simplicidade do evangelho de Cristo e aprendamos a valorizar aquilo que Deus valoriza.

Paulo Nassif


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Lendo a Bíblia Hoje

Meu alvo nessa breve postagem é mostrar como alguns aspectos da pós-modernidade se constituem em sérios desafios à leitura bíblica feita pelos evangélicos, e em especial, pelos reformados. Mencionarei apenas três aspectos. Há muito mais coisas na pós-modernidade que influenciam nossa leitura da realidade e dos textos, mas isso fica para outra vez.
Os reformados -- uso o termo para me referir aos cristãos evangélicos que aderem aos credos históricos da Igreja e às confissões reformadas -- têm tradicionalmente interpretado as Escrituras partindo de alguns pressupostos. O mais importante deles é que as Escrituras são divinas, em sua origem, infalíveis e inerrantes no que ensinam, seguras e certas no seu ensino. Para os cristãos reformados, a Bíblia é a revelação da verdade. Em decorrência, só existe uma religião certa, a que se encontra revelada na Bíblia. Logo, no raciocínio reformado, tudo o que é necessário à vida eterna e à vida cristã aqui nesse mundo estão claramente reveladas na Escritura. E tais coisas são claramente expostas nela.
Existem alguns aspectos da pós-modernidade que desafiam esse pressuposto central da interpretação reformada das Escrituras.

1) O conceito de tolerância. Eu me refiro à idéia contemporânea de total complacência para com o pensamento de outros quanto à política, sexo, religião, raça, gênero, valores morais e atitudes pessoais, ao ponto das pessoas nunca externarem seu próprio ponto de vista de forma a contradizer o ponto de vista dos outros. Esse tipo de tolerância não deve ser confundida com a tolerância cristã, pois ela resulta da falta de convicções em questões filosóficas, morais e religiosas: "A tolerância é a virtude do homem sem convicções" (G. K. Chesterton). A tolerância da pós-modernidade é fortalecida pela queda na confiança na verdade, atitude típica de nossa época.

É aqui que entra o conceito de "politicamente correto". Significa aquilo que é aceitável como correto na sociedade onde se vive. É o que se faz em um grupo sem que ninguém seja ofendido. Por exemplo, não é "politicamente correto" tomar atitudes ou afirmar coisas que venham a desagradar pessoas, como emitir valores morais sobre o comportamento sexual das pessoas. É "politicamente correto" ouvir o que os outros dizem sem qualquer crítica, reparo ou discordância explícita. Aqui devemos também notar em especial a preocupação em não ofender as minorias ou grupos oprimidos: afro-descendentes, mulheres, pobres, pessoas do 3º mundo. É claro que o Cristianismo nos ensina a não ofender absolutamente ninguém, mas não por que são minorias ou maioria, e sim por que são feitas à imagem de Deus.
É preciso observar que existe uma tolerância exigida do cristão. Devemos tolerar as pessoas. Todavia, não temos de tolerar suas crenças, quando estas contrariam a verdade de Deus revelada nas Escrituras. Temos o dever de ouvir o que elas tem a dizer, e aprender delas naquilo em que se conformam com a verdade bíblica. Porém, tolerância ao erro, quando a verdade bíblica está em jogo, é omissão.
A tolerância tão característica da pós-modernidade pode afetar a interpretação da Bíblia levando as pessoas a interpretá-la a partir do conceito de "politicamente correto." Evita-se qualquer leitura, interpretação ou posicionamento que venha a ser ofensivo à sociedade ou comunidade a que se ministra. Textos bíblicos que denunciam claramente determinados comportamentos morais são domesticados com uma leitura crítica que os reduz a expressões retrógradas típicas dos moralistas machistas do século I. Textos que anunciam a Cristo como o único caminho para Deus são interpretados de tal forma a não excluir a salvação em outras religiões.
2) O inclusivismo. Num certo sentido, é o resultado do multiculturalismo do mundo pós-moderno. Não há mais no mundo ocidental um país com uma cultura única e uma raça homogênea. Países ocidentais são multiculturais e têm uma mescla de diversas raças. Para que não se seja ofensivo, e para que se possa conviver harmoniosamente, é necessário ser inclusivista. Isso significa dar vez e voz a todas as culturas e raças representadas.
Na sociedade pós-moderna, o conceito ser estende para incluir os grupos moralmente orientados. Significa especialmente repartir o poder com as minorias anteriormente oprimidas pelas estruturas de poder, como afro-descendentes, "gays", mulheres, pobres e raças minoritárias.
Existem coisas boas do inclusivismo multiculturalista, como por exemplo, estudos nos meios acadêmicos sobre a cultura de raças minoritárias e oprimidas no ocidente, como africanos, hispânicos e orientais. Também a criação de bolsas de estudos e empregos para membros destas minorias raciais, bem como de grupos oprimidos, como as mulheres. Ainda digno de nota é a luta contra discriminação baseada tão somente em raça, religião, postura política e gênero.

Mas existem coisas que nos preocupam no inclusivismo. A maior de todas é que o inclusivismo exclui qualquer juízo de valor em termos morais, religiosos, e de justiça. Tem que ser assim para que o relacionamento multicultural e multi-moral funcione.

O inclusivismo acaba também influenciando na interpretação bíblica. Sua mensagem é abordada do ponto de vista do programa das minorias. Por exemplo, a chamada "teologia negra," a teologia da libertação, teologias feministas. Outra coisa é a tendência cada vez mais forte de se publicarem traduções da Bíblia sem linguagem genérica ofensiva, isto é, tirando todas as referências a Deus como sendo homem, etc.

3) O relativismo. No que tange ao campo dos valores e dos conceitos morais e religiosos, é a idéia de que todos os valores morais e as crenças religiosas são igualmente válidos e que não se pode julgar entre eles. A verdade depende das lentes que alguém usa para ler a vida. O importante é que as pessoas tenham crenças, e não provar que uma delas é certa e a outra errada. Não há meio de se arbitrar sobre a verdade porque não há parâmetros absolutos. Desta forma, alguém pode crer em coisas mutuamente excludentes sem qualquer inconsistência.

Dessa perspectiva, ninguém pode tentar mudar a opinião de outrem em questões morais e religiosas. Existem alguns perigos no relativismo quanto à leitura da Bíblia. Primeiro, o relativismo acaba por minar a credibilidade em qualquer forma de interpretação que se proponha como a correta. Segundo, acaba por individualizar a verdade. Cada pessoa tem sua verdade e ninguém pode alegar que a sua é superior à dos outros. Portanto, ninguém pode ter a pretensão de converter outros à sua fé.
Muitos cristãos são tentados a suavizar a sua interpretação da mensagem do Evangelho, excluindo os elementos que não são "politicamente corretos" como: pecado, culpa, condenação, ira de Deus, arrependimento, mudança de vida. Acaba sendo uma tentação de escapar pela forma mais fácil do dilema entre falar todo o conselho de Deus ou ofender as pessoas.
Esses são alguns dos perigos que a pós-modernidade traz à leitura e interpretação das Escrituras. Reconhecemos a contribuição da pós-modernidade em destacar a participação do contexto e do leitor na produção de significado, quando se lê um texto. Porém, discordamos que isso invalide a possibilidade de uma leitura das Escrituras que nos permita alcançar a mensagem de Deus para nós e de ouvir a voz de Cristo, como Ele gostaria que ouvíssemos. 
 
Fonte: Augustus Nicodemus
 http://tempora-mores.blogspot.com.br/2007/09/lendo-bblia-hoje.html

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Calar por amor ou falar por causa da verdade?

     Quem se cala diante do pecado, da injustiça e de falsas doutrinas não ama de verdade. A Bíblia diz que o amor "...não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade" (1 Co 13.6). Deveríamos orar muito por sabedoria e, com amor ainda maior, chamar a atenção para a verdade e não tolerar a injustiça.

     Ao estar em jogo a verdade, Estevão argumentou, mas sempre em amor a seu povo e com temor diante da verdade em Cristo. O apóstolo Paulo estava disposto a ser considerado maldito por amor ao seu povo, mas não cedia um milímetro quando se tratava da verdade em Cristo. Jesus amou como nenhum outro sobre a terra, mas assim mesmo pronunciou duras palavras de ameaça contra o povo incrédulo, que seguia mais as tradições e as próprias leis do que a Palavra de Deus. O Dr. John Charles Ryle, bispo anglicano de Liverpool que viveu de 1816 a 1900, certa vez disse assim:

Controvérsias religiosas são desagradáveis

Já é extremamente difícil vencer o diabo, o mundo e a carne sem ainda enfrentar conflitos internos no próprio arraial. Mas pior do que discutir é tolerar falsas doutrinas sem protesto e sem contestação. A Reforma Protestante só foi vitoriosa porque houve discussões. Se fosse correta a opinião de certas pessoas que amam a paz acima de tudo, nunca teríamos tido a Reforma. Por amor à paz deveríamos adorar a virgem Maria e nos curvar diante de imagens e relíquias até o dia de hoje. O apóstolo Paulo foi a personalidade mais agitadora em todo o livro de Atos, e por isso foi espancado com varas, apedrejado e deixado como morto, acorrentado e lançado na prisão, arrastado diante das autoridades, e só por pouco escapou de uma tentativa de assassinato. Suas convicções eram tão decididas que os judeus incrédulos de Tessalônica se queixaram: "Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui" (At 17.6). Deus tenha misericórdia dos pastores cujo alvo principal é o crescimento das suas organizações e a manutenção da paz e da harmonia. Eles até poderão fugir das polêmicas, mas não escaparão do tribunal de Cristo. (de Alle Wege führen nach Rom)
Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Email para o Apóstolo Paulo

Amado apóstolo:

Estou escrevendo para colocá-lo a par da situação do Evangelho que um dia você ajudou a propagar para nós gentios, e que lhe custou a própria vida.

As coisas estão muito difíceis por aqui.

Quase tudo o que você escreveu foi esquecido ou deturpado.

Você foi bastante claro ao despedir-se dos irmãos em Éfeso, alertando que depois de sua partida lobos vorazes penetrariam em meio à igreja, e não poupariam o rebanho [1]. Palavras de fato inspiradas, pois isso se concretiza a cada dia.


Lembra-se que você escreveu ao jovem Timóteo, que o amor ao dinheiro era a “raiz de todos os males”[2]? Quero que saiba que suas palavras foram invertidas, e agora se prega que o dinheiro é a “solução” de todos os males.

Também é com tristeza que lhe digo que em nossa época ninguém mais quer ser chamado de pastor, missionário ou evangelista, pois isso é por demais humilde: um bom número almeja levar o título de apóstolo.

Sei que em seu tempo, os apóstolos eram “fracos… desprezíveis… espetáculo para os homens… loucos… sem morada certa… injuriados… lixo e escória” [3].

Agora é bem diferente.

Trata-se de uma honraria muito grande: acercam-se de serviçais que lhes admiram, quando viajam exigem as melhores hospedarias e são recebidos nos palácios pelos governantes.

Eles não costumam pregar seus textos, pois você fala muito da “Graça” e da “liberdade que temos em Cristo” [4].

Isso não soa bem hoje, pois a Igreja voltou à “teologia da retribuição” da Antiga Aliança (só recebe quem merece), e liberdade é a última coisa que os pastores querem pregar à suas ovelhas.

Você não é bem visto por aqui, pois sempre foi muito humano, sem jamais esconder suas fraquezas: chegou até reconhecer contradições internas, dizendo que não faz o bem que prefere, mas o mal, esse faz [5].

Eles não gostam disso, pois sempre se apresentam inabaláveis e sem espinhos na carne como você.

A presença deles é forte, a sua fraca [6], eles são saudáveis, você sofria de alguma coisa nos olhos [7], eles jamais recomendariam a um irmão tomar remédio, como você fez com Timóteo [8], mas aqui eles oram e determinam a cura – coisa que você nunca fez.

Você dizia que por amor de Cristo perdeu “todas as cousas” considerando-as refugo [9].

As coisas mudaram, irmão.

Agora cantamos: “Restitui, quero de volta o que é meu!”.

Vivo em uma cidade que recebeu o seu nome, e aqui há um apóstolo que após as pregações distribui lencinhos vermelhos encharcados de suor, e as pessoas levam pra casa, como fizeram em Éfeso, imaginando que afastarão enfermidades [10].

Sim, eu sei que você nunca ordenou isso, nem colocou como doutrina para a igreja nas epístolas, mas sabe como é o povo….


Admiro sua coragem por ter expulsado um “espírito adivinhador” daquela jovem [11], embora isso tenha lhe custado a prisão e açoites.

Você não se deixou enganar só porque ela acertava o prognóstico.

Hoje há uma profusão de pitonisas e prognosticadores no meio do povo de Deus, todavia esses espíritos não são mais expulsos, ao contrário, nos reunimos ansiosos para ouvir o que eles têm a dizer para nós.


Gostaria de ter conhecido os irmãos bereanos que você elogiou.

Infelizmente, quase não existem mais igrejas como as de Beréia, que recebam a palavra com avidez e examinem as Escrituras “todos os dias para ver se as coisas são de fato assim”[12].

Tem hora que a gente desanima e se sente fragilizado como Timóteo, o seu companheiro de lutas.

Mas que coisa bonita foi quando você o reanimou insistindo para que reavivasse “o dom de Deus” que havia nele [13].

Estou lhe confessando isso, pois atualmente 90% dos pregadores oferecem uma “nova unção” para quem fraqueja.

Amo esta sua exortação, pois você ensina que dentro de nós já existe o poder do Espírito, dado de uma vez por todas, e não precisamos buscar nada fora ou nada novo!

Nossos cultos não são mais como em sua época, onde a igreja se reunia na casa de um irmão, havia comunhão, orações, e a palavra explanada era o prato principal…. as coisas mudaram: culto agora é como fosse um show, a fumaça não é mais da nuvem gloriosa da presença de Deus, mas do gelo seco, e a palavra é só para ensinar como conseguir mais coisas do céu.

O Espírito lhe revelou que nos últimos tempos alguns apostatariam da fé “por obedecerem a espíritos enganadores” [14].

Essa profecia já está se cumprindo cabalmente, e creio que de forma irreversível.

Amado apóstolo, sinto ter lhe incomodado em seu merecido descanso eternal, mas eu precisava desabafar.

Um dia estaremos todos juntos reunidos com a verdadeira Igreja de Cristo.

Maranata!

Pr. Daniel Rocha

[1] At 20.23 [2] 1Tm 6.10 [3] 1Co 4.-9-13 [4] Gl 2.4 [5] Rm 7.19 [6] 2Co 10.10 [7] Gl 4.13-15 [8] 1Tm 5.23 [9] Fp 3.8 [10] At 19.12 [11] At 17.18 [12] At 17.11 [13] 2Tm 1.6 [14] 1Tm 4.1


créditos: http://thiagomendanha.blogspot.com/

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Os dons ministeriais - o dom do ensino


O termo mestre, como aparece em Efésios 4.11, significa literalmente ensinador. O próprio termo implica ensinar segundo os processos e métodos didáticos, apelando para as faculdades lógicas da mente, da razão.

Deus usa a mente do mestre. O mestre bíblico ocupa-se da doutrina, do ensino bíblico, portanto necessita dos dons da ciência e da sabedoria. Outro detalhe sobre esse ministério é que ele é, biblicamente falando, itinerante como o de evangelista.

É importante explicar aqui a má compreensão de 1 João 2.20,27, quanto ao ministério do mestre. Esses textos dizem: "E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo(...) E a unção, que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis". A explicação da suposta dificuldade está no versículo 26: "Estas coisas vos escrevi acerca dos que vos enganam". O que João está querendo dizer é que o crente não precisa dos que ensinam doutrinas extrabíblicas. Esse "alguém que vos ensine" trata-se "dos que vos enganam".

A Bíblia é, acima de tudo, um livro de doutrinas que precisam ser estudadas, compreendidas e expostas sob a unção do Espírito Santo, que inspirou essas doutrinas.

A doutrina bíblica trata-se de um ensino bíblico sistematizado. Nenhuma só doutrina aparece sistematizada na Bíblia. Isto é, organizada, desdobrada, esboçada. Nem aparece isolada em um só lugar. Essa sistematização vem por catalogação textual e conceptual desse ensino ou princípio bíblico. Quanto mais completa for essa sistematização, mais completo será o estudo dessa doutrina.

O mestre deve aprofundar-se nas ciências bíblicas da exegese e da hermenêutica, sem jamais deixar de depender do Espírito Santo para capacitá-lo e dirigi-lo no preparo de estudos e sermões, e na exposição da Palavra.

Não se conhece entre nós uma igreja que sustente um mestre para exercer o ministério de ensino, assim como sustentam seus pastores, se bem que todo pastor também tem que ensinar pela natureza do seu cargo. O resultado disso é crise, pobreza e problemas na área do ensino da Palavra.

O estudo bíblico

O mestre deve enfatizar em seu modo de ministrar o estudo temático da Bíblia. Agora, há vários tipos de estudo bíblico conforme a necessidade da ocasião. Há o devocional, o doutrinário, o auxiliar, o de treinamento e o de orientação.

Vejamos alguns passos no preparo de um estudo bíblico. Mas, antes, é importante atentarmos para o que diz Lucas na introdução de seu Evangelho: "Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio e foram ministros da Palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio, para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado", Lc 1.1-4. Lucas fala que consultou fontes e que preocupou-se em transmitir o que ouvira com exatidão e em ordem.

Os passos de preparação de um estudo bíblico são:
a) Orar, orar e orar!
b) Estudar o assunto na Bíblia, fazendo apontamentos pessoais.
c) Consultar fontes auxiliares (de confiança), como os próprios apontamentos pessoais.
d) Ordenar o material de estudo coletado.
e) Esboçar o estudo. Para isso é preciso saber fazer esboços.
f) Preparar finalmente o estudo. É dar-lhe sua redação final.
g) Conferir cuidadosamente o estudo, tanto o texto com as referências bíblicas. Saber mesmo a diferença entre uma referência real e uma referência verbal.

Dois alertas aos mestres

Agora, é importante darmos dois alertas para os que ensinam na Igreja. O primeiro está em 1 Coríntios 8.1: "A ciência incha, mas o amor edifica". É preciso que o mestre seja humildade. Apolo era mestre erudito, mas humilde: "E chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, varão eloqüente e poderoso nas Escrituras. Este era instruído no caminho do Senhor; e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João. Ele começou a falar ousadamente na sinagoga. Quando o ouviram Priscila e Áquila, o levaram consigo e lhe declararam mais pontualmente o caminho de Deus". Apolo, mesmo sendo erudito, se dispôs a aprender.

O segundo alerta diz respeito aos cismas. Os cismas que vêm dividindo a cristandade desde a fundação da Igreja são quase sempre originados pelos mestres, teólogos, escritores e professores. A Palavra de Deus adverte que o julgamento do trabalho do mestre perante o tribunal de Cristo será mais rigoroso e mais exigente: "Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo", Tg 3.1.

Os dons ministeriais operando em Jesus

Jesus é o maior exemplo de obreiro em toda a Bíblia Sagrada e em todos os tempos. Ele deve ser o nosso modelo, o padrão a ser seguido.
Jesus como apóstolo: Hb 3.1; Jo 12.3).
Jesus como profeta: Lc 24.19; At 3.22.
Jesus como evangelista: Lc 4.18-19; Lc 20.1; Is 61.1.
Jesus como pastor: Jo 10.10; Hb 13.20; 1Pe 5.4.
Jesus como mestre: Jo 13.13; Mt 26.55.
 
Pr. Antonio Gilberto
Fonte:http://www.cpadnews.com.br/blog/antoniogilberto

Obs: É muito edificante ler os ensinamentos do Pr. Antonio Gilberto, o considero como mestre por excelência. Precisamos de mais mestres nos dias de hoje, homens que se esmerem no dom que receberam de Deus para exporem a Palavra de Deus. Os sete passos que o Pr. Antonio Gilberto listou na preparação de um estudo bíblico demonstram o preço que o mestre tem de pagar para cumprir com eficiência o ministério que recebera do Senhor Jesus. O nosso amado escritor nos lembra ainda que além desse "preço" pago aqui na terra, sofreremos o mais duro juízo (Tg 3:1), ou seja, "pagaremos outro preço" depois que findar nossa vida terrena, pelo simples fato (simples?), de termos a incumbência de ensinar a Igreja do Senhor! Que o Senhor nos ajude! 
Paulo Nassif

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Pessoas não mudam

Todos tendem a permanecer sendo o que sempre foram; é preciso aprender a conviver com os outros como eles são.


Pessoas não mudam. Elas falam em mudar, mas não mudam. Na verdade, mudam apenas quando não têm outra alternativa. Essa é a tese de Po Bronson em seu livro O que devo fazer da minha vida? (Editora Nova Fronteira), onde relata quarenta histórias tiradas de 900 entrevistas com gente de tudo que é tipo.

Na verdade, Po Bronson é um otimista. Em novembro de 2004, a megacorporação IBM realizou sua conferência de “Inovação Global”, quando reuniu alguns dos melhores cérebros do planeta para propor avanços científicos e tecnológicos capazes de solucionar os grandes problemas mundiais. No topo da agenda estava o setor da saúde, que custa aos Estados Unidos 1,8 trilhão de dólares anuais (três vezes o PIB do Brasil). A grande conclusão a que chegaram foi que muito desta dinheirama seria economizada se as pessoas estivessem dispostas a mudar seus hábitos alimentares e seu estilo de vida. Mas uma pesquisa realizada para subsidiar a discussão mostrou que, mesmo diante da morte iminente, apenas uma entre 10 pessoas mudam seu jeito de pensar e agir. Em outras palavras, para a pergunta: “Se fosse dada a você a opção de morrer ou mudar, o que escolheria?” De cada 10 pessoas, apenas uma escolheria mudar.

Sou tentado a concordar. Ao longo de mais de 20 anos de atividade pastoral, vi muito pouca gente mudando de verdade. Mudanças cosméticas, apenas comportamentais, vi aos montes – mas estruturais, foram poucas. As pessoas tendem a ser o mesmo que sempre foram: os tímidos continuam tímidos, os eufóricos permanecem eufóricos, as mulheres dominadoras seguem dominando, os maridos passivos continuam no cabresto, os trabalhadores continuam trabalhando, o hipocondríacos continuam lendo bulas e por aí vai. Freud explica. Literalmente.

Outro dia fui interpelado por uma jovem após uma de minhas palestras. Seu semblante demonstrava apreensão e sofrimento. Foi direta ao ponto: tinha um noivo um pouco violento, que já a havia agredido duas vezes, mas que sempre chorava, pedindo perdão e prometendo não repetir as agressões. Depois, fez a pergunta: “Pastor, devo me casar com ele?” Contrariando um procedimento padrão, respondi de maneira direta: “Apenas se estiver disposta a apanhar pelo resto da vida”. É claro que acredito que aquele sujeito pode mudar. Mas como não podemos ter certeza disso, disse à moça que deve se casar somente na hipótese de acreditar que poderá conviver com o marido, mesmo que ele não mude.

Depois daquela conversa, reavaliei minha fé, minha crença no poder transformador do Evangelho e na força da graça. Onde já se viu, um pastor pessimista quanto à mudança das pessoas! Logo eu, que acredito que a transformação pessoal à imagem de Cristo é essencial à mensagem cristã e que o maior problema do ser humano não é o diabo, nem o mundo mau, nem nada que exista do lado de fora, mas seu inimigo íntimo, que habita suas entranhas. Após tantos anos presenciando conversões extraordinárias, cheguei ao ponto de duvidar que as pessoas mudam; ou pior – acreditar que a verdade maior é que as pessoas não mudam mesmo.

Precisei percorrer todo o caminho novamente. Revisei o que me ensinaram, e cheguei a conclusões preliminares que, pelo menos a mim, me fizeram mais sentido. Primeiro, considero que as mudanças de que fala o Evangelho não são necessariamente estruturais, na personalidade ou na índole das pessoas, mas em seus valores, seus amores, e portanto, seus objetos de devoção. A grande mudança do Evangelho não é “eu deixar de ser eu”, mas eu me render à vontade do meu novo Senhor, isto é, não mais o meu eu, mas o Cristo, que vive em mim.


Muita coisa na vida muda, mas continuamos sendo nós mesmos. A conversão não implica na despersonalização. Ela não apaga tudo o que vivemos e nos fez o que somos. Mas após a rendição a Cristo, toda a vida passa por uma revisão, e, necessariamente, deixa-se de fazer muita coisa. E passa-se a fazer outras. Não por obrigação ou culpa, mas por uma nova orientação da vontade: afinal, mudou o objeto de devoção. As figuras “morte e ressurreição”, ou “novo nascimento”, que simbolizam o antes e o depois da experiência mística-espiritual cristã, significam passar a viver orientado para outra direção. Não é que tenhamos mudado – o que mudou foi a maneira como convivemos com o que sempre fomos, e provavelmente vamos continuar sendo. O extraordinário nisso é que já não somos mais obrigados a ser o que sempre fomos. Não estamos mais escravizados a realizar a sina da nossa personalidade nem a cumprir o vaticínio das marcas que a vida deixa. Somos livres: livres para nos reinventarmos, livres para virmos a ser e, inclusive, livres para continuar sendo o que sempre fomos. O que muda é que nos relacionamos de maneira tão diferente conosco mesmos, que as pessoas ao nosso redor dirão que parecemos outra pessoa. Conhecemos a verdade, e a verdade nos libertou. Na verdade, as pessoas mudam, mas em número, profundidade e velocidade inferiores ao que desejamos: pouca gente, mudanças razoavelmente superficiais e lentas. Portanto, aprenda a conviver com as pessoas do jeito que as pessoas são. Não passe a sua vida tentando mudar os outros: seu cônjuge, seus filhos, seus amigos, seu chefe ou colegas no trabalho. Deixe isso nas mãos de Deus, à mercê da graça. Conviva a partir da gratuidade: paciência nos processos, perdão, mais amor, entrega e serviço do que cobranças, exigências e condições. Aprenda a se relacionar com os outros do jeito que eles são. Não tente fazer novas as pessoas. Faça novos acordos. Você vai ver como sua vida vai mudar. E os outros também.


Ed René Kivitz
é escritor conferencista e pastor da Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo

http://www.eclesia.com.br/colunistasdet.asp?cod_artigos=397

sábado, 18 de agosto de 2012

Confissões de um viciado em Facebook

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” João 1:14

Volta e meia, leio algum artigo ou mais um estudo falando sobre os efeitos negativos do facebook. Já chegou até ao ponto de ser associado a casos de depressão. Coisa de louco! E aí comecei a pensar sobre o assunto…
 
Qual é a grande graça do facebook? Qual é a jogada que deu certo? Qual é o segredo do Mark Zuckerberg? Bem, ele simplesmente enxergou uma necessidade primordial do homem e trabalhou em cima disso. Ou será que foram os irmãos Winklevoss? Enfim. Isso aí é conversa para os tribunais.

Por que será que não conseguimos ficar longe do facebook? Entramos para passar uns dez minutinhos, e quinze minutos depois passaram-se três horas. Não vemos o tempo passar. Mas somos fisgados por essa ferramenta social. Por que? Bem… pessoas. Simplesmente. O homem não nasceu para viver só, seja casamento ou amizade. Eu preciso me socializar com outros. E o facebook “permite” justamente isso. E não só o facebook. Desde as épocas de ICQ, MSN, orkut, fotolog, fotolist, blogs, vlogs, twitter, skype, Hi5, linkedin e por aí vai. As ferramentas sempre foram das mais variadas. O objetivo continua sendo o mesmo.
Mas será que essas ferramentas são eficazes em alcançar esse objetivo?

Vamos viajar um pouco…

Quantos conhecem a Mona Lisa, o famoso quadro de Leonardo da Vinci? Difícil não conhecer. Aquela jovem sentada com vestido escuro e cabelos negros lisos com um esboço de sorriso. Tipo Gioconda. Já virou, inclusive, até piada no nosso querido facebook numa suposta propaganda de alisamento de cabelo (Mona lisa X Mona crespa). Você sabe de qual quadro estou falando. Porém, reza a lenda que quando as pessoas vão visitar o quadro em si, a tela exposta no museu do Louvre, ficam um pouco desapontadas. Como? Acham a tela pequena. Ou seja, pessoas que nunca viram a tela pessoalmente se decepcionam com o tamanho reduzido do famoso quadro. Desapontamento vem de uma esperança ou expectativa frustrada. De onde veio tamanha expectativa em torno de algo que jamais se conheceu? Bem, a fama, a reputação da senhora Lisa Gherardini se tornou algo numa proporção tão grandiosa que superou o próprio quadro em si. Não faz sentido. A origem da reputação (o quadro) está aquém da reputação construída em torno da obra. Ou seja, a origem do frisson deixa a desejar. Devido a tantas reproduções e, de certo modo, falsificações da obra, o quadro original perde valor. Cria-se um simulacro, uma reprodução imperfeita, uma simulação a tal ponto que aquilo que inicialmente lhe conferiu sentido torna-se vazio. O quadro em si, por mais que nunca tenha-se verdadeiramente conhecido, se torna uma decepção.

O que o facebook está fazendo com nossos relacionamentos? O quanto será que essa ferramenta de socialização está criando um simulacro de amizade ou até corrompendo a maneira como nos relacionamos com o próximo?

Estou beirando os dois mil amigos no facebook. Amigos? Olhando para esta lista, eu talvez conheça (e por conhecer quero dizer com quem troquei palavras ao vivo, no mínimo) metade. Dessa metade, talvez quinhentos (estou chutando alto) sejam pessoas que vejo face a face algumas vezes por ano. Há muitos colegas de colégio com quem não falo há quase dez anos. Há outros que conheci numa viagem que fiz e com quem passei uma semana muito legal. E há outros com quem se quer troquei uma palavra na vida. Não faço a mínima ideia de quem são. Quando alguém me adiciona, não faço muita questão de filtrar. Como escrevo um blog e viajo bastante pela minha função na editora, imagino que sejam pessoas que acompanham meus textos ou com quem esbarrei numa conferência. Mas além disso, nunca trocamos uma palavra se quer. Já tive quem me encontrasse num congresso e perguntasse: “Você é o Andrew do blog do Andrew?” Respondo que sim. Isso é legal, porque a partir disso inicia-se uma conversa e posso até ter uma resposta aos meus textos. Mas em outros casos, alguém chega pra mim e fala: “Oi Andrew, sou seu amigo no facebook.” E fica aquele silêncio. Respondo educadamente, mas não sei muito o que dizer. Nem ele. Continua o silêncio estranho, como se tivéssemos uma relação estabelecida anteriormente e aqui estamos “botando o papo em dia”. Mas nunca houve papo. Nunca conversamos. No lugar de começarmos uma conversa nova e criarmos algo a partir do zero, fica aquela reputação, uma ideia de que já somos amigos. 

Será?

Como é que se conhece alguém via facebook? De verdade? Eu não coloco tudo que sou no “face”, até por uma questão de segurança. Recentemente, um parente meu começou a namorar e me espantei quando dei de cara com ele e a menina. Minha reação inicial foi preocupante: “Mas você não atualizou seu status no facebook! Como assim você está namorando?” Só foi depois que me dei conta do que eu tinha pensado. Temos agora o timeline, para a angústia de muitos. Mais uma ferramenta para postarmos nossa vida (ou pelo menos aquilo que queremos que seja conhecido) na internet. “Fulano anda sumido, afinal, quase não posta mais no facebook.” “Estou achando que o João não vai com a minha cara, afinal, ele não respondeu à minha solicitação de amizade no facebook.” “Ela está de mal comigo. Sei disso porque ela não curtiu aquela foto em que estamos juntos. Se quer comentou no meu status hoje.”

Criamos uma nova modalidade de relacionamento, e nós estamos viciados. Sou o primeiro a admitir o quanto o facebook tem me feito mal. Estou “por dentro” da vida de pessoas que, na vida real, não fazem parte da minha realidade. Faz mais de oito anos que eu não vejo aquela menina com quem eu estudei ao longo de quinze anos. Hoje eu sei que está casada. Legal. E aí? Alguém fez aniversário, logo, mandei um recado e tá tudo certo. Quando foi a última vez que você ligou para alguém no seu aniversário? Pior, quando foi a última vez que você falou encontrou alguém na semana do seu aniversário e pensou: “Ih caramba, não dei parabéns. Mas deixei recado no face, então tá legal.” Como é que a gente foge de encontros reais e saudáveis lançando mão da praticidade do facebook? É só postar uma foto, entrar no chat, mandar uma mensagem, criar um evento e tá tudo certo.

Fico pensando em quando lançaram o cinema 3D e muitos começaram a ter dor de cabeça e náuseas (fui ver Avatar e aconteceu comigo). Li um estudo que fala que isso acontece porque o cérebro percebe o movimento e se prepara para que o corpo responda. Na falta de resposta, da reação normal à percepção de movimento, essa mistura de sinais causa esses efeitos colaterais. Será que o mesmo não acontece com o facebook? O meu cérebro percebe uma realidade e se prepara para uma interação social, mas o meu dia a dia não corresponde àquilo. Será que é daí que vem meu mal estar?

Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Deus é um Deus relacional. Pai, Filho e Espírito Santo vivem numa eterna comunhão relacional perfeita. Ao enviar Cristo para morrer em nosso lugar, o Pai quebrou a barreira entre os mundos divino e material (dando um nó na cabeça da filosofia platônica) e se colocou como homem, ao nosso lado, para morrer em nosso lugar. Fomos criados, tanto biologicamente quanto emocionalmente, para isso. A Bíblia fala tanto da necessidade de interagir, aprender e servir o próximo e tantas coisas mais.

Por que será que o facebook causa depressão? Qual será o desapontamento causado por esse site de relacionamentos? Ele toma o lugar (teoricamente) das nossas relações humanas. Por mais que estejamos em contato com nossos amigos ao redor do planeta, continuamos a mercê da telinha intermediária que tira nosso sono com “apenas mais cinco minutinhos antes de dormir”.

Sou o primeiro a dizer o quanto o facebook tem me feito mal. O problema é que estou viciado nele e não sei como largar.

Facebook é legal, é prático. Mas nenhuma mídia, por mais social que seja, é capaz de transmitir a nuança de um sorriso, a firmeza de um aperto de mão, uma gargalhada constrangedora, um espirro dado fora de hora, uma palavra balbuciada, uma voz trêmula, um choro engasgado, um cheiro gostoso ou um abraço apertado.
Tenho que reaprender a me relacionar com pessoas, e creio que não sou o único.

 Fonte: http://www.artedechocar.com/
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